O TURISMO CULTURAL, TERRITORIEDADE E CULTURA LOCAL DA COMUNIDADE PESQUEIRA ARTESANAL DE ARRAIAL DO CABO

Publicado em 14/03/2022 - ISSN: 2316-266X

Título do Trabalho
O TURISMO CULTURAL, TERRITORIEDADE E CULTURA LOCAL DA COMUNIDADE PESQUEIRA ARTESANAL DE ARRAIAL DO CABO
Autores
  • manuela chagas manhães
  • Julio Cesar Ramos Esteves
Modalidade
Comunicação Oral - Resumo
Área temática
[GT 22] Turismo, Hospitalidade e Lazer: memória e etnossaberes
Data de Publicação
14/03/2022
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/viiconinter2018/112863-o-turismo-cultural-territoriedade-e-cultura-local-da-comunidade-pesqueira-artesanal-de-arraial-do-cabo
ISSN
2316-266X
Palavras-Chave
memória social e coletiva, territoriedade, etnossaberes, modo de vida cabista
Resumo
Este presente artigo tem como objetivo refletir sobre importância dos elementos estruturantes significativos presentes no modo de vida da comunidade pesqueira artesanal de Arraial do Cabo, Região dos Lagos, para que pensemos na autoidentificação, territoriedade, etnossaberes e turismo cultural. Nesse sentido há a relação desse acervo com a constituição da memória social e coletiva, territoriedade, particularidades, além da identidade cultural. Assim sendo, a comunidade de pesca artesanal cabista é uma das comunidades tradicionais que resiste ao tempo, por ter a manutenção da memória social e coletiva com suas devidas ressignificações, sobrevivendo às adversidades e desafios impostos pela atualidade. Entre os meios para que isso aconteça é perceptível que o turismo cultural seria uma alternativa, promovendo uma redefinição da cultural local, com a redescoberta das tradições, dos saberes, sabores desta comunidade, fomentando, então, a sua reorganização e, consequentemente, a possibilidade do fortalecimento do sentimento de pertencimento e do reconhecimento social. Segundo GEERTZ (2015, p.10) “compreender a cultura de um povo expõe sua normalidade sem reduzir suas particularidades”. Isso significa dizer que para compreendermos seus sistemas simbólicos, os traços culturais precisam estar referendados no que eles praticam, como praticam e porque praticam. Desse modo, é perceptível a correspondência entre tais sistemas simbólicos que são refletidos e reflexos simultaneamente nas e das suas ações em uma determinada região específica. Por isso, há adequação da identidade de resistência e de projetos na realidade social por meio dos elementos estruturantes que são definidores e determinantes das especificidades desenvolvidas no contexto sócio histórico cultural. Devido a isso, esses elementos são recontados e reinterpretados permitindo a constituição da memória social individual e coletiva que está sempre sendo reconstruída, reinterpretada. A memória social e coletiva, então, está na contextualização histórica e é formadora da comunidade por intermediar as interações na dinâmica social, da comunidade pesqueiras tradicional, especificamente, de Arraial do Cabo, possibilitando sua sobrevivência às adversidades da Modernidade por meio do turismo cultural. Sabe-se que a dimensão da magnífica beleza do meio ambiente de Arraial do Cabo acabou por sobressair e provocou um tipo de turismo específico, exploratório do meio ambiente (turismo ambiental). De acordo com DIAS (2006, p. 16-17) o modo como o turismo é implantado em uma região está, na verdade, relacionado com a política adotada pela gestão local. Assim, ao entender o turismo ambiental como forma de gerar benefícios à curto prazo, há uma manifestação periférica de acumulação capitalista. A preocupação por tais benefícios, então, não é mediada por uma organização. Há conseqüência dessa implementação rápida e desordenada, ou seja, há prejuízos e um desenvolvimento insustentável. Segundo DIAS (2006, p. 52) o turismo, na verdade, pode ser categorizado em duas vertentes: aqueles que se referem aos espaços naturais e aqueles que estão associados aos espaços culturais. Neste aspecto, DIAS (2006, P. 17) afirma: “(...) houve uma multiplicação dos lugares turísticos, tanto dos tradicionais – sol e praia – quando dos novos, que exploram outras motivações para o deslocamento de pessoas”, esse definido como turismo cultural. Nessa perspectiva, ao nos depararmos com uma cultura local tão rica, nosso questionamento se volta para a limitação turística dessa região. Assim, DIAS (2006, p.19) salienta que na definição do Turismo cultural encontramos elementos comuns a todas as culturas, embora apresentem conteúdos distintos. Esses elementos básicos seriam a existência de crenças, valores, costumes, normas, sanções, símbolos, idioma, ferramentas (utensílios). Dessa forma, a diversidade cultural é factual. Partindo desse pressuposto, a Convenção sobre Diversidade Cultural de 2005 considera como cultura: “O conjunto de traços distintos espirituais, materiais, intelectuais e afetivos, os estilos de vida, as formas de convivência, os sistemas de valores, as tradições e as crenças”. A formação da população de Arraial do Cabo, definida como cabista, se deu em torno da pesca artesanal independentemente de suas praias. Tal constituição populacional aconteceu a partir de distintas etnias, que foram reféns do isolamento geográfico (PRADO, 2002). Isso possibilitou uma definição bastante peculiar de suas particularidades, ou seja, dos elementos culturais estruturantes tanto materiais quanto imateriais, assim como, dos seus bens e serviços culturais. Sendo assim, entendemos que o turismo quando atrelado aos espaços culturais favorece não só a autoidentificação dos membros da comunidade e o fortalecimento do reconhecimento social comunitário, mas, também, a organização da comunidade, em torno do que considerado etnossaberes, ou seja, a sua cultura local. Essa pode redefinir a prática turística nessa região, tendo tanto o turismo ambiental quanto turismo cultural, promovendo uma nova possibilidade de geração de trabalho e renda para essa comunidade.
Título do Evento
VII Coninter
Cidade do Evento
Rio de Janeiro
Título dos Anais do Evento
Anais VII CONINTER
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

MANHÃES, manuela chagas; ESTEVES, Julio Cesar Ramos. O TURISMO CULTURAL, TERRITORIEDADE E CULTURA LOCAL DA COMUNIDADE PESQUEIRA ARTESANAL DE ARRAIAL DO CABO.. In: Anais VII CONINTER. Anais...Rio de Janeiro(RJ) UNIRIO, 2018. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/VIIConinter2018/112863-O-TURISMO-CULTURAL-TERRITORIEDADE-E-CULTURA-LOCAL-DA-COMUNIDADE-PESQUEIRA-ARTESANAL-DE-ARRAIAL-DO-CABO. Acesso em: 15/12/2025

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