EVOLUÇÃO DO MOVIMENTO FEMINISTA NO BRASIL: UMA ABORDAGEM A PARTIR DA DITADURA MILITAR

Publicado em 14/03/2022 - ISSN: 2316-266X

Título do Trabalho
EVOLUÇÃO DO MOVIMENTO FEMINISTA NO BRASIL: UMA ABORDAGEM A PARTIR DA DITADURA MILITAR
Autores
  • Gislene Quaresma Oliva
  • Maria da Luz Alves Ferreira
Modalidade
Comunicação Oral - Resumo
Área temática
[GT 09] Estudos de gênero, sexualidades e corporalidades
Data de Publicação
14/03/2022
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/viiconinter2018/112621-evolucao-do-movimento-feminista-no-brasil--uma-abordagem-a-partir-da-ditadura-militar
ISSN
2316-266X
Palavras-Chave
Feminismo, Ditadura, Opressão
Resumo
A Ditadura Militar no Brasil representou um período de autoritarismo político, de violação dos direitos humanos, e censura à liberdade de expressão. Esse cenário contribuiu para o surgimento de uma série de movimentos sociais que ganharam destaque enquanto conseqüência das ações militares, e dentre essas efervescências sociais, encontra-se o Movimento Feminista, que aos poucos foi ganhando importância enquanto um instrumento de luta e resistência. Vale salientar que para abordar o Movimento Feminista Brasileiro, precisaremos inicialmente voltar às origens do mesmo para compreendê-lo em todas as suas dimensões. Foi no século XIX e início do XX, período conhecido como a Primeira Onda do Feminismo, que aconteceu o sufrágio das mulheres, direitos trabalhistas e educacionais para as mulheres e garotas. Enquanto, a Segunda Onda que aconteceria nas décadas de 60-80, lidava com a desigualdade das leis, assim como as desigualdades culturais. E por fim, a Terceira Onda, marcada pelo começo da década de 2000, e entendida por alguns como continuidade da segunda. Contextualizar o momento histórico e político do surgimento do Movimento Feminista. Analisar como atuava o Movimento Feminista durante a Ditadura Militar (1964-1985) e como atua no período democrático (1988-2018), e como se deu a influência política do Estado nesse movimento. A metodologia deste artigo será focada na pesquisa bibliográfica sobre as temáticas relacionadas ao feminismo, gênero, violência, repressão, autonomia, de modo a contemplar uma revisão de literatura. A origem do Movimento Feminista se deu nos Estados Unidos da América na década de 60, e depois se expandiu para diversos outros países, tendo como idéia inicial a libertação das mulheres. Entretanto, há registro de que a palavra “feminismo” tenha sido usada inicialmente na França e nos Países Baixos no século XIX em uma conjuntura diferente, que era a sociedade liberal européia emergente. Nesse sentido, a Inglaterra se torna o núcleo irradiador do feminismo emancipacionista, e a luta focava-se na obtenção de igualdade jurídica como, por exemplo, direito ao voto, de instrução, exercer uma profissão ou mesmo poder trabalhar. O chamado feminismo emancipacionista está ligado às contradições que estavam presentes na sociedade liberal daquele momento, onde o que vigorava eram as diferenças entre homem e mulher. (CANCIAN, 2008). Os movimentos feministas de Segunda Onda que aumentavam no exterior, influenciaram o do Brasil, que entre outras pautas, tinham algumas particularidades por conta do cenário político, uma vez que a Ditadura Militar oferecia sérios obstáculos à liberdade. Assim, muitas mulheres que foram exiladas, quando retornaram, tiveram muita importância para o Movimento Feminista brasileiro. Estimuladas também pela instituição do Dia Internacional da Mulher pela Organização das Nações Unidas (ONU), ocorre no Rio de Janeiro e em São Paulo diversas reuniões que resultaram na criação do Centro da Mulher Brasileira e Centro de Desenvolvimento da Mulher Brasileira respectivamente, que eram espaços de debates e reflexões sobre as condições em que as mesmas se encontravam. Inspiradas em Simone de Beauvoir, Betty Fridman e outros nomes, muitas mulheres no Brasil atuaram na luta contra a Ditadura Militar, e também em outras questões relevantes, que eram pontuadas pelo Movimento Feminista, merecendo destaque a existência de uma opressão característica, que tinha raízes profundas e atingia a todas as mulheres, independentes de classe social, sistema econômico ou político. Uma questão relevante que merece atenção refere-se à mulher trabalhadora, uma vez que nos Estados Unidos da América, enquanto a reivindicação era salário igual e trabalho igual, no Brasil a luta era por maior liberdade, participação em sindicatos, luta pelos direitos das empregadas domésticas, saúde, segurança no trabalho e contra o assédio sexual dos chefes e colegas de trabalho (PEDRO, 2016). Durante a década de 80, inúmeros outros problemas de ordem social, econômica e política roubaram a cena em diversos lugares do mundo, como as crises econômicas, violência, terrorismo, tráfico de drogas entre outros. Porém, no Brasil, mudanças importantes aconteceram em função do feminismo organizado, como as que foram garantidas pela Constituição de 1988, a “Constituição Cidadã”, que teve destaque para o movimento feminino e as feministas, que com o “lobby do batom”, alcançaria mudanças significativas na nova Constituição como, por exemplo, a isonomia, que é a igualdade de todos perante a lei, sem qualquer distinção. Enfim, a Constituição de 1988 não conseguiu abarcar as trabalhadoras domésticas no rol das outras categorias de trabalhadores, e esse fato é uma enorme mancha que contradiz a natureza cidadã da Constituição brasileira. Segundo Castells (1991), nos últimos 25 anos tem-se observado um processo de conscientização de diferente intensidade, de rápida difusão e de caráter irreversível trata-se de uma insurreição maciça e global das mulheres na luta contra sua opressão. E esses movimentos causaram e ainda causam um impacto profundo nas instituições da sociedade e, especialmente, no que diz respeito à conscientização das mulheres. Nos últimos anos do século XX, com o surgimento de algumas políticas públicas, tais como a criação do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher – em 1985, promoveria mais tarde, em âmbito nacional, políticas para assegurar à mulher condições de liberdade, igualdade de direitos e participação em atividades tanto políticas, quanto econômicas e culturais (BANDEIRA, 2005). Neste sentido, acentuou-se um processo de lutas e reivindicações, negociações e até mesmo alianças por parte dos movimentos feministas e por organizações não governamentais com vistas a atender as demandas solicitadas por estes movimentos. Embora o Movimento Feminista tenha conquistado inúmeros avanços no que se refere às relações de gênero, há muitos desafios a serem superados, uma vez que temos ainda uma sociedade bastante preconceituosa e ao mesmo machista.
Título do Evento
VII Coninter
Cidade do Evento
Rio de Janeiro
Título dos Anais do Evento
Anais VII CONINTER
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

OLIVA, Gislene Quaresma; FERREIRA, Maria da Luz Alves. EVOLUÇÃO DO MOVIMENTO FEMINISTA NO BRASIL: UMA ABORDAGEM A PARTIR DA DITADURA MILITAR.. In: Anais VII CONINTER. Anais...Rio de Janeiro(RJ) UNIRIO, 2018. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/VIIConinter2018/112621-EVOLUCAO-DO-MOVIMENTO-FEMINISTA-NO-BRASIL--UMA-ABORDAGEM-A-PARTIR-DA-DITADURA-MILITAR. Acesso em: 06/05/2025

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