A FARRA DOS BOIS PINTADINHOS NO MUNICÍPIO DE MACAÉ – RJ

Publicado em 14/03/2022 - ISSN: 2316-266X

Título do Trabalho
A FARRA DOS BOIS PINTADINHOS NO MUNICÍPIO DE MACAÉ – RJ
Autores
  • Wilson dos Santos Souza
  • Prof. Dr. Giovane do Nascimento
Modalidade
Comunicação Oral - Resumo
Área temática
[GT 07] Educação Memória História
Data de Publicação
14/03/2022
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/viiconinter2018/112238-a-farra-dos-bois-pintadinhos-no-municipio-de-macae--rj
ISSN
2316-266X
Palavras-Chave
Boi Pintadinho, Pesquisa Etnográfica Musical, Memória, Políticas Sociais.
Resumo
O presente trabalho é dedicado à compreensão da farra dos Bois Pintadinhos em Macaé-RJ, e, nesse sentido, trata-se de uma manifestação da cultura popular amplamente vista em toda a cidade e constitui uma das práticas culturais mais importantes do município, sendo dele um patrimônio imaterial. Embora a tradição do “boi” exista há mais de um século, segundo registro da própria Prefeitura, a bibliografia a nível acadêmico é praticamente inexistente. Em função da imensa importância que apresenta o “Boi Pintadinho”, e levando-se em conta a intensidade com que acontecem as manifestações no período do carnaval, e, considerando o envolvimento das pessoas e comunidades, produzir uma etnografia do folguedo se torna fundamental para a compreensão do mesmo. Situamos a “brincadeira” entre as multiformes apresentações existentes nas mais diversas regiões do Brasil: “Boi-Bumbá” no norte, “Bumba-Meu-Boi” no nordeste, Reis de Boi, Boi Pintadinho, Boi Malhadinho e Boi de Reis no sudeste, Boi de Mamão no sul, Santa Catarina. Mário de Andrade as situava no primeiro plano das “danças dramáticas” em termos de originalidade, complexidade e exemplaridade. Chamamos atenção para o mito dos diversos bois, que não é uniforme, mas importante, pois é elemento de identidade. O mais comum, é aquele que narra a história da morte e ressurreição do boi (norte/nordeste). Existem variantes, ressignificações e, em alguns lugares, a própria inexistência de um auto. Em Macaé, o Boi Pintadinho ocorre no ciclo carnavalesco, e segundo site da prefeitura (MACAÉ, 2010), possui cento e oito anos de existência. Dadas as suas dimensões, esses bois que competem na avenida são grandes, demandando destreza para quem os movimenta. Acompanha-os um grupo de ritmistas, que marcam o ritmo da dança do boi. Os instrumentos principais são o surdo, a caixa e o repique. De acordo com as informações existentes no blog http://boispintadinhosdemacae.blogspot.com.br, há em torno de noventa bois catalogados pela Liecam (Liga Independente das Entidades Carnavalescas de Macaé), que coordena os desfiles de carnaval, sendo o município recordista em número de bois em todo Brasil. Os quesitos avaliados pelos jurados nos concursos de bois são: animação, bateria, adereços e originalidade. O “boi” é uma tradição típica dos bairros de periferia. Bois grandes confeccionados pelos artesãos mais experientes, ou bois menores feitos por crianças e adolescentes, que pedem dinheiro nas esquinas para financiar a construção do “boi” da própria rua. Situamos o Boi Pintadinho em relação ao de Campos, que tem o mesmo nome, e ao Boi Malhadinho de Quissamã. Consideramos relevante isso, pois há características comuns que conferem uma certa identidade regional ao “boi”. Como manifestação cultural das periferias o Boi Pintadinho é uma resposta das comunidades, em nível simbólico à sua invisibilidade social, constitui elemento de representação cultural (HALL, 2016) e, ao mesmo tempo, de resistência (o “Boi Pintadinho” sobrevive às transformações urbano/culturais geradas pela vinda da Petrobras para o município desde 1977). Esta pesquisa tem por objetivo principal compreender que manifestação cultural é essa que se revela em um todo artístico-expressivo, com ênfase nas práticas musicais a ela ligadas. Como objetivos específicos pretende-se situá-lo em relação aos “bois” de Campos e Quissamã, mapear os grupos, analisar as representações sociais por ele engendradas, descrever os processos de construção, discutir as políticas culturais de incentivo, conservação e salvaguarda e, por fim, fazer a transcrição musical das batidas das baterias. A metodologia compreende a análise de informações da imprensa oficial, de blog e da nossa própria observação, pesquisa etnográfica musical, estudo comparativo dos “bois” dentro do município e com os de Quissamã e Campos, observação participante, recorrendo a entrevistas individuais com mestres e lideranças dos grupos, investigando elementos de sua história oral e memória.
Título do Evento
VII Coninter
Cidade do Evento
Rio de Janeiro
Título dos Anais do Evento
Anais VII CONINTER
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

SOUZA, Wilson dos Santos; NASCIMENTO, Prof. Dr. Giovane do. A FARRA DOS BOIS PINTADINHOS NO MUNICÍPIO DE MACAÉ – RJ.. In: Anais VII CONINTER. Anais...Rio de Janeiro(RJ) UNIRIO, 2018. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/VIIConinter2018/112238-A-FARRA-DOS-BOIS-PINTADINHOS-NO-MUNICIPIO-DE-MACAE--RJ. Acesso em: 02/05/2025

Trabalho

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