GÊNERO ENQUANTO CATEGORIA RELACIONAL E DE ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL

Publicado em 14/03/2022 - ISSN: 2316-266X

Título do Trabalho
GÊNERO ENQUANTO CATEGORIA RELACIONAL E DE ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL
Autores
  • Maria da Luz Alves Ferreira
  • Luciana Pimenta Borges
  • Natany Lima Cardoso
Modalidade
Comunicação Oral - Resumo
Área temática
[GT 09] Estudos de gênero, sexualidades e corporalidades
Data de Publicação
14/03/2022
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/viiconinter2018/113316-genero-enquanto-categoria-relacional-e-de--estratificacao-social
ISSN
2316-266X
Palavras-Chave
Gênero, relações de poder, estratificação social
Resumo
O presente artigo apresenta um incipiente ensaio acerca do conceito de gênero, evidenciando-o enquanto categoria relacional entre homens e mulheres e, também, como elemento de estratificação social. A categoria gênero, nos indica fomentar analises a partir das relações interpessoais entre homens e mulheres, cujas quais, estão construídas sobre os pilares da hierarquia e do poder. Partilharemos, portanto, da compreensão que homem e mulher são diferentes, todavia essa diferença não pode servir de justificativa ou mesmo de argumento para a existência da desigualdade observada desde os primórdios da história. Desigualdade que, inclusive, propicia agravos de ordem social, político, clínico e cultural, considerando que a hierarquia existente de um sexo sobre o outro se estende aos demais cidadãos, tendo como base não somente as questões de gênero, mas igualmente de classe, raça e etnia. Quando trazemos à tona o debate de gênero, não temos a intenção de ocultar as diferenças inerentes aos homens e mulheres, pelo contrário, nosso objetivo é aprimorar as possibilidades de questionamento sobre as relações construídas entre esses dois sexos. O interesse é que, a partir desses questionamentos, possamos estabelecer ações que venham propiciar transformações, trazendo tais relações para uma realidade de igualdade e equidade. Dentro dessa perspectiva é que compreendemos gênero como um elemento que se encontra entrelaçado às relações sociais e de poder e que possui como base as diferenças entre os sexos, trata-se de um conceito relacional, uma vez que analisa homens e mulheres de forma conjunta. Homens e mulheres se definem na relação que se tem um com o outro, sendo assim, não podem ser analisados de forma separada, ou mesmo por meio de visões restritas e limitadas. Nesse sentido é que discutir gênero se torna algo imprescindível, no sentido de desconstruir tais estigmas, desmistificando conceitos e pré-conceitos, valores e pré-juízos, conforme postula Suárez (2000), que entende o estudo de gênero a partir do espectro desconstrutivo, trazendo a perspectiva da quebra de ideias equivocadas e preconceituosas que pesam sobre a mulher, em que a submissão é vista como situação natural e essencial deste ser. A desigualdade entre homens e mulheres foi endossada por vários segmentos societários, ora de cunho religioso, ora científico, ora político. As relações desiguais de poder eram ainda justificadas com base nas diferenças de ordem biológica, ou mesmo como virtudes naturais, ligadas a essência do ser, e que, portanto, seriam inevitáveis e imutáveis. Beauvoir (1983) recusa justamente essa ideia de imutabilidade a qual as mulheres foram condenadas, e por adequado, salienta que a biologia não basta para definir uma hierarquia dos sexos, nem tão pouco explica o porquê dos homens representarem o sujeito universal e as mulheres o outro lado absoluto. O sexo é, portanto, uma categoria biológica insuficiente para explicar os papéis sociais atribuídos ao homem e à mulher. Safiotti (1994) argumenta que todas as atividades humanas são mediadas pela cultura. Assevera que é graças a este verdadeiro arsenal de signos e símbolos que tais atividades adquirem sentido, e que, por conseguinte, propiciam aos seres humanos a capacidade de se comunicarem uns com os outros. A autora também tece críticas sobre as posições que estabelecem a restrição de que a mulher está ligada à natureza, e o homem à cultura. Tem-se diante dessa discussão uma problemática que se encontra intimamente relacionada a atribuições dadas a categoria sexo. Implica dizer que quando nos reportamos às diferenças sexuais, logo atribuímos características biológicas e naturais, que tendem, culturalmente, a destinar um lócus de inferioridade à mulher. Mas, se estabelecemos a categoria gênero, estamos em busca de algo que transmita que as pessoas não são apenas sexuadas, haja vista que as diferenças sexuais sempre adquirem um significado cultural, mas que, para além disso, existem outras possibilidades de analisarmos o feminino e masculino. Em suma, trata-se da superação de visões limitadas à questão meramente biológica, ligadas à natureza e às diferenças sexuais (SUÁREZ, 2000). Posto isso é que gênero veio como uma categoria de análise das ciências sociais para questionar a suposta essencialidade da diferença dos sexos, a idéia de que as mulheres são passivas, emocionais e frágeis, e os homens são ativos, racionais e fortes. Na perspectiva de gênero, essas características são produto de uma situação histórico-cultural e política; as diferenças são produto de uma construção social. Portanto, não existe naturalmente o gênero masculino e feminino (SUÁREZ, 2000). Trata-se, em linhas gerais, de uma expressão a ser utilizada para indagar as possíveis divergências entre homens e mulheres, visto que à figura masculina fora sempre atribuída o papel de forte, racional e a feminina a condição frágil, débil, passiva. A partir daí, observa-se os primeiros questionamentos sobre o papel que a mulher vinha ocupando ao longo dos anos na sociedade, principalmente os traços de opressão e discriminação que manchavam sua história (CASTILHO, 2006).
Título do Evento
VII Coninter
Cidade do Evento
Rio de Janeiro
Título dos Anais do Evento
Anais VII CONINTER
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

FERREIRA, Maria da Luz Alves; BORGES, Luciana Pimenta; CARDOSO, Natany Lima. GÊNERO ENQUANTO CATEGORIA RELACIONAL E DE ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL.. In: Anais VII CONINTER. Anais...Rio de Janeiro(RJ) UNIRIO, 2018. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/VIIConinter2018/113316-GENERO-ENQUANTO-CATEGORIA-RELACIONAL-E-DE--ESTRATIFICACAO-SOCIAL. Acesso em: 11/08/2025

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