BIOGRAFIA COMO MÉTODO: EVIDENCIAÇÃO DE PERSONAGENS NORDESTINOS NA REVISTA DO IHGB POR SACRAMENTO BLAKE.

Bruna Schulte Moura

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Trabalho

Título do Trabalho

BIOGRAFIA COMO MÉTODO: EVIDENCIAÇÃO DE PERSONAGENS NORDESTINOS NA REVISTA DO IHGB POR SACRAMENTO BLAKE.

Autores

Bruna Schulte Moura

Modalidade

Comunicação em Simpósio Temático

Área temática

Teoria e História da Historiografia no e sobre o século XIX (Prof. Dr. Valdei Lopes de Araújo - UFOP)

Data de Publicação

01/02/2024

País da Publicação

Brasil

Idioma da Publicação

Português

Página do Trabalho

https://www.even3.com.br/anais/v-encontro-de-pos-graduandos-da-seo/727892-biografia-como-metodo--evidenciacao-de-personagens-nordestinos-na-revista-do-ihgb-por-sacramento-blake

ISBN

978-65-272-0265-3

Palavras-Chave

Historiografia, Biografia, Metodologia

Resumo

Esta comunicação pretende lançar vista sobre o trabalho empreendido por Sacramento Blake no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Devemos ter em mente que, como personagem histórico localizado no tempo e no espaço, o autor é detento de uma série de paradigmas próprios, bem como está suscetível à paradigmas externos, como, por exemplo, àqueles da instituição à qual se vinculou ao fim de sua vida, após a publicação do primeiro volume de seu Dicionário. Como se sabe, o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, quando de sua criação, estabeleceu uma série de objetivos que o colocavam a serviço da construção da história nacional oficial, que atendesse aos interesses do Império. Neste bojo, o estudo da história recente foi alvo de debate e objeções no Instituto em suas décadas iniciais, sendo desestimulada, uma vez que acreditava-se no distanciamento temporal como uma abordagem objetiva, para aplicação de procedimentos críticos que iam além da reconstituição a partir da memória e da tradição oral. Ainda assim é possível notar que o IHGB não foi um local produtor de um discurso homogêneo, mas um lugar também de disputa de narrativas acerca da história nacional, conforme já foi discutido por diversos autores que se dedicaram a estudar a produção historiográfica do Instituto. Neste contexto de negação do estudo do tempo presente percebemos que o lugar da produção de biografias fazia parte de um programa do Instituto no oitocentos para lidar com este problema. Este projeto estava ligado a uma proposta dotada de uma tônica orientada para o futuro: através das publicações de biografias a associação pretendia oferecer inteligibilidade para seu presente. Ou seja, com o objetivo de lançar-se para o futuro através da ótica do presente, os sócios do Instituto buscavam uma forma de delinear as peças do mosaico da história que apenas o porvir seria capaz de enxergar em sua totalidade. Desta maneira, esse trabalho tinha a pretensão de fixar a memória e os feitos daqueles que deveriam compor a “galeria dos ilustres” (OLIVEIRA, 2010, p. 284). Identificamos que Sacramento Blake, em sua contribuição para a Revista do Instituto, colaborou diretamente com este programa, tendo se preocupado em recuperar a memória de personagens considerados por ele, ilustres, e que mereciam um lembrete histórico direcionado para o porvir. Percebemos seu compromisso com estas personalidades através de algumas passagens, como ele mesmo nos informa “O anjo da morte acaba de cortar o fio de uma existência preciosíssima!” (RIHGB, T. 51, p. 221). Ou seja, dentro de um programa de escrita da nação, se apoiar na narrativa de vidas ilustres que serviriam de exemplo para o presente e o futuro, que reunidas, revelariam a história da civilização brasileira, significava que os sócios da agremiação assumiram o papel de árbitros: eram eles quem designavam e validavam os heróis nacionais. Sacramento Blake, portanto, fez parte deste projeto imprimindo sua particularidade ao incluir no panteão dos "varões ilustres" homens nordestinos como tentativa de resgate da memória do passado glorioso da região. Através da publicação de biografias, os membros da agremiação associavam ideias caras ao fazer historiográfico deste período – como, por exemplo, a noção de dívida com os mortos, o dever de memória e o tribunal da posteridade – alinhando aos objetivos de uma narrativa oficial de história da nação. Desta forma o estudo historiográfico das biografias publicadas pela RIHGB nos possibilita apreender como os homens de letras do Brasil Imperial articulavam a compreensão acerca da escrita da história e, mais especificamente, como Sacramento Blake se relacionava com essa tradição. Para isso, olharemos para os trabalhos do autor que, entre biografias e elogios fúnebres, se debruçou no desnudamento de quatro "vidas ilustres": Francisco Sabino Alves da Rocha Vieira, Frei Francisco Xavier de Santa Rita Bastos Baraúna, Francisco Bonifácio de Abreu e Manuel da Costa Honorato.

Título do Evento: V Encontro de Pós-Graduandos da SEO
Título dos Anais do Evento: Anais do V Encontro de Pós-graduandos da Sociedade de Estudos do Oitocentos (SEO)
Nome da Editora: Even3
Meio de Divulgação: Meio Digital

Como citar

MOURA, Bruna Schulte. BIOGRAFIA COMO MÉTODO: EVIDENCIAÇÃO DE PERSONAGENS NORDESTINOS NA REVISTA DO IHGB POR SACRAMENTO BLAKE... In: Anais do V encontro de pós-graduandos da Sociedade de Estudos do Oitocentos (SEO). Anais...São Luís(MA) UFMA, 2023. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/v-encontro-de-pos-graduandos-da-seo/727892-BIOGRAFIA-COMO-METODO--EVIDENCIACAO-DE-PERSONAGENS-NORDESTINOS-NA-REVISTA-DO-IHGB-POR-SACRAMENTO-BLAKE. Acesso em: 17/05/2025