HUMANIZAÇÃO E DIREITOS NO ATENDIMENTO AO ÓBITO FETAL DURANTE A FORMAÇÃO DE OBSTETRIZES: RELATO DE CASO EM HOSPITAL DO SUS

Publicado em 09/06/2025 - ISBN: 978-65-272-1385-7

Título do Trabalho
HUMANIZAÇÃO E DIREITOS NO ATENDIMENTO AO ÓBITO FETAL DURANTE A FORMAÇÃO DE OBSTETRIZES: RELATO DE CASO EM HOSPITAL DO SUS
Autores
  • Glauce Cristine Vieira Ferreira
  • Jully Ferreira de Araujo
  • Márcia Tofolo Ferreira
  • Lorrany Magalhães Masson
Modalidade
Apresentação Oral
Área temática
1.1 – Atenção humanizada ao pré-natal, parto e puerpério.
Data de Publicação
09/06/2025
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/vcihpn/793100-humanizacao-e-direitos-no-atendimento-ao-obito-fetal-durante-a-formacao-de-obstetrizes--relato-de-caso-em-hospita
ISBN
978-65-272-1385-7
Palavras-Chave
parto humanizado, óbito fetal, direitos reprodutivos.
Resumo
Introdução: A atenção obstétrica tem passado por importantes transformações com o tempo. Atualmente, muitos organismos internacionais têm pautado a importância de uma atenção menos intervencionista, com práticas que favorecem o parto fisiológico, estratégias não farmacológicas de alívio da dor, suporte e escuta ativa. Entre as diversas formas de atendimento durante a formação de novos profissionais, podemos nos deparar com o Óbito Fetal Intra-Uterino (OFIU). De acordo com o Ministério da Saúde (DATASUS, 2022), a taxa de OFIU no Brasil é de 11,09/1000 nascimentos. Portanto, é fundamental que a mulher seja assistida de forma humanizada com atendimento acolhedor. Objetivo: Apresentar relato de caso de um atendimento de OFIU prestado por estudantes de Obstetrícia da USP em um hospital do SUS da zona leste de São Paulo durante os estágios curriculares em sala de parto. Metodologia: Foram avaliados aspectos clínicos e obstétricos do caso, os fluxos do hospital para casos de OFIU, além do relato da experiência vivenciada e reflexões sobre a assistência prestada. Resultados: Casal de imigrantes bolivianos, gestante com 39 semanas de gestação deu entrada no Pronto-Socorro Ginecológico e Obstétrico da maternidade do SUS da Zona Leste de São Paulo, pois não sentia os movimentos do bebê, estava com dores em baixo ventre e saída de líquido acastanhado. Ao realizar a USG foi diagnosticado OFIU e a gestante foi internada para acompanhamento do trabalho de parto, com evolução fisiológica. Ao chegar com o grupo de estagiárias, ela estava com colo pérvio para 6 cm, medianizado. Uma das alunas pediu ao serviço e fez questão de acompanhá-la diante da vulnerabilidade apresentada. Assim, assumimos os cuidados. Durante o trabalho de parto, foi possível perceber que, por serem imigrantes, a comunicação se tornava uma barreira importante. O pai perguntava qual seria o encaminhamento do bebê. A parturiente estava silenciosa e ativa no parto. Nesse processo, utilizamos estratégias de métodos não farmacológicos, sensibilidade e acolhimento. Percebeu-se que a presença das alunas nesse caso foi importante no significado da palavra "obstare", estar ao lado. Foi ofertado musicoterapia, e assim, tivemos algo que ela gostava e que fazia parte da sua cultura: músicas, dança, apoio, massagem, uso da bola e agachamentos. O parto aconteceu na banqueta, na sala PPP. O bebê foi recepcionado no campo pela aluna, acolhido e perguntamos à mãe se ela gostaria de segurá-la e ela confirmou. A dequitação ocorreu normalmente, com sangramento fisiológico e não houve sutura de laceração perineal. Conclusão: Um atendimento culturalmente sensível, humanizado, com garantia dos direitos é fundamental, ainda mais nos casos de OFIU. A presença, apoio, sensibilidade e escuta também se mostraram fundamentais. Para o grupo de alunas, esse foi um dos acompanhamentos mais difíceis, mas também muito significativo, pois lidava com extremos da nossa humanidade, onde vida e morte se entrelaçam. Ficou evidente a importância das obstetrizes vivenciarem durante sua formação atendimentos de profunda sensibilidade, utilizando estratégias de humanização que aprenderam em benefício das mulheres. Além disso, percebemos a necessidade de compreender melhor fluxos e encaminhamentos nesses casos, promovendo informações adequadas para a mulher e família.
Título do Evento
V CIHPN
Cidade do Evento
Brasília
Título dos Anais do Evento
5ª Conferência Internacional sobre Humanização do Parto e Nascimento. Gestando um mundo mais justo: perspectivas para o futuro da humanização
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

FERREIRA, Glauce Cristine Vieira et al.. HUMANIZAÇÃO E DIREITOS NO ATENDIMENTO AO ÓBITO FETAL DURANTE A FORMAÇÃO DE OBSTETRIZES: RELATO DE CASO EM HOSPITAL DO SUS.. In: 5ª Conferência Internacional sobre Humanização do Parto e Nascimento. Gestando um mundo mais justo: perspectivas para o futuro da humanização. Anais...Brasília(DF) FINATEC, 2025. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/vcihpn/793100-HUMANIZACAO-E-DIREITOS-NO-ATENDIMENTO-AO-OBITO-FETAL-DURANTE-A-FORMACAO-DE-OBSTETRIZES--RELATO-DE-CASO-EM-HOSPITA. Acesso em: 13/07/2025

Trabalho

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