O MOVIMENTO NEGRO CONECTADO ÀS REDES SOCIAIS: O FACEBOOK COMO APARATO DE DISCUSSÃO SÓCIO-POLÍTICA

Publicado em 14/03/2022 - ISSN: 2316-266X

DOI
10.29327/163912.7-4  
Título do Trabalho
O MOVIMENTO NEGRO CONECTADO ÀS REDES SOCIAIS: O FACEBOOK COMO APARATO DE DISCUSSÃO SÓCIO-POLÍTICA
Autores
  • Sidimara Cristina de Souza
  • João Bosco Hora Góis
Modalidade
Comunicação Oral - Resumo
Área temática
[GT 14] Movimentos Sociais e o Contexto Econômico, Social e Político na América Latina
Data de Publicação
14/03/2022
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/viiconinter2018/103036-o-movimento-negro-conectado-as-redes-sociais---o-facebook-como-aparato-de-discussao-socio-politica
ISSN
2316-266X
Palavras-Chave
Movimento Negro; Facebook; Comunicação.
Resumo
Estudos apontam que mais de 40% da população brasileira faz uso da internet para obter informações sobre o que acontece no país. Desse percentual, mais de 76% acessa a internet todos os dias. Como aponta o sociólogo Manoel Castells, a internet pode servir para processos importantes de autonomização de pessoas e coletividades. Desta forma, a internet, e as diferentes mídias virtuais que ela abriga, constitui um objeto de investigação privilegiado para a compreensão das pautas sociais debatidas por determinados grupos sociais, inclusive os grupos minoritários. Tendo isso em mente, este estudo discute como a internet constitui um elemento com potencial de tencionar os limites da nossa democracia e de contribuir para a autonomia dos sujeitos. Ele examina como esses fenômenos podem ocorrer em uma das suas redes sociais mais utilizadas, o Facebook. Tal rede tem sido capaz de gerar conexões estratégicas entre indivíduos e grupos. Ela abriga e estimula uma diversidade significativa de manifestações que muitas vezes transbordam para espaços públicos não virtuais, a exemplo do “movimento dos indignados” e do “movimento antiglobalização” que tiveram início nas redes sociais e terminaram nas ruas, deixando evidente a capacidade das tecnologias digitais para a promoção e reivindicação de direitos. Neste trabalho, particularmente, analisamos como o uso das páginas do Facebook funcionam como instrumento de combate ao racismo, de valorização e construção identitária da população negra e de luta por direitos para essa mesma população. Os dados para esse estudo foram extraídos de páginas do Facebook que discutem temas relacionados à questão racial. Com o intuito de avaliar o conteúdo dessas, realizamos uma seleção estatística por conglomerado, detendo-se em elementos como: 1) Maior Número de Curtidas, uma vez que esse é um indicador importante para se verificar a abrangência populacional dos temas debatidos, e; 2) Que tivessem como foco discutir sobre a questão racial. Após análise das páginas, selecionamos as páginas: Géledes com mais de 600 mil curtidas; Negro’s Show, com mais de 400 mil e Poder Negro- Black Power com mais de 300 mil curtidas. Tais páginas foram, após a seleção, submetidas à análise de conteúdo. Subsidiariamente, também utilizamos a literatura disponível sobre o objeto desse estudo, notadamente trabalhos que abordam questões como “movimentos sociais”, “comunicação” e “direitos humanos”, a exemplo daqueles escritos por Cees Hamelink, Evelina Dagnino, Maria da Glória Gohn e Pedrinho Guareschi. As reflexões desses autores nos levaram a algumas indagações relevantes: Quais mídias desejamos? Quais os limites das mídias na luta por direitos de grupos minoritários em um cenário extremamente conservador como aquele em que vivemos hoje? Como as mídias virtuais podem ser transformadas em um espaço de manipulação de informações pelos grupos dominantes? Além das análises dos dados coletados e das questões levantadas, o trabalho, na sua conclusão, sugere uma agenda de novas pesquisas e a abertura de frentes de diálogos no mundo acadêmico, nos movimentos sociais e nas organizações governamentais. Assim como enfatiza que a internet via redes sociais caracteriza um dos espaços de comunicação que vem se expandindo e auxiliando para a visibilidade de determinadas pautas sociais que ora vão de encontro aos movimentos sociais existentes, ora constituem novos movimentos em redes. Referências CASTELLS, Manuel: Redes de indignação e esperança: movimentos sociais na era da internet. Rio de Janeiro: Zahar, 2013 (capítulo 6). _______. O poder da identidade. 3ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 2002. DAGNINO, Evelina (2004) “¿Sociedade civil, participação e cidadania: de que estamos falando?” In MATO, Daniel (coord.), Políticas de ciudadanía y sociedad civil en tiempos de globalización. Caracas: FACES, Universidad Central de Venezuela (p. 95-110). GOHN, Maria da Glória. Teorias dos movimentos sociais na contemporaneidade. GOHN, Maria da Glória e BRINGEL, Breno M. (orgs.). Movimentos sociais na era global. Petrópolis, Vozes, 2012. GUARESCHI, Pedrinho A. O direito humano à comunicação: pela democratização da mídia. Petrópolis, Vozes, 2013 (capítulos 1 e 2). HAMELINK, Cees. Direitos humanos para a sociedade da informação In MELO, José Marques de e SATHLER, Luciano. Direitos à comunicação na sociedade da informação. São Bernardo do Campo, Metodista, 2005 (p.103-151).
Título do Evento
VII Coninter
Cidade do Evento
Rio de Janeiro
Título dos Anais do Evento
Anais VII CONINTER
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital
DOI

Como citar

SOUZA, Sidimara Cristina de; GÓIS, João Bosco Hora. O MOVIMENTO NEGRO CONECTADO ÀS REDES SOCIAIS: O FACEBOOK COMO APARATO DE DISCUSSÃO SÓCIO-POLÍTICA.. In: Anais VII CONINTER. Anais...Rio de Janeiro(RJ) UNIRIO, 2018. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/VIIConinter2018/103036-O-MOVIMENTO-NEGRO-CONECTADO-AS-REDES-SOCIAIS---O-FACEBOOK-COMO-APARATO-DE-DISCUSSAO-SOCIO-POLITICA. Acesso em: 25/05/2025

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