D.I.U. E PÍLULA DO DIA SEGUINTE: O ABORTO VELADO E ACEITO PELA SOCIEDADE

Publicado em 14/03/2022 - ISSN: 2316-266X

Título do Trabalho
D.I.U. E PÍLULA DO DIA SEGUINTE: O ABORTO VELADO E ACEITO PELA SOCIEDADE
Autores
  • Erika Costa Barreto Monteiro de Barros
  • Evandro Monteiro de Barros Junior
  • Gustavo Santos Crespo
Modalidade
Comunicação Oral - Resumo
Área temática
[GT 16] Patrimônio e Memória das Ciências e da Saúde: aspectos interdisciplinares
Data de Publicação
14/03/2022
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/viiconinter2018/106131-diu-e-pilula-do-dia-seguinte--o-aborto-velado-e-aceito-pela-sociedade
ISSN
2316-266X
Palavras-Chave
aborto, aceito, pílula
Resumo
O aborto induzido é uma prática considerada ilegal e moralmente condenável em nossa sociedade. Entretanto, métodos contraceptivos como o Dispositivo Intra Uterino e a Pílula do dia Seguinte são comercializados legalmente e utilizado em larga escala. A maior parte das mulheres que fazem uso desconhecem o fato de que tais métodos não impedem a fecundação, apenas atrapalham a fixação do óvulo no útero, provocando um abortamento. Nosso estudo questiona os motivos pelos quais a verdade supracitada não é colocada claramente ainda e pouco discutida academicamente. O aborto é a interrupção por meios naturais ou induzidos, de uma gestação. Há controvérsias sobre o que poderia ser ou não considerado um aborto diante do tempo de gestação. Assim que um óvulo é fecundado na Trompa de Falópio, ele começa a se deslocar até o útero onde ocorre a nidação, que é a implantação do óvulo fecundado na parede do útero, local onde o feto se desenvolverá até o fim da gestação. Tanto a pílula do dia seguinte quanto o Dispositivo Intrauterino (DIU), tentam impedir que o espermatozoide fecunde o óvulo e, caso isso já tenha ocorrido, descama o endométrio, que é onde o óvulo fecundado se fixa, impedindo-o de se prender no útero e dar sequência à gestação. A pergunta que perpassa todos os elementos deste estudo diz respeito pretende levantar suposições acerca dos motivos pelos quais tais métodos anticonceptivos não são considerados abortivos numa sociedade onde o aborto é legalmente proibido e moralmente condenado. Segundo Leal (1994), a história de cada um de nós começa com a fusão de dois gametas, o óvulo materno e o espermatozoide paterno, que irão reunir em uma nova célula suas informações genéticas, criando um indivíduo com características próprias. No núcleo desta primeira célula, está o DNA, o ácido desoxirribonucleico que se encontra enrolada e compactada no interior do núcleo, na forma denominada cromossomo. Nossa espécie possui 23 pares de cromossomos onde está gravada a nossa identidade, que pode ser lida através do código genético. Quando a primeira célula iniciar seu processo de divisão celular, a informação contida no código genético, herdada de cada um nossos pais, será transmitida para todas as novas células formadas. (MARTIN, 2006). A partir do momento em que os espermatozoides alcançam o útero eles nadam útero acima e adentram as trompas à procura do óvulo que ao ser fecundado na Trompa de Falópio começa a se deslocar até o útero e recebe o nome de zigoto. Ainda na trompa de Falópio inicia-se a divisão celular até que o zigoto fique do tamanho de uma cabeça de alfinete e é chamado de mórula. O óvulo fecundado, então, começa a se fixar no endométrio, processo conhecido como nidação, a partir do qual irá se iniciar a formação da placenta e a produção do hormônio da gravidez HCG – (Gonadotrofina Coriônica Humana). O tempo que leva para acontecer a nidação varia de mulher para mulher e é entre 5 e 12 dias. (LEAL, 1994). Basicamente a ação do dispositivo intrauterino (DIU) consiste em criar um ambiente intrauterino hostil aos espermatozoides, evitando a sua chegada até as trompas ou tendo efeito espermaticida. O útero reage ao dispositivo com uma reação inflamatória que interfere na migração dos espermatozoides, na fertilização e no transporte do óvulo, impedindo a nidação (fixação no útero) do óvulo fecundado. Alguns desses dispositivos liberam hormônios que aumentam sua eficácia. A bula de um dispositivo intrauterino que libera hormônio traz a informação de que caso ocorra a gravidez, há 50% de chances de abortamento. Nas informações prevalecem termos técnicos da área da medicina que dificultam o entendimento da população leiga. Na tentativa de manter dúbio o fato de que o dispositivo não impede a concepção, a bula diz que é raro engravidar usando o dispositivo, embora não apresente nenhum dado estatístico que comprove tal raridade, mas ainda assim, deixa claro que a gravidez pode ocorrer e que neste caso, a eficácia do dispositivo será garantida através do aborto (FAYA ROBLES, 2015). Comparada com anticoncepcionais que são tomados diariamente, a pílula do dia seguinte possui até vinte vezes mais hormônios (BRASIL, 2012). Todo esse hormônio evita que o óvulo seja liberado e, caso isso já tenha acontecido, descama o endométrio, que é onde o óvulo fecundado se fixa, impedindo-o de se prender no útero. A eficácia da pílula depende de quão cedo ela é tomada e a quantidade de hormônios presente no medicamento é tão alta que pode apresentar riscos à saúde da mulher (PEDRO, 2010). Caso ela seja tomada após o processo de fecundação, seu efeito se exerce impedindo um embrião já existente de continuar seu desenvolvimento e sua vida através da descamação do endométrio, o que impedirá a nidação do zigoto. O presente estudo trata de uma abordagem qualitativa pautada na revisão da literatura que foi desenvolvido a partir da seleção de artigos e bibliografias relacionadas à questão éticas e bioéticas, bem como questões de embriologia que possam ajudar a elucidar o problema em pauta. Concluímos que o uso de métodos contraceptivos tais como DIU, seja o feito de cobre ou o hormonal, bem como de pílula do dia seguinte configuram-se como abortivos, embora seu uso seja aceito e até mesmo incentivado tanto pelas autoridades legais quanto pela sociedade. Observamos que evita-se falar sobre o assunto e utilizam-se frequentemente termos técnicos inacessíveis à população leiga na área da medicina, de forma a não levantar o debate a respeito da questão, o que poderia recair sobre a venda de tais métodos contraceptivos em sociedades que condenam legal e moralmente a prática do aborto.
Título do Evento
VII Coninter
Cidade do Evento
Rio de Janeiro
Título dos Anais do Evento
Anais VII CONINTER
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

BARROS, Erika Costa Barreto Monteiro de; JUNIOR, Evandro Monteiro de Barros; CRESPO, Gustavo Santos. D.I.U. E PÍLULA DO DIA SEGUINTE: O ABORTO VELADO E ACEITO PELA SOCIEDADE.. In: Anais VII CONINTER. Anais...Rio de Janeiro(RJ) UNIRIO, 2018. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/VIIConinter2018/106131-DIU-E-PILULA-DO-DIA-SEGUINTE--O-ABORTO-VELADO-E-ACEITO-PELA-SOCIEDADE. Acesso em: 04/05/2025

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