AVANÇOS TECNOLÓGICOS: O FIM DO TEMPO DE NÃO TRABALHO

Publicado em 14/03/2022 - ISSN: 2316-266X

Título do Trabalho
AVANÇOS TECNOLÓGICOS: O FIM DO TEMPO DE NÃO TRABALHO
Autores
  • Mylena Devezas Souza
Modalidade
Comunicação Oral - Resumo
Área temática
[GT 21] Trabalho e Economias
Data de Publicação
14/03/2022
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/viiconinter2018/108735-avancos-tecnologicos--o-fim-do-tempo-de-nao-trabalho
ISSN
2316-266X
Palavras-Chave
não trabalho, tecnologia, disposição ao empregador.
Resumo
O trabalho faz parte da vida de boa parte da população. É o meio de sustento, seu meio de sobrevivência. Inicialmente, o trabalho era concentrado na área rural, com o cultivo de alimentos e criação de animais. Porém, com o surgimento das cidades, outros tipos de serviços começaram a surgir.Utiliza-se a divisão do trabalho em três setores: setor primário, setor secundário e o setor terciário. O primeiro trata-se da produção e exploração de recursos da natureza. Já o segundo engloba a indústria, e o terceiro os serviços. Com o passar dos anos, e o avanço tecnológico houve uma migração dos trabalhadores pelos setores. Afinal, a tecnologia diminuiu a quantidade de trabalhadores necessários para o cultivo, do mesmo modo que diminuiu o número de empregados das industrias, já que as máquinas automatizaram boa parte da produção. Com isso, ocorreu uma inflação do setor terciário, que se encontra saturado nos dias atuais. Mas as inovações tecnológicas não afetaram apenas quanto a quantidade de mão de obra produzida, afetaram também a produção da mão de obra envolvida. Com a automação, um funcionário precisava aumentar o nível de seus conhecimentos, pois precisava administrar diversas máquinas. Em outros casos, as esteiras rolantes nas indústrias determinavam o ritmo do trabalho executado pelo empregado. Há ainda que se falar na diminuição do período de não trabalho, e no aumento de produção e de intensificação do trabalho para os trabalhadores, que foi possível tanto pela tecnologia, quanto pelos estudos de reorganização do trabalho. Assim, boa parte do dia e da vida dos empregados passou a ser dedicada ao trabalho, o tempo de não trabalho foi reduzido de forma significativa, gerando consequências que serão abordadas no decorrer desta pesquisa, que pretende analisar a transformação que de certa forma alterou boa parte do período de não trabalho, em período de disposição ao empregador. Por fim, aborda-se ainda a questão da geração da questão social frente ao aumento da intensificação do trabalho e a elevação de períodos à disposição ao empregador. A questão social teve seu surgimento com a inclusão da classe proletariado na sociedade capitalista quando da revolução industrial, e teve seu agravamento com a diminuição das vagas de emprego nas indústrias, elevando o número de desempregados nas ruas. Estes desempregados formavam uma massa de mão de obra sobressalente para os empresários, os quais se aproveitavam dela para pagar salários cada vez menores, bem como para manter as precárias condições de trabalho vivenciadas pelos trabalhadores, afinal as pessoas não podiam abrir mão de sua vaga de emprego, já que tinha milhares de concorrentes. Como resultados preliminares, conclui-se que é necessário ter certa preocupação em relação à sua ampliação e utilização pelas empresas do chamado tempo à disposição do empregador. A legislação trabalhista precisa mais do que regulamentar a utilização destes períodos, necessita também assegurar medidas de fiscalização para seu efetivo cumprimento. A saúde do trabalhador envolve mais do que horas de sono, boa alimentação e práticas de exercícios físicos, envolve ainda o convívio social com sua família e amigos. Por isso, o direito a desconexão reconhecido na legislação francesa é de grande importância para a saúde de todos. Deve-se, portanto, permanecer na busca de medidas que visem à efetiva proteção do trabalhador, de modo a evitar que o problema enfrentado pelo Japão se espalhe pelo mundo, e o karoshi torne-se uma prática mundial.Há ainda que se ressaltar que apesar do fenômeno do karoshi ter um número elevado de mortes anuais, estas podem na verdade ser ainda maiores, afinal o karoshi considera basicamente os suicídios realizados pelos trabalhadores. Porém, as condições de trabalho podem gerar ainda outras consequências para a saúde que podem gerar mortes. O princípio de infarto, a diabetes, dentre outras doenças podem ser geradas pelo ambiente de trabalho, devido às constantes alimentações irregulares e não saudáveis, bem como pela ausência de prática de exercícios, ocasionando na elevação de colesterol e açúcar no sangue. Além dessas doenças há aquelas causadas pelo estresse, como gastrite e úlcera, que acabam atingindo cada vez pessoas mais jovens as quais, sobrecarregadas de trabalho, a desenvolvem e precisam passar a incluir seus cuidados na rotina. A sociedade vive, portanto uma crise no trabalho, as precarização, a intensificação do trabalho são alguns dos grandes problemas da sociedade contemporânea que acarretam no surgimento de outros problemas, como a questão social. A proteção dos trabalhadores em face da exploração do capital sobre o trabalho é a função primordial do direito do trabalho, e não pode ser esquecida em prol da necessidade de estímulo da economia.
Título do Evento
VII Coninter
Cidade do Evento
Rio de Janeiro
Título dos Anais do Evento
Anais VII CONINTER
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

SOUZA, Mylena Devezas. AVANÇOS TECNOLÓGICOS: O FIM DO TEMPO DE NÃO TRABALHO.. In: Anais VII CONINTER. Anais...Rio de Janeiro(RJ) UNIRIO, 2018. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/VIIConinter2018/108735-AVANCOS-TECNOLOGICOS--O-FIM-DO-TEMPO-DE-NAO-TRABALHO. Acesso em: 09/05/2025

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