EXM. AMO. E SR.: HISTORIOGRAFIA NAS CARTAS DE JOÃO LISBOA PARA VARNHAGEN

Publicado em 01/02/2024 - ISBN: 978-65-272-0265-3

Título do Trabalho
EXM. AMO. E SR.: HISTORIOGRAFIA NAS CARTAS DE JOÃO LISBOA PARA VARNHAGEN
Autores
  • Ana Priscila de Sousa Sá
Modalidade
Comunicação em Simpósio Temático
Área temática
Narrativas de viajantes, intercâmbios culturais e escritas da História no Oitocentos (Profa. Dra. Wilma Peres Costa - UNIFESP / Doutoranda Ana Priscila de Sousa Sá - UFMA / Doutoranda Pryscylla Cordeiro R. Santirocchi - UFMG)
Data de Publicação
01/02/2024
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/v-encontro-de-pos-graduandos-da-seo/743049-exm-amo-e-sr--historiografia-nas-cartas-de-joao-lisboa-para-varnhagen
ISBN
978-65-272-0265-3
Palavras-Chave
João Lisboa, Varnhagen, Historiografia, Cartas.
Resumo
O trabalho discutiu elementos do exercício de escrita da história de João Francisco Lisboa que podem ser observados nas cartas remetidas por ele a Francisco Adolfo de Varnhagen, e publicadas por este na Nota Y do livro Os índios bravos e o Sr. Lisboa (1867). Datadas entre 9 de maio de 1856 e 30 de julho de 1857, as 26 cartas extratadas revelaram aspectos da prática historiográfica do jornalista, político e historiador maranhense. O destinatário dessas missivas foi o historiador paulista Varnhagen, que trabalhava no corpo diplomático do Império e na década anterior havia desempenhado a tarefa de pesquisador do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) em arquivos portugueses, posto que àquela altura interessava a João Lisboa. A este respeito, o maranhense expôs certa frustração com o que entendia como falta de importância dos estudos históricos para o mundo da política nacional, por isso o apoio daquele que chamou de “nosso primeiro e único historiador” servia de voto decisivo. Como “mestre e guia”, as orientações de Varnhagen foram solicitados a todo momento ao longo das cartas, naquela que era a primeira incursão internacional de João Lisboa, agora nomeado pelo Instituto para assumir o cargo até ali ocupado pelo comprovinciano Gonçalves Dias. Meio de comunicação privilegiado entre letrados, nas missivas João Lisboa esboçava um caminho de trabalho, para o qual solicitava as instruções gerais do amigo no tratamento com a busca, seleção e uso das fontes, o método e a escrita. A tarefa do autor – que tinha naquela missão sua primeira saída do Brasil – era percorrer bibliotecas e arquivos portugueses para copiar documentos sobre a história do Brasil e enviá-los ao Instituto, no que se mostrou muito consciente das dificuldades que encontraria como a localização de manuscritos importantes sobre seu país, mesmo mantendo contato com letrados mais experientes naqueles espaços, a preocupação em evitar duplicatas de documentos já copiados pelo antecessor, ou copiar documentos de somenos relevância. Neste sentido, pedia a Varnhagen que elaborasse listas discriminando quais manuscritos considerava mais interessantes para o conhecimento histórico e consequente publicação na Revista do Instituto, confessando mesmo que checava o próprio trabalho pelo de Varnhagen na História geral do Brasil (1854). Uma lamentação presente ao longo das cartas foi os reiterados comentários sobre os problemas de saúde que enfrentava e que dizia lhe impedir de realizar um trabalho de maior fôlego, daí se dedicar mais a assuntos específicos, monografias como a que à época produzia sobre o caso de Manuel Beckman, e que foi publicado em 1858 nos Apontamentos, notícias e observações para servirem à História do Maranhão (1853-1858), dentro do Jornal de Tímon (1852-1858). Outros momentos significativos para acompanhar como o autor compreendia a história e a melhor de forma de escrevê-la se davam nos comentários sobre obras, autores e seus estilos de escrita, correções de cópias. É possível depreender que, compartilhando interesses e experiências, refletia sobre si e sobre a escrita da história. De certa forma, por meio das cartas delineava um projeto e um lugar para si, e com isso auxiliava a compreender um pouco das práticas historiográficas vigentes em meados do século XIX, permitindo entrever certa construção da historiografia e do próprio historiador João Lisboa que a partir desse contato com documentação inédita reviu algumas posições anteriormente defendidas e chegou a criticar duramente interpretações daquele a quem pediu que o guiasse na Nota C dos Apontamentos... em 1848, o que rendeu a resposta de Varnhagen n’ Os índios bravos... e a divulgação das cartas.
Título do Evento
V Encontro de Pós-Graduandos da SEO
Título dos Anais do Evento
Anais do V Encontro de Pós-graduandos da Sociedade de Estudos do Oitocentos (SEO)
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

SÁ, Ana Priscila de Sousa. EXM. AMO. E SR.: HISTORIOGRAFIA NAS CARTAS DE JOÃO LISBOA PARA VARNHAGEN.. In: Anais do V encontro de pós-graduandos da Sociedade de Estudos do Oitocentos (SEO). Anais...São Luís(MA) UFMA, 2023. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/v-encontro-de-pos-graduandos-da-seo/743049-EXM-AMO-E-SR--HISTORIOGRAFIA-NAS-CARTAS-DE-JOAO-LISBOA-PARA-VARNHAGEN. Acesso em: 04/08/2025

Trabalho

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