PERFIL DE PACIENTES COM DIAGNÓSTICO DE PNEUMONIA ASSOCIADA À VENTILAÇÃO MECANICA INVASIVA EM TERAPIA INTENSIVA

Publicado em 17/03/2022 - ISBN: 978-65-5941-598-4

Título do Trabalho
PERFIL DE PACIENTES COM DIAGNÓSTICO DE PNEUMONIA ASSOCIADA À VENTILAÇÃO MECANICA INVASIVA EM TERAPIA INTENSIVA
Autores
  • Luzia Cibele de Souza Maximiano
  • Luana Adrielle Leal Dantas
  • Maria Eduarda da Silva Araújo
  • ALCIVAN NUNES VIEIRA
Modalidade
RESUMO EXPANDIDO
Área temática
Assistência em urgência e emergência e UTI
Data de Publicação
17/03/2022
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/traumalauec/458877-perfil-de-pacientes-com-diagnostico-de-pneumonia-associada-a-ventilacao-mecanica-invasiva-em-terapia-intensiva
ISBN
978-65-5941-598-4
Palavras-Chave
Antibacterianos. Resistência Microbiana a Medicamentos. Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica.
Resumo
INTRODUÇÃO: Na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) As Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) estão associadas principalmente aos cateteres venosos centrais, aos cateterismos urinários, à Ventilação Mecânica Invasiva (VMI), a um período de internação prolongado e ao uso de antimicrobianos de largo espectro. A PAVM é a infecção mais comumente encontrada em UTIs, sendo definida como uma inflamação no parênquima pulmonar causada por agente infeccioso que não estava presente no momento da Intubação Orotraqueal (IOT). O ponto de corte temporal para esse critério é definido como 48 horas após a instalação da VMI. Apesar dos avanços da terapia antimicrobiana, o seu tratamento é complexo e sua letalidade varia entre 30% e 50%, podendo chegar a 70,0%. Considerando a problemática exposta, o objetivo deste estudo é analisar o perfil clínico-epidemiológico dos pacientes com diagnóstico de PAVM internados em UTI. METODOLOGIA: Estudo analítico, transversal, retrospectivo e com abordagem quantitativa. Foi realizado em uma UTI de um hospital público de referência regional localizado no interior do Estado do RN. A população foi composta pelos pacientes internados neste setor no período de janeiro de 2018 a maio de 2020, e submetidos à VMI. Para seleção dos prontuários foram aplicados os seguintes critérios de inclusão: pacientes com idade igual ou superior a 18 anos; pacientes que foram diagnosticados com PAVM. Critérios de exclusão: pacientes submetidos à VMI antes da admissão na UTI, tanto no transcurso da mesma internação em outro setor ou naqueles provenientes de outro serviço hospitalar. Os dados foram coletados nas fichas de notificação das Infecções Relacionadas à Atenção à Saúde (IRAS), elaboradas pelo Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH). Utilizou-se um formulário com os seguintes tópicos: idade, gênero, comorbidades, motivo de internação da UTI, tempo de uso da VMI, desfecho da internação na UTI, resultado da coleta de secreção traqueal (microorganismo isolado). Considerando o nível de significância de 5% (p= 0,05) e um erro amostral relativo de 8% (erro amostral absoluto = 4%), foi calculada uma amostra de 333 prontuários. A análise dos dados incluiu ainda uma análise paramétrica e frequencial. O estudo foi aprovado pelo CEP da UERN com o parecer 3.202.598 de 15/03/2019. RESULTADOS E DISCUSSÕES: Dos 333 pacientes incluídos na amostra 77 desenvolveram PAVM (22,58%), sendo 62,3% do gênero masculino; as médias de idade para este grupo foram respectivamente de 54,9 para os homens e 52,1 anos para as mulheres; a moda foi de 52 e a mediana de 56,5 anos. Para este grupo, pacientes com diagnóstico de PAVM, os principais motivos de internação na UTI foram: 76,69% por doenças neurológicas; 10,38% por doenças respiratórias; 2,59% por doenças cardíacas; 2,59% por politraumatismo; 2,59% por doenças renais; 1,29% por algum distúrbio metabólico. Quanto ao registro das comorbidades detectou-se: em 52% não foi detectada nenhuma comorbidade; em 10,38% houve registro da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS); em 9% o Diabetes Mellitus; 2,5% neoplasia; 2,5% alguma doença neurológica; 1,2% obesidade; 1,2% infecção por HIV; 1,2% Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) (1,2%). Neste tópico a soma dos valores percentuais ultrapassou os 100% porque alguns pacientes apresentaram múltiplas comorbidades. Quanto aos demais fatores de risco para desenvolver PAVM, além do uso da VMI, foram identificados: 35,6% foram submetidos a anestesia geral; para 3,8% foi registrada broncoaspiração; 5,1% fez uso de bloqueadores de receptores H2 e 97,4% desses pacientes utilizaram SNG ou SNE.Quanto ao tempo de uso da VMI foi detectado: mínimo de 02 e máximo de 60 dias com uma média de 19 dias; 39,88% dos pacientes usaram a VMI por tempo igual ou superior a média de dias encontrada para este item. Para este grupo, o principal motivo de internação foi o agravo neurológico traumático (21,32%); 52,20 % destes pacientes não apresentaram nenhuma comorbidade; no entanto, dentre aqueles que apresentaram comorbidades, houve predomínio de DM (41,53%) e HAS (30,76%). Quanto à permanência do Tubo Orotraqueal (TOT) foram obtidos os seguintes registros: uma média de 6,44 dias e mediana de 6 dias com tempo mínimo de 2 e tempo máximo de 23 dias. Quanto à traqueostomia foi identificado um tempo médio de uso em 5 dias; salienta-se que em muitos casos o paciente foi transferido da UTI para outros setores em uso de traqueostomia sem o suporte da VMI. Acerca dos eventos adversos relacionados ao TOT ou TQT, nos pacientes que desenvolveram PAVM, foi encontrado 1 registro que descreveu a perfuração do cuff. Dos pacientes que apresentaram PAVM, 45,45% foram submetidos a algum procedimento cirúrgico; neste subgrupo 80% foram submetidos ao procedimento de cirurgia neurológica e 2,8% à drenagem torácica. Quanto ao resultado do exame de cultura da secreção traqueal, em 83,07% destes pacientes foi identificado crescimento de microrganismos. Os principais microrganismos identificados foram: Acinetobacter (gram-negativo), em 46,29%; Pseudomonas (gram-negativo), em 24,07%; Klebsiella (gram-negativo), em 16,66%; Staphylococcus Aureus (gram-positivo) em 9,25%; Enterobacter (gram negativo), em 7,40%; Proteus (gram negativo), em 3,70%; Burkholderia (gram negativo), em 1,85% das amostras. Com relação ao desfecho da internação, 64,93% dos que desenvolveram PAVM foram a óbito, 31,18% foram transferidos para outras unidades hospitalares e 3,89% foram transferidos para outros serviços. Como reflexo das modificações na estrutura da pirâmide etária destaca-se a presença de comorbidades, que podem estar associadas ou não ao motivo que justificou a internação na UTI, como a Diabetes Mellitus (64,21% da amostra pesquisada) e a Hipertensão Arterial Sistêmica (47,36% da amostra pesquisada). A PAVM também está relacionada a alguns fatores de risco inerentes à sua instalação e manutenção, tais como a necessidade de sedação, o uso de sondas e cateteres; estes fatores de risco também foram identificados em 36,47% dos pacientes incluídos na amostra deste estudo. Outro achado neste estudo que é corroborado pela literatura foi a presença do Staphylococcus Aureus dentre os germes mais prevalentes; eles alcançam entre 20% e 40% das amostras pesquisadas. CONCLUSÃO: A PAVM mantém-se como evento adverso prevalente na terapia intensiva implicando diretamente na taxa de ocupação de leitos, no tempo de internação e no desfecho assistencial. O perfil dos pacientes acometidos caracteriza-se principalmente por pacientes adultos jovens e idosos, aqueles admitidos em decorrência dos agravos neurológicos traumáticos, de condições que demandam mais procedimentos invasivos e um tempo prolongado de internação. A VMI é a intervenção diretamente relacionada à ocorrência da PAVM seja por condições intrínsecas ao paciente (idade, comorbidades) ou pela natureza da doença que motivou a admissão neste setor. Trata-se de uma condição que exige intervenções contínuas onde o conhecimento do perfil dos pacientes acometidos pode orientar a instituição de medidas efetivas para a prevenção, detecção precoce e tratamento efetivo.
Título do Evento
I Congresso Nacional de Trauma e Medicina de Emergência
Título dos Anais do Evento
Anais do Congresso Nacional de Trauma e Medicina de Emergência
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

MAXIMIANO, Luzia Cibele de Souza et al.. PERFIL DE PACIENTES COM DIAGNÓSTICO DE PNEUMONIA ASSOCIADA À VENTILAÇÃO MECANICA INVASIVA EM TERAPIA INTENSIVA.. In: Anais do Congresso Nacional de Trauma e Medicina de Emergência. Anais...Manaus(AM) EVENTO ONLINE, 2022. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/traumalauec/458877-PERFIL-DE-PACIENTES-COM-DIAGNOSTICO-DE-PNEUMONIA-ASSOCIADA-A-VENTILACAO-MECANICA-INVASIVA-EM-TERAPIA-INTENSIVA. Acesso em: 06/05/2025

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