ESTUDANTES BRASILEIROS EM COIMBRA: O BATALHÃO ACADÊMICO E A DEFESA DO LIBERALISMO EM PORTUGAL (1826-1828)

Publicado em 01/02/2024 - ISBN: 978-65-272-0265-3

Título do Trabalho
ESTUDANTES BRASILEIROS EM COIMBRA: O BATALHÃO ACADÊMICO E A DEFESA DO LIBERALISMO EM PORTUGAL (1826-1828)
Autores
  • Kelly Eleutério Machado Oliveira
Modalidade
Comunicação em Simpósio Temático
Área temática
Ilustração e Liberalismo no longo século XIX: 1750-1850 (Prof. Dr. Luiz Carlos Villalta - UFMG/UEMA)
Data de Publicação
01/02/2024
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/v-encontro-de-pos-graduandos-da-seo/731841-estudantes-brasileiros-em-coimbra--o-batalhao-academico-e-a-defesa-do-liberalismo-em-portugal-(1826-1828)
ISBN
978-65-272-0265-3
Palavras-Chave
Liberalismo, Batalhão dos Voluntários Acadêmicos de Coimbra, Estudantes brasileiros
Resumo
A morte de d. João VI, em março de 1826, levou Portugal a uma crise política que teria consequências também para o Brasil. Os conflitos ficaram ainda mais evidentes com a outorga, por d. Pedro I, da Constituição brasileira, devidamente adaptada, ao reino português. Os dois lados do Atlântico sofreram o impacto desses eventos. Em Portugal, acabou por se reforçar as disputas que levaram ao fortalecimento da contrarrevolução encabeçada por d. Miguel que, enfim, instaura, em 1828, um regime de terror. No Brasil, a atitude do imperador agudizou a crise política na qual estava imerso. É nesse contexto que se formou em Coimbra, em finais de 1826, o Batalhão dos Voluntários Acadêmicos. Formado por 411 estudantes, em sua grande maioria portugueses, o Corpo Acadêmico contou com a participação de 42 brasileiros naturais das províncias do Maranhão, da Bahia, de Pernambuco, do Rio de Janeiro, de São Paulo, de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul. Partindo da análise de listas nominativas, correspondências, livros de registro da Secretaria de Intendência Geral de Polícia, memórias, Livro Mestre dos Voluntários Acadêmicos, certidões de idade e etc - documentação depositada no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, na Biblioteca Nacional de Lisboa e no Arquivo Histórico da Universidade de Coimbra - discutiremos as solidariedades, e também os contrastes, que fizeram com que portugueses e brasileiros se unissem para defender a Carta Constitucional e para assegurar a legitimidade d. Pedro I (IV de Portugal) ao trono português. Temos a hipótese de que os estudantes brasileiros se alistaram no Batalhão com o objetivo de defender o liberalismo mais do que, necessariamente, aventar projetos de união entre as duas coroas. Era preciso, portanto, defender um monarca que fosse capaz de garantir o regime constitucional e de deter o avanço do absolutismo corporificado, no caso português, na pessoa de D. Miguel. Em 1828, malograda a revolução ocorrida no Porto, muitos desses acadêmicos foram obrigados ao deslocamento forçado compartilhando com os emigrados portugueses a dura experiência do exílio. Do depósito, como eram chamados os locais que receberam os emigrados, de Plymouth, na Inglaterra, registraram as mazelas da travessia pelas terra da Galiza até a chegada aos portos ingleses. É o que nos mostra, por exemplo, as cartas do maranhense Sátiro Mariano Leitão. Alguns estudantes de Coimbra seguiram para a resistência ao miguelismo na Ilha Terceira, nos Açores, outros partiram para a Bélgica e para a França e, muitos deles, voltaram para o seu país de origem. Se a atuação desses acadêmicos na Europa pretendeu a defesa do liberalismo, da Carta Constitucional e de d. Pedro, o acolhimento dos portugueses no Brasil serviu para aprofundar ainda mais a crise política na qual estava imersa o imperador, acusado, como nos mostra o ferrenho discurso de Bernardo Pereira de Vasconcelos, na Câmara dos Deputados, em 1829, de investir fundos numa guerra alheia aos interesses do Brasil (ainda que não fosse alheia ao próprio Bernardo Vasconcelos que viveu na pele o drama dos que foram perseguidos pelas forças de d. Miguel nas figuras de seu irmão Jerônimo Pereira de Vasconcelos e de seu tio o conselheiro Fernando Luiz de Sousa Barradas, presos na Torre de São Julião da Barra em Lisboa). A atuação dos estudantes brasileiros no referido Batalhão reforça o que algumas historiadoras e alguns historiadores já vêm apontando: os vínculos entre Brasil e Portugal não se extinguiram com o longo e violento processo de independência (as), ao contrário, eles persistiram avançado século XIX. Por fim, é importante dizer que a pesquisa se ampara nos aportes teórico-metodológicos da história global. Ao contrário do que inicialmente poderia se supor, o estudo dos estudantes brasileiros, partindo dessa perspectiva, rompe com o nacionalismo metodológico e integra o Brasil no quadro mais amplo da resistência à contrarrevolução na Europa.
Título do Evento
V Encontro de Pós-Graduandos da SEO
Título dos Anais do Evento
Anais do V Encontro de Pós-graduandos da Sociedade de Estudos do Oitocentos (SEO)
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

OLIVEIRA, Kelly Eleutério Machado. ESTUDANTES BRASILEIROS EM COIMBRA: O BATALHÃO ACADÊMICO E A DEFESA DO LIBERALISMO EM PORTUGAL (1826-1828).. In: Anais do V encontro de pós-graduandos da Sociedade de Estudos do Oitocentos (SEO). Anais...São Luís(MA) UFMA, 2023. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/v-encontro-de-pos-graduandos-da-seo/731841-ESTUDANTES-BRASILEIROS-EM-COIMBRA--O-BATALHAO-ACADEMICO-E-A-DEFESA-DO-LIBERALISMO-EM-PORTUGAL-(1826-1828). Acesso em: 08/08/2025

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