TOPOGRAFIA DOS LUGARES DE MEMÓRIAS: UM PERCURSO POR SENDAS GEOGRÁFICAS

Publicado em 14/03/2022 - ISSN: 2316-266X

Título do Trabalho
TOPOGRAFIA DOS LUGARES DE MEMÓRIAS: UM PERCURSO POR SENDAS GEOGRÁFICAS
Autores
  • João Vitor Schmutzler Abrahão
  • Francisco Ramos de Farias
Modalidade
Comunicação Oral - Resumo
Área temática
[GT 07] Educação Memória História
Data de Publicação
14/03/2022
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/viiconinter2018/107654-topografia-dos-lugares-de-memorias--um-percurso-por-sendas-geograficas
ISSN
2316-266X
Palavras-Chave
Memória, Lugares, Espaço, Paisagens, Subjetividade.
Resumo
O conceito de lugares de memória proposto por Pierre Nora, ao longo das três últimas décadas foi apropriado por diferentes campos do saber, tendo tido acepções distintas. De certo modo a proposta de Nora faz alusão a uma topologia que considera lugar, espaço e em certo sentido paisagens, se forem consideradas as três acepções do conceito: material, imaterial e simbólico. Em termos de utilização, assiste-se a certa inflação do conceito, em muitos casos sem a devida contextualização no que concerne a época e ao momento social vivido pela França que, se encontrava em uma época na qual se buscava a criação de uma identidade política do que seria ser um cidadão francês diante de uma explosão da globalização e consequentemente de um multiculturalismo. Há de se considerar também que a proposta de Nora parte da ideia de uma perda, em especial perda dos meio de memórias que seriam compensados pela construção e legitimação dos lugares. Na tentativa do exercício de problematização acerca do significado desse conceito, este trabalho propõe-se a proceder uma revisão no intuito de apresentar uma nova proposta: ao invés de se trabalhar com a ideia de lugares de memória, pode-se pensar em lugares de memórias. Quer dizer, propõe-se problematizar a ideia de pluralização do segundo termo da expressão relativa ao conceito, pois entende-se que as memórias são múltiplas; passíveis de serem significadas em função de contextos e épocas distintas. Para tanto, recorre-se a prática da transdisciplinaridade proveniente do entrecruzamento da Memória Social com a Geografia, focalizando a análise do conceito de lugar, termo de uso corriqueiro, frequentemente confundido com o conceito de espaço. Dessa forma, pretende-se, hodiernamente, uma releitura do conceito lugares de memória, em sua conotação restrita de ideologias e nacionalismos, com a finalidade de propor uma nova interpretação considerando a proposta de pluralizar a memória, o que significa levar em consideração as experiências e subjetividades de cada ator social no processo de construção de lugares de memórias. Destaca-se então, que o conceito de lugares de memórias deve ser pensado a partir da dimensão subjetiva que envolve atores sociais e as memórias construídas por eles, em cada contexto histórico, sobre determinados lugares circunscritos no espaço e sobremaneira por meio de suas experiências. A discussão da relação entre espaço e lugares assume caráter central na interpretação e produção de sentido de restos, vestígios, resíduos, humanos e não humanos, no âmbito da memória. Contudo a realização dessa tarefa exige uma delimitação precisa acerca da distinção entre espaço (conceito abrangente possuindo sentidos diversos como o de amplitude, de liberdade e de seu caráter abstrato de existir) e lugar (particularização do espaço). Por fim, conclui-se que tanto monumentos quanto outros indícios expressivos de memória referidos a determinados lugares, podendo estes, serem de ordem material ou imaterial, assumem significações próprias dependendo de acontecimentos circunstanciais e experienciais. Assim, a título de ilustração situamos o cenário da Praça Mauá, na Zona Portuária do Rio de Janeiro e seus entornos que assumiram uma nova forma estética em decorrência do projeto de revitalização denominado Porto Maravilha na cidade, a exemplo de tantas outras zonas urbanas em diferentes outras cidades, que da mesma maneira, passaram por processos de transformações marcantes. Em função das grandes alterações da paisagem no locus espacial, outros sentidos foram produzidos para monumentos, edifícios e praças, ou seja, alterações de lugares materiais no espaço, o que acaba por gerar sentimentos paradoxais de atração e repulsão, que, por um lado seduzem novos atores sociais, devido a novas práticas adotadas nesses novos cenários, e por outro lado expulsam de maneira direta e indireta, violentamente e sutilmente, os atores sociais que anteriormente faziam parte de um antigo cenário, no qual concebiam lugares de memórias por meio de suas particularidades e subjetividades.
Título do Evento
VII Coninter
Cidade do Evento
Rio de Janeiro
Título dos Anais do Evento
Anais VII CONINTER
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

ABRAHÃO, João Vitor Schmutzler; FARIAS, Francisco Ramos de. TOPOGRAFIA DOS LUGARES DE MEMÓRIAS: UM PERCURSO POR SENDAS GEOGRÁFICAS.. In: Anais VII CONINTER. Anais...Rio de Janeiro(RJ) UNIRIO, 2018. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/VIIConinter2018/107654-TOPOGRAFIA-DOS-LUGARES-DE-MEMORIAS--UM-PERCURSO-POR-SENDAS-GEOGRAFICAS. Acesso em: 24/06/2025

Trabalho

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