O PROCESSO DE EMANCIPAÇÃO DA MULHER QUILOMBOLA: PARTICIPAÇÂO POLÍTICA NA ASSOCIAÇÃO DAS COMUNIDADADES REMANESCENTES DE QUILOMBOS DAS ILHAS DE ABAETETUBA/PARÁ- ARQUIA

Publicado em 14/03/2022 - ISSN: 2316-266X

Título do Trabalho
O PROCESSO DE EMANCIPAÇÃO DA MULHER QUILOMBOLA: PARTICIPAÇÂO POLÍTICA NA ASSOCIAÇÃO DAS COMUNIDADADES REMANESCENTES DE QUILOMBOS DAS ILHAS DE ABAETETUBA/PARÁ- ARQUIA
Autores
  • Antonilda da Silva Santos
  • Mara Rita Duarte de Oliveira
Modalidade
Comunicação Oral - Resumo
Área temática
[GT 09] Estudos de gênero, sexualidades e corporalidades
Data de Publicação
14/03/2022
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/viiconinter2018/113284-o-processo-de-emancipacao-da-mulher-quilombola--participacao-politica-na-associacao-das-comunidadades-remanescent
ISSN
2316-266X
Palavras-Chave
identidade, gênero, emancipação.
Resumo
O presente trabalho intitulado, Processo de emancipação da mulher quilombola: participação política na Associação das Comunidades Remanescentes de Quilombos das Ilhas de Abaetetuba/Pará- ARQUIA, investiga como ocorre o processo de emancipação da mulher quilombola e para isso analisamos as categorias identidade, gênero, emancipação e etnia, pois acreditamos que trabalhando estas categorias no decorrer da pesquisa irão proporcionar uma dimensão muito fundamental para o contexto da mulher quilombola. As premissas epistemológicas aqui adotadas tem como referência os estudos culturais e pós estruturalistas, elegem-se teóricos/as como: Portelli (1997)), Bosi (1994), Gomes (2006), Saffiot (1979), Pereira (2007), Varella (2015), entre outros. Caracteriza- se por uma pesquisa qualitativa, pois, pretendemos buscar dados da realidade dos sujeitos investigados os quais não podem ser quantificados. Utilizaremos a história oral como metodologia, a qual tem importância no sentido de trabalhar com os sujeitos, para assim evidenciar suas histórias de vida, onde os sujeitos trazem em seu cotidiano significações, e a história oral explicita singularidades e evidencia o caráter processual da vida. E, isso, ocorre em um jogo de articulação de espaços, tempos e nas diferentes dimensões de nós mesmos, em busca de um conhecimento e utiliza como instrumentos de investigação entrevistas abertas, as quais foram analisadas na íntegra, pois, acreditamos que ao trabalharmos com as “narrativas da vida” conseguiremos ter uma maior aproximação com o objeto de pesquisa. Esta abordagem permitiu a problematização do objeto da pesquisa a partir de uma análise crítica sobre o processo de emancipação da mulher quilombola através de sua participação política na Associação de Comunidades Remanescentes de Quilombos das Ilhas de Abaetetuba- ARQUIA- na comunidade Arapapuzinho. E para responder ao problema aqui exposto a pesquisa tem como objetivo geral: Compreender o processo de emancipação da mulher quilombola a partir de sua participação política na ARQUIA. Como objetivos específicos, a pesquisa pretende: identificar se ocorre o processo de emancipação da mulher quilombola na comunidade através de sua participação política na ARQUIA, compreender sob quais aspectos ocorre a participação política da mulher quilombola na Comunidade Arapapuzinho e analisar a importância da mulher quilombola para a comunidade e para a Associação de Comunidades Remanescentes de Quilombos das Ilhas de Abaetetuba-ARQUIA, identificando que papéis assumem na Associação. A pesquisa parte da percepção e do reflexo da realidade das mulheres quilombolas na comunidade Remanescentes de Quilombos Arapapuzinho, em Abaetetuba no Estado do Pará, na qual participam da Associação de Comunidades Remanescentes de Quilombos das Ilhas de Abaetetuba-ARQUIA. E ampliando essa discussão analisamos a participação das mulheres quilombolas, na ARQUIA . A maneira como se concebem, atualmente a relação de gênero, identidade, etnia e emancipação das mulheres, foram dimensões efetivadas na comunidade demonstrando que ainda não compreendemos concretamente os debates em relação as possibilidades da mulher quilombola se tornar emancipada, conquistando seu espaço e se reconhecendo enquanto mulher. Destarte, a construção de uma reflexão ampla sobre essas questões que se configuram como verdadeiros dilemas enfrentados pela mulher quilombola, em especial da comunidade Remanescente de quilombos Arapapuzinho, requer uma vasta pesquisa sobre o conhecimento da dimensão empírica desses sujeitos em seu meio – comunidade - os quais se tornam imprescindíveis para a pesquisa. Entendemos, portanto, que os povos tradicionais podem construir suas histórias, identidades e sua emancipação através das relações sociais que são produzidas, o que demonstra que o campo não é somente lugar de produção de mercadorias, mas espaço também de construção da vida, e isso pode ser comprovado a partir das diversas lutas travadas pela terra e pela reforma agrária, que por sua vez, possibilitou transformações importantes no campo, onde ocorreram mudanças significativas na paisagem, bem como; o modo de pensar e de viver dos campesinatos. Por essa razão, é visível não só a necessidade do entendimento do termo emancipação, isto é, o que realmente isso significa, bem como entendermos a sua contradição, que é a opressão e, consequentemente, percebe-se situações de resistências produzidas por esses sujeitos em meio as relações de poder que se tecem nas redes cotidianas, ou seja, em meio aos mecanismos homogeneizadores que são previstos pelas prescrições governamentais favorecendo somente alguns. Assim, pode-se inferir que a resistência é resultado das relações de desigualdades, pois resistir é ter a possibilidade de criar espaços de lutas, de provocar mudanças econômicas, políticas e sociais em um determinado espaço ou território. E considerando que os sujeitos possuem histórias, participam das lutas sociais, sonham, lutam pela aquisição de conhecimentos relevantes e potencializadores da vida cotidiana, com o objetivo de melhorar suas condições enquanto sujeitos do campo, e que as mulheres quilombolas são entendidas a partir das condições produzidas pelos estereótipos de seus familiares terem sido escravizados ou por outros conceitos como: agricultora, doméstica, líder, mulher quilombola e negra. Dentre inúmeros adjetivos apregoados na figura feminina quilombola, torna-se urgente pensar em como se dá a construção do processo de emancipação da mulher quilombola da comunidade Arapapuzinho a partir de sua participação política na Associação de Comunidades Remanescente de Quilombos das Ilhas de Abaetetuba em meio às complexidades e as tensões vividas na sociedade contemporânea, assumindo-a em sua tessitura social, sua força inventiva de outros mundos e de outras possibilidades de vida. A pesquisa em andamento nos indicou que as mulheres quilombolas da comunidade Arapapuzinho, ao saírem do espaço doméstico, ressignificam sua presença na própria comunidade da qual fazem parte, mesmo que continuem realizando suas atividades convencionais, no que diz respeito ao cuidado dos filhos, realizando os afazeres domésticos e trabalhando no roçado. As relações de poder, também identificadas na pesquisa, se manifestam constantemente no cotidiano das mulheres, porém elas resistem, por meio do associativismo e da participação na ARQUIA, mobilizando e atuando na busca da garantia de seus direitos. Identificamos nos relatos das mulheres investigadas que a sua atuação é sobretudo, pelos aspectos culturais, históricos e sociais. As mulheres quilombolas, sujeitos desta pesquisa, firmam identidades, desconstroem estereótipos, desafiam a invisibilidade e rompem com o silencio muitas vezes vivido por elas mesmas.
Título do Evento
VII Coninter
Cidade do Evento
Rio de Janeiro
Título dos Anais do Evento
Anais VII CONINTER
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

SANTOS, Antonilda da Silva; OLIVEIRA, Mara Rita Duarte de. O PROCESSO DE EMANCIPAÇÃO DA MULHER QUILOMBOLA: PARTICIPAÇÂO POLÍTICA NA ASSOCIAÇÃO DAS COMUNIDADADES REMANESCENTES DE QUILOMBOS DAS ILHAS DE ABAETETUBA/PARÁ- ARQUIA.. In: Anais VII CONINTER. Anais...Rio de Janeiro(RJ) UNIRIO, 2018. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/VIIConinter2018/113284-O-PROCESSO-DE-EMANCIPACAO-DA-MULHER-QUILOMBOLA--PARTICIPACAO-POLITICA-NA-ASSOCIACAO-DAS-COMUNIDADADES-REMANESCENT. Acesso em: 17/05/2025

Trabalho

Even3 Publicacoes