TROPA E POVO NAS RUAS: OS POPULARES NAS LUTAS DA SETEMBRADA (1831-1832)

Elizabeth de Sousa Abrantes; Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus

Todos os Trabalhos

Trabalho Completo

Resumo

Título do Trabalho

TROPA E POVO NAS RUAS: OS POPULARES NAS LUTAS DA SETEMBRADA (1831-1832)

Autores

Elizabeth de Sousa Abrantes
Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus

Modalidade

Comunicação em Simpósio Temático

Área temática

História vista de baixo e lutas populares por cidadania (Profa. Dra. Elizabeth Sousa Abrantes - UEMA / Prof. Dr. Yuri Sampaio Mateus - UEMA)

Data de Publicação

01/02/2024

País da Publicação

Brasil

Idioma da Publicação

Português

Página do Trabalho

https://www.even3.com.br/anais/v-encontro-de-pos-graduandos-da-seo/743806-tropa-e-povo-nas-ruas--os-populares-nas-lutas-da-setembrada-(1831-1832)

ISBN

978-65-272-0265-3

Palavras-Chave

Setembrada. Tropa. Povo. Maranhão.

Resumo

A participação dos setores populares nas lutas ocorridas no contexto da construção da nova ordem política pós-colonial ainda não foi devidamente analisada pela historiografia maranhense, assim como o fenômeno que seria comum desde então nas lutas ocorridas no nascente império brasileiro, a constante participação das tropas em motins e revoltas em que deveriam atuar como os agentes de repressão do Estado, mas, por vezes, acabavam do lado contrário, engrossando as fileiras populares dos protestos. O período regencial (1831-1840) foi a primeira experiência brasileira de descentralização política e no decorrer dessa fase o Império do Brasil foi palco de uma série de rebeliões que se estenderam pelas províncias. O Maranhão, no Pós-Independência, vivenciou um clima de instabilidade, acontecendo diversas lutas políticas. Começava a se desenvolver um sentimento de pertença entre aqueles que se consideravam “brasileiros natos”, os quais começaram a discriminar os “portugueses” que permaneceram residindo no Império brasileiro, embora esses últimos tivessem seus direitos assegurados pela Constituição de 1824 como “brasileiros adotivos”. Os lusos eram alvo de uma série de episódios de discriminação, dentre outros modos de ataques que não se restringiram somente a ações verbais, mas por meio de ataques físicos chamados de surras ou lustros. Dentre os motins e sedições que contaram com a participação de tropa e povo, sucedidas em 1831, no contexto da renúncia do imperador D. Pedro I, a que aconteceu no Maranhão ganhou o nome de Setembrada (1831-1832). Esta proposta de comunicação tem por finalidade analisar a participação das camadas populares, como civis e militares, no movimento da Setembrada, com enfoque para os amotinados nas ruas de São Luís por ocasião desse levante urbano e para as lutas travadas no interior da província sob o comando de João Antônio Damasceno, como desdobramento do levante antilusitano de 1831. Pretende-se também destacar o papel do ativismo político da imprensa maranhense no Pós-Independência no acirramento das disputas políticas, uma vez que os jornais apresentavam debates que acirravam os ânimos dos que tinham acesso de forma direta e indireta a esse meio de comunicação, propiciando um ambiente de disputas das facções políticas que será um combustível para a centelha desse movimento. O jornalista José Cândido de Morais e Silva, por meio do seu jornal O Farol Maranhense, fazia apologia à liberdade política, dentro dos limites constitucionais, sabendo fazer uso da imprensa para divulgar seus ideais. Sua liderança foi significativa no movimento da Setembrada, e sua imagem foi sendo arquitetada como a de um mártir, principalmente após a sua morte em 1832, ocorrida de maneira prematura. Foi tido como um “ídolo das multidões”, porque seu veículo de comunicação era propagador de ideais liberais que tinham grande apelo junto a setores daquela sociedade, especialmente as camadas populares. Desse modo, a análise do movimento da Setembrada é basilar para o entendimento do contexto relacionado a construção da ordem imperial no Maranhão, situado entre as lutas da Independência (1823) e guerra da Balaiada (1838-1841), mantendo semelhanças com estas lutas, de modo que apresenta singularidades correspondentes ao momento da Abdicação de D. Pedro I, com um maior enfrentamento político entre portugueses e nacionais pelos espaços de poder na nova ordem política e social.

Título do Evento: V Encontro de Pós-Graduandos da SEO
Título dos Anais do Evento: Anais do V Encontro de Pós-graduandos da Sociedade de Estudos do Oitocentos (SEO)
Nome da Editora: Even3
Meio de Divulgação: Meio Digital

Como citar

ABRANTES, Elizabeth de Sousa; MATEUS, Yuri Givago Alhadef Sampaio. TROPA E POVO NAS RUAS: OS POPULARES NAS LUTAS DA SETEMBRADA (1831-1832).. In: Anais do V encontro de pós-graduandos da Sociedade de Estudos do Oitocentos (SEO). Anais...São Luís(MA) UFMA, 2023. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/v-encontro-de-pos-graduandos-da-seo/743806-TROPA-E-POVO-NAS-RUAS--OS-POPULARES-NAS-LUTAS-DA-SETEMBRADA-(1831-1832). Acesso em: 21/05/2025