A CIDADE CAMPO DAS RELAÇÕES SOCIAIS E DOS CONFLITOS: PATRIMÔNIO CULTURAL SUAS INTERFACES

Publicado em 14/03/2022 - ISSN: 2316-266X

Título do Trabalho
A CIDADE CAMPO DAS RELAÇÕES SOCIAIS E DOS CONFLITOS: PATRIMÔNIO CULTURAL SUAS INTERFACES
Autores
  • SIRLEY C FERREIRA
Modalidade
Comunicação Oral - Resumo
Área temática
[GT 02] Conflitos Socioambientais
Data de Publicação
14/03/2022
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/viiconinter2018/110350-a-cidade-campo-das-relacoes-sociais-e-dos-conflitos--patrimonio-cultural-suas-interfaces
ISSN
2316-266X
Palavras-Chave
cidade, patrimônio cultural, planejamento urbano e educação patrimonial.
Resumo
O acelerado processo de (re) urbanização das cidades brasileiras coloca em questão a conservação do patrimônio cultural e os espaços de memória. Da mesma forma, temos o desafio de (re) discutir as ações públicas de organização do espaço urbano e sua relação com os bens culturais em questão seus desafios e perspectivas quando se trata das implicações na politica conservação e valorização do patrimônio. Deste modo, o Planejamento ambiental urbano deve ser executado tendo como instrumento de orientação o território e seus atributos (DUARTE, 2005). Visto como processo continuo, a participação da população na definição de regras e instrumentos para melhor gestão dos espaços públicos e ate mesmo das áreas de interesse cultural e dos espaços de memória, propicia a legitimação para sua implementação.O Tombamento e o Plano Diretor são dois importantes instrumentos que contribuem na gestão da cidade e na possível valorização do patrimônio ambiental urbano. O primeiro devemos entender como instrumento administrativo no qual tem como ‘’finalidade a conservação da coisa, aí entendida como bens de natureza materiais, sejam eles móveis ou imóveis’’ (RABELLO, 2009, p. 24). Já o Plano Diretor não ‘’é apenas uma peça puramente cientifica e técnica, mas uma peça política, vinculada não somente aos poderes e atribuições de um governo municipal’’ (VILLAÇA, 1999, p. 245), mas a principio é o plano que define as orientações sobre como deverá ser organizado e estabelecido de forma conjunta as ações sobre o território ou de determinada parcela da dimensão territorial. Sendo assim, chamo atenção sobre o tombamento e conservação são duas coisas distintas, mas que se complementam, pois a conservação deve ser de interesse público, que por finalidade é o preceito básico que irá direcionar o principal efeito jurídico do tombamento, ou seja, o tombamento por ser ato administrativo com obrigação de conservar a coisa tombada, deve ser de direito de todos de forma jurídica participarem do processo de salvaguardar do bem tombado (RABELLO, 2009). Lembrando que a noção de patrimônio cultural imaterial ao longo do tempo tem nos permitido destacar referencias culturais, principalmente nas políticas públicas de patrimônio como os conhecimentos tradicionais, os saberes, a oralidade, as manifestações e sistemas de valores e expressões culturais e artísticas constituindo importantes elementos na identificação cultural dos povos, principalmente de Matrizes Africanas e Indígenas (FERNANDES, et. al., 2016). Ainda dentro dessa linha de argumentação, a memória coletiva contribui na valorização do patrimônio cultural, inclusive imaterial, e ate mesmo no fortalecimento da identidade coletiva local. Nesta perspectiva, as práticas de preservação e restauro que marcam as políticas patrimoniais, da mesma forma ‘’estruturalmente são marcadas por um desejo permanente e insaciável pela autenticidade e que se discute-se a presença ou ausência do patrimônio, a necessidade ou não de preservá-lo, porém não se discute a sua existência’’ (GONÇALVES, 1996, apud, BOTELHO, 2006, p. 487). Nesse sentido, o patrimônio em si é extensão da vida social do individuo, do grupo social, do cotidiano e da afirmação de sua identidade e local. Deste modo, oportuno salientar que a presença e a conservação do patrimônio é elemento em questão que requer uma análise inter/multidisciplinar, mas por outro lado também é uma questão histórica e política.Percebe-se que as mudanças de governo e administração pública e descontinuidades ou falta de investimentos de projetos de cunho cultural voltados para melhoria e resgates dos bens materiais e imateriais, inclusive o reconhecimento dos espaços de memória são uns dos grandes desafios no século XXI enfrentados nas cidades históricas e grandes metrópoles. Desde então, conseqüentemente, o acelerado crescimento das cidades brasileiras nas ultimas décadas, revela a ‘’ineficiência dos instrumentos de planejamento urbano’’, agravando as desigualdades sociais, essa rápida expansão do tecido urbano diretamente obriga urbanistas a refletir sobre novas alternativas de planejamento, controle e intervenção urbanos (XAVIER, 2002, p. 287). A partir do pano de fundo exposto acima, considerando a cidade do Rio de Janeiro, principalmente a Zona Portuária constituídos pelos bairros Gamboa, Santo Cristo e Saúde. Área essa que por muito tempo foi esquecido pelo setor público e que agora tenta por meio do processo de (re) ordenamento na finalidade de tornar como porta de entrada do turismo no país e referencia para demais portos brasileiros emerge no bojo da discussão sobre as ações do Estado e valorização do patrimônio cultural na zona do porto. No Bairro Saúde, a Pedra do Sal é um monumento histórico e religioso e onde se encontra a Comunidade Remanescente de Quilombos da Pedra do Sal, tombada pelo Estado do Rio de Janeiro em 1984 (INEPAC, 2016). Esse importante monumento tem enorme valor histórico e cultural para a comunidade que reside no local. O Projeto de Lei nº 346/2017 que declarou o Quilombo da Pedra do Sal Patrimônio Cultural Imaterial do Município do Rio de Janeiro foi vetado pelo atual prefeito Marcelo Crivella nesse ano 2018 (REVISTA FORUM, 2018). O momento atual torna-se ainda mais apropriado essas questões e percebe-se que essas considerações apresentadas ampliam nosso campo de análise quando tratamos das políticas de conservação do patrimônio cultural e ate que ponto essa relação consiste e dialogam com as políticas locais e de planejamento urbano e demais instancias de governo. Desde então, as transformações urbanas não se restringem aquelas que acontecem no espaço físico, mas valorização dos espaços urbanos composta de aspectos subjetivos. Logo, é importante chama atenção que a ausência do estado tende a colocar em risco os bens culturais existentes, onde a Educação Patrimonial cumpri papel fundamentador no processo de conscientização e formação de atores conscientes sobre o patrimônio. Desde então, por meio da pesquisa exploratória com vista a uma análise qualitativa e da pesquisa bibliográfica e documental (livros, dissertações, teses, leis e demais documentos), o objetivo geral consiste (re) discutir a interface do patrimônio cultural e as políticas de planejamento urbano, seus desafios e perspectivas na conservação dos bens culturais na cidade contemporânea.
Título do Evento
VII Coninter
Cidade do Evento
Rio de Janeiro
Título dos Anais do Evento
Anais VII CONINTER
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

FERREIRA, SIRLEY C. A CIDADE CAMPO DAS RELAÇÕES SOCIAIS E DOS CONFLITOS: PATRIMÔNIO CULTURAL SUAS INTERFACES.. In: Anais VII CONINTER. Anais...Rio de Janeiro(RJ) UNIRIO, 2018. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/VIIConinter2018/110350-A-CIDADE-CAMPO-DAS-RELACOES-SOCIAIS-E-DOS-CONFLITOS--PATRIMONIO-CULTURAL-SUAS-INTERFACES. Acesso em: 25/05/2025

Trabalho

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