BRANCO, PARDO, CRIOULO, MULATO E CABRA: A RAÇA/COR DOS MESTRES DE PRIMEIRAS LETRAS DE MINAS GERAIS NA DÉCADA DE 1830

Publicado em 31/05/2024 - ISBN: 978-65-272-0487-9

Título do Trabalho
BRANCO, PARDO, CRIOULO, MULATO E CABRA: A RAÇA/COR DOS MESTRES DE PRIMEIRAS LETRAS DE MINAS GERAIS NA DÉCADA DE 1830
Autores
  • Vanessa Souza Batista
Modalidade
Comunicação oral
Área temática
Eixo 1 - Etnias e Movimentos Sociais
Data de Publicação
31/05/2024
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/vii-eheco-encontro-de-historia-da-educacao-do-centro-oeste-429221/805896-branco-pardo-crioulo-mulato-e-cabra--a-racacor-dos-mestres-de-primeiras-letras-de-minas-gerais-na-decada-de-1
ISBN
978-65-272-0487-9
Palavras-Chave
História da Educação, Mestres de primeiras letras, Raça/cor, Minas Gerais.
Resumo
Após a independência do Brasil, em 1822, a formação da população foi uma das preocupações dos novos dirigentes. A instrução primária, que abrange o ensino de leitura, escrita e cálculo, foi estabelecida como um direito constitucional, e uma série de medidas foi empreendida para promover sua expansão. Os responsáveis pelo ensino desse segmento educacional eram chamados de “mestres de primeiras letras”. Além do ensino nas escolas públicas, que eram administradas pelo governo, a educação também era realizada por meio de mestres particulares contratados pelos pais das crianças. O objetivo principal desta pesquisa é identificar a raça/cor desses mestres de primeiras letras. Vale ressaltar que a investigação se limita à província de Minas Gerais na década de 1830, período caracterizado pela presença da escravidão e pelas limitadas oportunidades de mobilidade social para afrodescendentes, o que demonstra a importância da categoria de análise selecionada. Para atingir os objetivos propostos, a principal fonte de dados utilizada foi o recenseamento da população de Minas Gerais de 1831/1832. Essa documentação, composta por listas nominativas, contém informações sobre todos os habitantes de diferentes distritos de Minas Gerais, como nome, condição social (livre, liberto ou escravizado), raça/cor, idade e ocupação, o que possibilitou a identificação dos professores da época. As listas nominativas resultaram de um processo que envolveu escolhas subjetivas na coleta e registro das informações, portanto, foram analisadas juntamente com outros documentos, tais como os manuscritos das câmaras municipais sobre o estado da instrução primária, especialmente as correspondências encaminhadas ao Conselho Geral da Província entre 1827 e 1834. A partir dessas fontes, foi possível identificar 105 mestres de primeiras letras, tanto públicos quanto particulares, que atuavam em 79 distritos de Minas Gerais. Análises preliminares indicam que, no início da década de 1830, a maioria dos mestres em atividade era branca (65%). No entanto, destaca-se a presença significativa de 35% de mestres afrodescendentes, sendo que quatro deles eram forros, evidenciando como essa ocupação também era exercida por indivíduos com estreita ligação com o mundo da escravidão. Referente aos termos raciais encontrados nas listas nominativas dos 39 mestres de primeiras letras afrodescendentes, 35 foram listados como pardos, dois como crioulos, um como cabra e um como mulato. Conforme já foi observado pela historiografia, o termo “pardo” não se restringia apenas à pigmentação mais clara da pele de um mestiço, sendo utilizado para indicar uma distinção social, principalmente para identificar afrodescendentes livres, uma vez que a liberdade contribuía para um clareamento da cor nos censos. Além disso, o uso predominante do termo “pardo” para registrar os mestres de primeiras letras, juntamente com a liberdade dos indivíduos, provavelmente estava associado ao prestígio desse ofício. Em uma sociedade onde a maioria da população livre não sabia ler, nem escrever, a presença de afrodescendentes como mestres representava um fator de distinção.
Título do Evento
VII EHECO - Encontro de História da Educação do Centro-Oeste
Título dos Anais do Evento
Interseções entre ensino e pesquisa em História da Educação: Desafios e perspectivas no Centro-Oeste
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

BATISTA, Vanessa Souza. BRANCO, PARDO, CRIOULO, MULATO E CABRA: A RAÇA/COR DOS MESTRES DE PRIMEIRAS LETRAS DE MINAS GERAIS NA DÉCADA DE 1830.. In: Interseções entre ensino e pesquisa em História da Educação: Desafios e perspectivas no Centro-Oeste. Anais...Cuiabá(MT) UFMT, 2024. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/vii-eheco-encontro-de-historia-da-educacao-do-centro-oeste-429221/805896-BRANCO-PARDO-CRIOULO-MULATO-E-CABRA--A-RACACOR-DOS-MESTRES-DE-PRIMEIRAS-LETRAS-DE-MINAS-GERAIS-NA-DECADA-DE-1. Acesso em: 17/05/2025

Trabalho

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