OS (DES)LUGARES DA EDUCAÇÃO DO CAMPO: O CASO DA ESCOLA MUNICIPAL DE MORANGABA EM CAMPOS DOS GOYTACAZES (RJ)

Viviane Cristina Silva Lima; janaina da silva ribeiro; Marcelo Cavalcanti Vianna

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Trabalho

Título do Trabalho

OS (DES)LUGARES DA EDUCAÇÃO DO CAMPO: O CASO DA ESCOLA MUNICIPAL DE MORANGABA EM CAMPOS DOS GOYTACAZES (RJ)

Autores

Viviane Cristina Silva Lima
janaina da silva ribeiro
Marcelo Cavalcanti Vianna

Modalidade

Comunicação Oral - Resumo

Área temática

[GT 06] Economia Popular e Solidária e Desenvolvimento Local

Data de Publicação

14/03/2022

País da Publicação

Brasil

Idioma da Publicação

Português

Página do Trabalho

https://www.even3.com.br/anais/viiconinter2018/112351-os-(des)lugares-da-educacao-do-campo--o-caso-da-escola-municipal-de-morangaba-em-campos-dos-goytacazes-(rj)

ISSN

2316-266X

Palavras-Chave

identidades, território, políticas públicas

Resumo

Um dos maiores desafios na efetivação da Educação do Campo nas escolas é a falta de identificação/simpatia dos educadores em relação a uma proposta educativa diferenciada, que esteja alicerçada no protagonismo dos estudantes. Mesmo nas cidades interioranas há muitos profissionais que não desejam realizar suas atividades docentes em unidades escolares longe dos centros urbanos. Isso ocorre principalmente pela dificuldade de acesso, quer seja pelas condições precárias das estradas, quer seja pela irregularidade na oferta de transporte público. Por outro lado, é preciso destacar que, em muitos casos, a atuação dos educadores em escolas rurais é livresca e descontextualizada. Os mesmos reproduzem os conteúdos utilizados nas escolas urbanas sem que haja uma dialogicidade com as realidades, as identidades e a cultura territorial. Essa prática contribui com a seguinte gradação: elevada distorção idade-série, altos índices de evasão escolar e, por fim, êxodo rural. Situação que denota a falta de sentido da escola na vida dos estudantes (e de suas famílias). Ao discutirmos questões referentes a (re)produção social, ao modus operandi e ao modus vivendi dos jovens “rurais” e dos jovens “urbanos” é fundamental a compreensão dos novos contornos presentes nessa temática. Uma vez que, atualmente, as fronteiras que “delimitam” esses espaços são fluídas e delgadas. Por outro lado, esse processo não pode resultar numa homogeneização identitária e cultural desses territórios e de suas territorialidades. Por tudo isto, acredita-se que a escola do sentido para os “jovens rurais” deve arcabouçar-se nos pressupostos epistemo-metodológicos da Educação do Campo. Entende-se, por tal educação aquela que valoriza as identidades camponesas; a resistência do trabalho camponês “e das lutas sociais e culturais dos grupos, que hoje tentam garantir a sobrevivência desse trabalho.” (CALDART, 2012, p. 258). É preciso salientar que a Educação do Campo é forjada nas lutas cotidianas dos camponeses, que resistem a investidura do Capital Agrário e sua expropriação cultural. Constantemente os gestores públicos tentam minimizá-la a prática pedagógica e aplicação “diferenciada” de metodologias e instrumentos de avaliação. Historicamente, os povos do campo sempre estiveram atrelados a projetos residuais de desenvolvimento socioeconômico e de políticas setoriais, impostas de cima para baixo. Evidenciando a racionalidade de muitos gestores públicos, que qualificam o meio rural como lócus do “atraso” e da “ignorância”. Diante do exposto, o presente texto se propõe a discutir as experiências vivenciadas nas formações continuadas com educadores da Escola Municipal de Morangaba, localizada no município de Campos dos Goytacazes, região Norte Fluminense, bem como refletir sobre suas práxis pedagógicas destes na promoção do desenvolvimento local e no protagonismo dos estudantes. No sentido de mitigar a dívida histórica que as políticas educacionais têm com os camponeses e valorizar o seu capital territorial, os movimentos sociais camponeses com apoio de intelectuais e da sociedade civil organizada, tem avançado no debate sobre a importância da Educação do Campo e, na proposição de políticas do tipo bottom-up. Entende-se por tal tipologia de políticas aquela que cuja implantação surge de um conjunto de estratégias criadas pela burocracia “de nível de rua para a resolução de problemas cotidianos”(RUA e RAMANINI, 2018, p. 12). Ou seja, as políticas bottom-up são construídas através das demandas populares. A base metodológica utilizada apresenta uma abordagem qualitativa. A análise de dados secundários apoia-se na revisão bibliográfica e documental, bem como nas experiências compartilhadas entre estudantes, educadores, gestores e extensionistas rurais. As análises revelaram que a Secretaria Municipal de Educação de Campos dos Goytacazes (SMECE), embora tenha aprovado uma matriz curricular diferenciada para atender as escolas do campo, a implementação da mesma tem enfrentado uma série de barreiras, dentre elas o não envolvimento dos educadores com as formações continuadas. Especificamente, no caso da Escola Municipal de Morangaba, a gestão escolar adota um discurso autoritário e segregante, criando um abismo comunicativo entre a gestão, os pais/responsáveis, os estudantes e os educadores. Resultado desse relacionamento foi a redução do número de matrículas e esvaziamento da unidade escolar. Em virtude dessa dinâmica muito ainda precisa ser realizado na escola, na comunidade e, principalmente, junto as gestões (escolar e municipal), a fim de assegurar os direitos constitucionais de uma educação que atenda às necessidades dos sujeitos locais.

Título do Evento: VII Coninter
Cidade do Evento: Rio de Janeiro
Título dos Anais do Evento: Anais VII CONINTER
Nome da Editora: Even3
Meio de Divulgação: Meio Digital

Como citar

LIMA, Viviane Cristina Silva; RIBEIRO, janaina da silva; VIANNA, Marcelo Cavalcanti. OS (DES)LUGARES DA EDUCAÇÃO DO CAMPO: O CASO DA ESCOLA MUNICIPAL DE MORANGABA EM CAMPOS DOS GOYTACAZES (RJ).. In: Anais VII CONINTER. Anais...Rio de Janeiro(RJ) UNIRIO, 2018. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/VIIConinter2018/112351-OS-(DES)LUGARES-DA-EDUCACAO-DO-CAMPO--O-CASO-DA-ESCOLA-MUNICIPAL-DE-MORANGABA-EM-CAMPOS-DOS-GOYTACAZES-(RJ). Acesso em: 12/08/2025