A IMPORTÂNCIA DA MASTURBAÇÃO NA CONSTRUÇÃO DA SEXUALIDADE FEMININA

Publicado em 14/03/2022 - ISSN: 2316-266X

Título do Trabalho
A IMPORTÂNCIA DA MASTURBAÇÃO NA CONSTRUÇÃO DA SEXUALIDADE FEMININA
Autores
  • Gustavo Santos Crespo
  • Erika Costa Barreto Monteiro de Barros
  • Simone Fernandes de Lima Fioravanti
Modalidade
Comunicação Oral - Resumo
Área temática
[GT 09] Estudos de gênero, sexualidades e corporalidades
Data de Publicação
14/03/2022
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/viiconinter2018/112685-a-importancia-da-masturbacao-na-construcao-da-sexualidade-feminina
ISSN
2316-266X
Palavras-Chave
mulher, prazer, sexualidade
Resumo
RESUMO A sexualidade tem sido tema de recorrentes discussões em diversos meios, incluindo a psicologia. Compreender como a mulher vivencia esse aspecto de sua vida e os fatores socioculturais que influenciam sua percepção são fatores que corroboram para o entendimento e elaboração de mecanismos e estratégias terapêutica que ajudem na obtenção do prazer feminino. O objetivo deste trabalho é fazer uma revisão da literatura a partir de autores que apontem para a importância do autoconhecimento por meio do toque como mecanismo fundamental para o desenvolvimento da sexualidade feminina e ressignificação da diversidade de vivências sexuais, desde uma desinibição em relação ao sexo, passando pela influência de fatores externos, até a assexualidade. Busca-se comprovar que a maior exploração das funções de contato na experiência sexual proporciona maior desenvoltura e plenitude sexual. Palavras – Chave: mulher, prazer, sexualidade. INTRODUÇÃO A sociedade atual tem o hábito de pensar a sexualidade resumida ao ato sexual e ao que lhe é próximo. No entanto, essa é uma redução de algo mais amplo, pois ela também se refere a aspectos como erotismo e sensualidade. A sexualidade e a identidade sexual configuram-se como as bases mais importantes da identidade pessoal dos indivíduos. A construção da identificação sexual é um processo que se intensifica na adolescência, tornando a tarefa fundamental dessa fase do desenvolvimento humano. Os fatores históricos, sociais e culturais influenciam fortemente a construção e a constituição de gênero. FUNDAMENTAÇÕA TEÓRICA A sexualidade humana, de acordo com Seixas (1998), é composta pelos aspectos biológico, psicológico e social. A autora apresenta uma visão do homem como um todo, do qual a sexualidade faz parte. A sexualidade, presente desde o nascimento, tem um tempo e ritmo próprios para ser vivenciada pela pessoa. A vivência da sexualidade como tal, ocorre na puberdade, que se inicia nas meninas com o desenvolvimento mamário, aparecimento inicial dos pelos pubianos e da menarca, seguido por um maior desenvolvimento dos seios e pelos pubianos (DUARTE, 2010). As rápidas transformações corporais contribuem para o interesse das adolescentes pelo conhecimento de si mesmo, tanto de sua identidade sexual como de seu corpo. Nesse processo, ocorre a manipulação das partes do corpo, a descoberta de sensações eróticas, de zonas erógenas e a experimentação da masturbação (SEIXAS, 1998). Conforme Ginger (2007), admite-se atualmente que a masturbação é necessária e natural no desenvolvimento sexual, pois prepara a função sexual e beneficia especialmente o orgasmo feminino. A passagem à sexualidade com parceiro é a mudança de maior repercussão na adolescência (HEILBORN, 2006). Após o desenvolvimento sexual inicial, no qual ocorrem as descobertas do próprio corpo e das sensações prazerosas, aproxima-se o momento do ato sexual propriamente dito. Para Altmann (2007), é socialmente pregado que a masturbação feminina não é olhada com naturalidade pela família e que espera-se que sua primeira relação sexual ideal deve acontecer em um relacionamento amoroso, o que pode demonstrar a capacidade do indivíduo em manter uma ligação afetiva. Assim, a experiência sexual feminina é vista como consequência da concretização do vínculo amoroso. Para Altmann (2007), o ideal da primeira relação é muito forte, e não se trata de valorizar a virgindade por ela mesma, mas de dar especial atenção essa experiência. Assim, ao perceber que ela não foi como esperava, ou ao desiludir-se amorosamente, a mulher pode vir a sentir-se mal ou se responsabiliza por ter estragado esse momento de sua vida, sentimento que poderá contribuir para uma má vivência de experiências sexuais futuras. Reis (1992) assinala que existe diferenças entre o discurso acerca da sexualidade e como ela é vivida pelos indivíduos. Na fala, trata-se de algo natural, normal, voltado para o prazer, mas ela é vivenciada com preconceitos, que podem provocar insatisfação e sentimentos de culpa. Segundo Heilborn (2006), a revolução sexual que tornou mais liberais códigos de conduta que antes eram limitados, permitiu, sobretudo às mulheres, uma maior liberdade para tratar o tema da sexualidade. Culturalmente, a sexualidade feminina vincula amor ao sexo, ao passo que da masculina, se espera uma vida sexual ativa, mesmo sem a presença do afeto (DALL’AGNOL, 2003). Esses padrões de comportamento diferenciados são mantidos e cada um dos gêneros deve saber o que fazer em relação ao outro (SANTOS & SILVA, 2008). Para os autores, a mulher fica disposta a ter relações sexuais se estiver bem, e para o homem, a relação sexual é um meio, um instrumento para sentir-se bem METODOLOGIA O presente estudo trata de uma revisão da literatura que busca analisar os aspectos socioculturais que interferem na obtenção do prazer ligado à sexualidade feminina a partir de autores que apontem para a importância do autoconhecimento por meio do toque como mecanismo fundamental para o desenvolvimento da sexualidade, mecanismo que históricamente tem sido negado à mulher de forma a impactar suas vivências sexuais. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os apontamentos feitos durante esta revisão da literatura, para a execução desta pesquisa evidenciaram o quão delicado é tratar da sexualidade feminina A sexualidade não pode ser entendida como resultado apenas da realidade interna do indivíduo, mas em razão do campo ao qual ele pertence. Todos os autores citados fizeram referência ao toque, considerando-o como a forma mais óbvia de contato. O toque é relevante para as descobertas sexuais, tanto por meio da masturbação, como do toque mútuo, com o parceiro. Tocar-se no início do desenvolvimento da sexualidade possibilita fazer contato com o próprio corpo, conhecê-lo e descobrir formas de prazer que enriqueceram suas experiências sexuais. Percebe-se que, por mais que seja doloroso para muitas mulheres falar de sua experiência, preferencias e desejo sexual, entrar em contato com suas feridas, medos e construções por meio da fala, conversar a respeito do assunto com o parceiro proporciona à mulher a contínua construção de sua sexualidade. Assim, embora muito se fale que os valores culturais estão mudando, o que promoveria mais liberdade para as mulheres tratarem o tema, o que pode se perceber é que ainda há muito caminho pela frente até que a mulher torne-se um ser capaz de dar a si mesma o direito de vivenciar sua sexualidade rumo a obtenção do prazer.
Título do Evento
VII Coninter
Cidade do Evento
Rio de Janeiro
Título dos Anais do Evento
Anais VII CONINTER
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

CRESPO, Gustavo Santos; BARROS, Erika Costa Barreto Monteiro de; FIORAVANTI, Simone Fernandes de Lima. A IMPORTÂNCIA DA MASTURBAÇÃO NA CONSTRUÇÃO DA SEXUALIDADE FEMININA.. In: Anais VII CONINTER. Anais...Rio de Janeiro(RJ) UNIRIO, 2018. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/VIIConinter2018/112685-A-IMPORTANCIA-DA-MASTURBACAO-NA-CONSTRUCAO-DA-SEXUALIDADE-FEMININA. Acesso em: 17/05/2025

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