HIPERSEXUALIZAÇÃO DA MULHER NEGRA: UMA HISTÓRIA SOBRE VIOLÊNCIAS, RACISMO E SEXISMO ESTABELECIDOS NA SOCIEDADE.

Publicado em 14/03/2022 - ISSN: 2316-266X

Título do Trabalho
HIPERSEXUALIZAÇÃO DA MULHER NEGRA: UMA HISTÓRIA SOBRE VIOLÊNCIAS, RACISMO E SEXISMO ESTABELECIDOS NA SOCIEDADE.
Autores
  • MARIA GABRIELA SOARES DOS SANTOS RUAS
  • Claudilane Soares Oliveira
  • FABÍOLA FRANCIELLE DE JESUS
Modalidade
Comunicação Oral - Resumo
Área temática
[GT 10] Gênero, Violências, Cultura - Interseccionalidade e(m) Direitos Humano
Data de Publicação
14/03/2022
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/viiconinter2018/113104-hipersexualizacao-da-mulher-negra--uma-historia-sobre-violencias-racismo-e-sexismo-estabelecidos-na-sociedade
ISSN
2316-266X
Palavras-Chave
Hipersexualização, Mulheres negras, Violência
Resumo
Historicamente, tem-se indicativos de que o corpo feminino fora (e ainda é) representado e idealizado como objeto de prazer para o sexo oposto sendo colocado,reiteradamente, em diferentes sociedades e contextos,sob juízos inquisitórios. Mulheres foram, e ainda são, constantemente objetificadas. Em tempos de mundialização do capital, de mudanças e inferências tecnológicas, que socializam de forma cada vez mais rápida certas informações, disseminam-se e massificam-se determinadas formas de pensar, de agir e analisar a realidade e as relações socialmente estabelecidas. É sob tais bases que o racismo e o sexismo, dentre outras violências e práticas são legitimadas, e isso fere direitos humanos e viola direitos indispensáveis para o “viver” em sociedade. Frente a uma histórica cultura patriarcal, machista, racista e sexista é que se analisa, a partir de estudos bibliográficos, a hipersexualização da mulher negra e seu processo de constituição social. Parte dos estudos de gênero para fundamentar as análises sobre a desnaturalização e deslegitimação de “práticas de violência e de opressão que constituíram a vida das mulheres (...)” (SILVEIRA&NARDI,2014, p.15). Ao realizar estudos sobre esse assunto é que se situa o Movimento Feminista, seus direcionamentos e formas de resistência existentes desde suas primeiras expressões no século XIX, em defesa de direitos e da autonomia da mulher. Com base nisso é foi verificado que as pressões sociais sobre a sexualidade feminina advêmda interseccionalidade que diz respeito a um jogo de forças, a relações de dominação-exploração protagonizadas por pessoas, organizações e instituições que legitimam preconceitos e formas históricas de discriminação (SAFIOTTI, 2009). As literaturas estudadas sinalizam a perpetuação de ciclos de violências que, inclusive moralmente, tem legitimado variadas formas de opressão e imposiçãoconstruídas socialmente.Entende-se que estas variações são reflexos de imposições culturais e sociais. Nesse debate situa-se a realidade da mulhernegra que, de forma ainda mais intensa, sofre duramente os efeitos de um pensamento social preconceituoso, machista, racista e sexista. Sustentados na revisão de literatura, que traz apontamentos de autores clássicos e contemporâneos sobre o tema proposto, busca-se o embasamento teórico-metodológicopara o estudo do tema proposto.Neste sentido pretende-se discorrer sobre o impacto da hipersexualização da mulher negra e a contribuição desta para a disseminação do racismo e decorrentes formas de preconceitos enraizados na sociedade. Contraditoriamente, no século XXI, verifica-se a existência de grupos que defendem a inexistência do racismo, contradizendo a realidade das mulheres negras do Brasil. A violência direcionada a essa mulher, especificamente,é um também um grave ato de violência de gênero que resulta em qualquer ação física, sexual, psicológica, patrimonial ou moral, incluindo a ameaça. Com base em tais argumentos é que o presente trabalho se fundamenta. Mulheres sofrem abusos constantemente, sejam eles sexuais, físicos, psicológicos, morais ou outros e, em sua maioria,as vítimas são negras. É com base nessa realidade que determinados movimentos sociais emergem com o objetivo de resistir, lutar e mobilizar em defesa do direito de serem reconhecidas mulheres, independente de quaisquer circunstâncias e/ou características tais como cor de pele e características físicas ditam a forma como serão tratadas em sociedade. Privilegiada por acessar amplos espaços da vida, a mídia constantemente realiza juízo de valor para noticiar acontecimentos que deveriam ser vistos a partir de um olhar crítico e investigativo, partindo de um juízo de fato. Quando destacada pela mídia, a mulher negra sempre é colocada em um contexto de exploração e/ou exposição, no qual seu corpo é posto sob julgamento e valoração de uma forma extremamente sexualizadas. A exemplo disso cita-se a midiatização do carnaval que objetifica as mulheres, grande parte negras, como símbolo sexual, o que expressa uma violência que transforma o ser humano em coisa/objeto. Ao trazer o debate sobre a hipersexualização da mulher negra situam-se os múltiplos espaços da sociedade que naturalizam tais práticas violentas e preconceituosas. A mulher tende a sofrer muito mais com as imposições do patriarcado, não somente no sentido de partilhar bens, mas também na privação dos seus desejos sexuais. A mulher demora a se descobrir sexualmente, pois desde muito cedo é privada do conhecimento de seu corpo. Mesmo após o período escravista, a partir do século XIX, as mulheres negras ainda são postas às margens pelas mulheres brancas, e subjugadas a trabalhos de subserviência. Em virtude desta cultura o preconceito toma proporções quase impossíveis de serem controladas. Assim sendo, diante das mudanças, determinações e intensidade das relações capitalistas é importante sinalizar que a questão racial é inseparável das relações de classe e gênero, e não se pode passar por ela sem refleti-la e sintoniza-la no tempo e na história. As mulheres, em especial, as negras suportam as intempéries da sociabilidade machista e racista desde os tempos da escravidão explícita e, nesse sentido, é inegável a importância de estudar e debater os diversos aspectos da violência que as mesmas enfrentam cotidianamente.
Título do Evento
VII Coninter
Cidade do Evento
Rio de Janeiro
Título dos Anais do Evento
Anais VII CONINTER
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

RUAS, MARIA GABRIELA SOARES DOS SANTOS; OLIVEIRA, Claudilane Soares; JESUS, FABÍOLA FRANCIELLE DE. HIPERSEXUALIZAÇÃO DA MULHER NEGRA: UMA HISTÓRIA SOBRE VIOLÊNCIAS, RACISMO E SEXISMO ESTABELECIDOS NA SOCIEDADE... In: Anais VII CONINTER. Anais...Rio de Janeiro(RJ) UNIRIO, 2018. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/VIIConinter2018/113104-HIPERSEXUALIZACAO-DA-MULHER-NEGRA--UMA-HISTORIA-SOBRE-VIOLENCIAS-RACISMO-E-SEXISMO-ESTABELECIDOS-NA-SOCIEDADE. Acesso em: 26/06/2025

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