A TRANSFORMAÇÃO SOCIAL PROMOVIDA PELA ARTE NA VIDA DAS FAMÍLIAS DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA: UM ESTUDO NA ASSOCIAÇÃO DE PROTEÇÃO E ORIENTAÇÃO AOS EXCEPCIONAIS (APOE), EM CAMPOS DOS GOYTACAZES (RJ)

Maria José Gomes da Silva Castro; Bianca Gomes da Silva Muylaert Monteiro de Castro; Shirlena Campos de Souza Amaral

Título do Trabalho

Autores

Maria José Gomes da Silva Castro
Bianca Gomes da Silva Muylaert Monteiro de Castro
Shirlena Campos de Souza Amaral

Modalidade

Comunicação Oral - Resumo

Área temática

[GT 01] Acessibilidade em tempos de diversidade, inclusão social e escolar

Data de Publicação

14/03/2022

País da Publicação

Brasil

Idioma da Publicação

Português

Página do Trabalho

https://www.even3.com.br/anais/viiconinter2018/112771-a-transformacao-social-promovida-pela-arte-na-vida-das-familias-de-pessoas-com-deficiencia--um-estudo-na-associac

ISSN

2316-266X

Palavras-Chave

Pessoa com Deficiência; Arte; Serviço Social.

Resumo

O preconceito e a discriminação sempre fizeram e ainda integram os desafios na vida de pessoas com deficiências e suas famílias. O presente trabalho busca mediante revisão bibliográfica, coleta de dados e pesquisa de campo, analisar a interação de pessoas com deficiência no meio social, bem como as reações e os sentimentos da família frente ao seu importante papel, isto é, atentar para a responsabilidade que estas têm de incluir seus filhos com deficiência nos diversos âmbitos na sociedade, as dificuldades por elas enfrentadas e os desafios do trabalho profissional do assistente social. Quando a família encontra-se desinformada, esta desinformação acarreta uma gama de sentimentos negativos, que por sua vez, tornam-se fatores que prejudicam o desenvolvimento de crianças com deficiência. O “Projeto Casinha – Sala de Espera” na Associação de Proteção e Orientação aos Excepcionais (APOE), coordenado pela Psicologia e o Serviço Social é um espaço de socialização, onde as mães são orientadas a buscarem apoio efetivo com relação às políticas públicas que possam auxiliar no processo de desenvolvimento de seus filhos, em que as mesmas começam a ver a deficiência de forma “positiva” e, também, de sua autoestima. O Serviço Social por intermédio da Arte, utilizando o teatro, cinema, música, artesanato – este desenvolvido pela necessidade em complementação à renda familiar –, dentre outros, visa tornar concretas às suas finalidades quanto ao seu Projeto Ético-Político Profissional. Nesse sentido, o estudo proporciona uma reflexão sobre a função social que a Arte exerce para que se possa utilizá-la como estratégia de intervenção no trabalho profissional e, assim, fortalecer o Serviço Social e seu projeto ético-político dentro da sociedade capitalista. Assim, o presente trabalho, por meio de revisão bibliográfica e trabalho de campo na Associação de Proteção e Orientação aos Excepcionais, localizada em Campos dos Goytacazes – RJ, vai tratar dos desafios do Serviço Social na inclusão de pessoas com deficiência, considerando nesse processo, a família dessas pessoas, mostrando como assistente social pode atuar para promover mudanças sociais mediante novas práticas e experiências que busquem a democratização social, por intermédio da implementação de projetos de intervenção como o “Projeto Casinha”. No decorrer da pesquisa percebemos que é necessário que o trabalho do Assistente Social se revele no sentido de não apenas corresponder às demandas postas a partir da efetivação das políticas públicas, mas proporcionar aos usuários um despertar crítico, fazendo com que os mesmos se tornem conhecedores de seus direitos. Assim, a atuação do assistente social possui grande importância no trabalho com as famílias das pessoas com deficiências, tanto na execução dos programas e projetos vinculados às políticas públicas numa perspectiva de direito. O espaço social não pode estar organizado só para alguns, todos os grupos sociais devem participar na busca de uma sociedade mais justa para todos. Nos últimos tempos, importantes alterações ocorreram no que se refere aos processos de inclusão das pessoas com deficiência. A principal alteração ocorrida é a que trata do enfoque, tendo em vista que antes focava-se na deficiência, porém, atualmente, cada vez mais difunde-se a ideia de que o olhar deve ser sobre a pessoa e não sobre a deficiência por ela apresentada, conforme Sassaki (2005). Ressaltamos que a aceitação social começa no grupo familiar, onde a criança firmará suas primeiras e mais importantes relações. Estas experiências prepararão suas relações com outras pessoas, bem como a evolução de sua personalidade, criando condições favoráveis, à sua integração nos diversos ambientes sociais onde irão viver (família, amigos, trabalho, lazer e outros). O ambiente familiar pode influenciar negativamente ou não na qualidade da relação estabelecida entre pais e filhos, portanto é de extrema importância para o tratamento e a educação das pessoas com deficiência, desde que os pais tenham um envolvimento com a situação e procurem saber e buscar benefícios para seu filho, que lhe possibilite viver melhor. Precisamos nos valer de todas as estratégias que possam contribuir para o desenvolvimento de processos sociais, ampliando nossas cadeias de mediação, o que pressupõe o reconhecimento de que, sem a articulação entre a realidade e a sensibilidade, não avançamos em processos que se queiram transformadores. E, por fim, que dentre estes processos, utilizar a arte, a criatividade como estratégia pedagógica é, sem dúvida, um potencial alternativo para o trabalho do assistente social. É importante ressaltarmos que o uso da arte, ou qualquer estratégia, não pode prevalecer sobre o que é essencial, o objetivo aprofundado e problematizado para uma finalidade, caso contrário perde densidade e substância sobre aquilo que é objeto de nossa investigação ou reflexão. Desenvolver o artesanato torna-se, um trabalho de pessoas que realizam algo com finalidades diversas, seja por uma complementação da renda familiar questões financeiras ou como forma de ocupar o tempo. O resultado desse trabalho é considerado como arte própria, pois é fruto de sua produção e de seu conhecimento próprio. Portanto o artesanato é considerado por essas mulheres somente em seus aspectos positivos, porque ele trouxe benefícios tanto para a renda e consumo quanto para a autoestima e integração social. Assim, vemos o Projeto Casinha sala de espera também como complementação da renda. Com outra perspectiva, onde essas mães estão caminhando e crescendo na sua visão de mundo. Procuramos contribuir para o crescimento da clientela, não só à nível de complementação da renda familiar, mas também levando a refletir sobre seus direitos no processo de construção como cidadãos, tornando-as mais participativa em relação a APOE e à realidade em que vivem. Constatamos, conforme levantamento de estudos bibliográficos, que no Serviço Social a produção sobre a temática ainda é escassa. Apesar de uma aproximação tímida da categoria sobre o assunto, há a necessidade de aprofundamento sobre a relação Serviço Social e a Arte. Dessa forma, utilizamos a teoria de Abreu (2004), Faleiros (2005), Guerra (2000), Iamamoto (2009), Silva (2010), entre outros autores para, junto com a observação participante, demonstrar que o assistente social, dentro da sua ética-profissional, pode proporcionar a capacitação em momentos de espera, objetivando a autonomia e o resgate da confiança e da autoestima de pessoas com deficiência e de suas famílias.

Título do Evento: VII Coninter
Cidade do Evento: Rio de Janeiro
Título dos Anais do Evento: Anais VII CONINTER
Nome da Editora: Even3
Meio de Divulgação: Meio Digital

Como citar

CASTRO, Maria José Gomes da Silva; CASTRO, Bianca Gomes da Silva Muylaert Monteiro de; AMARAL, Shirlena Campos de Souza. A TRANSFORMAÇÃO SOCIAL PROMOVIDA PELA ARTE NA VIDA DAS FAMÍLIAS DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA: UM ESTUDO NA ASSOCIAÇÃO DE PROTEÇÃO E ORIENTAÇÃO AOS EXCEPCIONAIS (APOE), EM CAMPOS DOS GOYTACAZES (RJ).. In: Anais VII CONINTER. Anais...Rio de Janeiro(RJ) UNIRIO, 2018. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/VIIConinter2018/112771-A-TRANSFORMACAO-SOCIAL-PROMOVIDA-PELA-ARTE-NA-VIDA-DAS-FAMILIAS-DE-PESSOAS-COM-DEFICIENCIA--UM-ESTUDO-NA-ASSOCIAC. Acesso em: 05/05/2025