MOEDA SOCIAL E DESENVOLVIMENTO LOCAL: O CONTEXTO DO SERTANEJO NA XI FEIRA DO SEMIÁRIDO DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

Publicado em 14/03/2022 - ISSN: 2316-266X

Título do Trabalho
MOEDA SOCIAL E DESENVOLVIMENTO LOCAL: O CONTEXTO DO SERTANEJO NA XI FEIRA DO SEMIÁRIDO DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
Autores
  • Janahína da Silva Moura
  • Eva Pacheco da Silva Santos
  • José Raimundo Oliveira Lima
Modalidade
Comunicação Oral - Resumo
Área temática
[GT 06] Economia Popular e Solidária e Desenvolvimento Local
Data de Publicação
14/03/2022
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/viiconinter2018/102997-moeda-social-e-desenvolvimento-local--o-contexto-do-sertanejo-na-xi-feira-do-semiarido-da-universidade-estadual-d
ISSN
2316-266X
Palavras-Chave
MOEDA SOCIAL, DESENVOLVIMENTO LOCAL, ECONOMIA POPULAR E SOLIDÁRIA, FEIRA DO SEMIÁRIDO
Resumo
O presente artigo nasceu das inquietações relacionadas à economia e a organização do comercio de Feira de Santana. Busca-se estudar e compreender a moeda social “O Sertanejo” - utilizada na Feira do Semiárido da Universidade Estadual de Feira de Santana – como estratégia para o desenvolvimento local, bem como analisar sua circulação dentro da Feira. A metodologia partiu de entrevistas sobre o uso da moeda – tanto formais quanto informais - realizadas com grupos de iniciativa de produção associada, cooperada e grupos informais que comercializaram seus produtos durante a XI Feira do Semiárido realizada pela Universidade Estadual de Feira de Santana em 2018. O trabalho em texto completo está dividido em cinco partes que norteiam este resumo expandido: i) Onde está a economia da ‘Fêra’?, nesta primeira parte, faz-se um apanhado histórico sobre a economia feirense; ii)Iniciativas de economia popular e solidária como estratégia para desenvolvimento local solidário de Feira de Santana, explana-se sobre as incubadoras universitárias e relata a experiência da Incubadora de Iniciativas de Economia Popular e Solidária da UEFS (IEPS/ UEFS); iii)Moeda social o Sertanejo: uso e circulação dentro da Feira do Semiárido da UEFS, faz-se uma breve explicação sobre as moedas sociais e seus usos em diferentes contextos históricos, bem como apresentamos “o Sertanejo”; iv) Análise dos resultados, ancorados nas entrevistas realizadas e, por fim v) Considerações finais da pesquisa. Com efeito,metodologicamente, a organização desse trabalho se dar a partir das discussões no Grupo de Estudos e Pesquisas em Economia Popular e Solidária e Desenvolvimento Local(GEPOSDEL), abrigado na Incubadora de Iniciativas de Economia Popular e Solidária da UEFS (Programa de Extensão e Projeto de Pesquisa), bases de sustentação teórica para as disciplinas “Comercialização e Economia Solidaria” e Economia Popular e Solidária dos Cursos de Ciências Agronômicas e Ciências Econômicas respectivamente. As políticas de reestruturação socioeconômicas do pós-guerra trouxe ao Brasil, a partir mais especificamente da década de 60, um período de crescimento econômico fundamentado em uma política não intervencionista baseada na livre concorrência e nas leis de mercado. A expansão do capital estrangeiro crescia e junto com ela o compromisso com a economia capitalista, que alçava o crescimento e expansão da industrialização pelo país, sendo o motor da economia brasileira nesta época com o desenvolvimento do segmento de bens duráveis, que mais tarde seria substituído pelas importações de insumos intermediários e bens de capital. O município de Feira de Santana segue no fluxo da nova fase nacional neoliberal, calcada na industrialização em larga escala (CRUZ, 1999). Historicamente, nota-se que não há uma política na cidade de Feira de Santana que se baseia em práticas econômicas solidárias e que possam atender as demandas da classe trabalhadora. É interessante a ressalva de que dialeticamente o mesmo modelo econômico desenvolvimentista que tinha a industrialização como pivô central para o crescimento econômico das cidades, que consequentemente levaria a diminuição das desigualdades sociais, traz elementos que auxiliam uma nova proposta de modelo econômico, uma economia de base popular e solidária, que se difere da economia hegemônica pela sua pluralidade e pela preocupação em alavancar o desenvolvimento local, gerando renda e trabalho inspiradas nos princípios cooperativistas e associativistas em torno das diversas feiras. Segundo Lima (2014), a Economia Popular e Solidária é compreendida como um movimento de reprodução da vida em que os indivíduos almejam satisfazer suas necessidades por meio de trocas justas, consumo consciente, democracia, trabalho coletivo, finanças solidárias, entre outros. Na década de 1990, esta economia foi ganhando visibilidade no Brasil e a partir de então começaram a surgir as incubadoras universitárias de iniciativas da economia popular e solidária. Em 2008 surge a Incubadora de Iniciativa da Economia Popular e Solidária na Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), que segundo Pita (2015), desenvolve projetos de extensão e pesquisa, além de outras atividades de caráter continuado junto à comunidade universitária e externa, estimulando-se a geração de trabalho e renda, como também um espaço educativo de disseminação de informações e fortalecimento da economia popular e solidária, priorizando-se a comunidade local e o Território Portal do Sertão. A Universidade Estadual de Feira de Santana, mais especificamente o Programa da Incubadora de Iniciativas de Economia Popular e Solidária da UEFS, entendendo a necessidadee importância de propostas de cunho popular e solidário que visem o fortalecimento do desenvolvimento local criou uma moeda social chamada “ Sertanejo”, em homenagem a identidade sertaneja presente na história de Feira de Santana. Desde o ano de 2003 a UEFS, através da Pró-Reitoria de Extensão, realiza a Feira do Semiárido, que tem como objetivo central expandir o espaço de discussão sobre os saberes, fazeres problemas, desafios e potencialidades regionais e locais. Este ano, a Feira do Semiárido que está em sua XI edição, aconteceu no período de 23 a 25 de maio de 2018, no hangar da UEFS e teve como temática “Políticas Públicas e Desenvolvimento Territorial: temos sede de quê?”. Deste modo, o sertanejo foi utilizado como moeda social para circulação durante os dias da Feira. Seu valor era correspondente ao do “real”, ou seja, um sertanejo equivalia a um real e vice-versa. As trocas aconteciam no Banco Comunitário Sertanejo montado na própria feira,sob responsabilidade da IEPS/UEFS. A partir das observações e entrevistas realizadas durante a XI Feira do Semiárido pudemos discutir e analisar sobre as articulações possíveis entre a moeda social, o cooperativismo e desenvolvimento local. Desde então, compreendemos a feira como um processo educativo, onde os feirantes comunicam-se entre si e com os consumidores, ensinam e aprendem com as relações sociais estabelecidas dentro do contexto econômico popular e solidário. Estudar e compreender as contradições da economia de Feira de Santana nos fez entender que a moeda social se apresenta como um instrumento complacente nas finanças solidárias que, ao está vinculada a economia popular e solidária, fomenta o crescimento do desenvolvimento local. Acompanhar os grupos de iniciativa de produção associada, cooperada e os grupos informais que expuseram os produtos durante a Feira do Semiárido UEFS teve fundamental importância nesse processo e contribuiu para que o objetivo do trabalho fosse alcançado com êxito.
Título do Evento
VII Coninter
Cidade do Evento
Rio de Janeiro
Título dos Anais do Evento
Anais VII CONINTER
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

MOURA, Janahína da Silva; SANTOS, Eva Pacheco da Silva; LIMA, José Raimundo Oliveira. MOEDA SOCIAL E DESENVOLVIMENTO LOCAL: O CONTEXTO DO SERTANEJO NA XI FEIRA DO SEMIÁRIDO DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA.. In: Anais VII CONINTER. Anais...Rio de Janeiro(RJ) UNIRIO, 2018. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/VIIConinter2018/102997-MOEDA-SOCIAL-E-DESENVOLVIMENTO-LOCAL--O-CONTEXTO-DO-SERTANEJO-NA-XI-FEIRA-DO-SEMIARIDO-DA-UNIVERSIDADE-ESTADUAL-D. Acesso em: 01/05/2025

Trabalho

Even3 Publicacoes