ABORDAGEM E MANEJO EMERGENCIAL DE ACIDENTES OFÍDICOS.

Publicado em 08/04/2024 - ISBN: 978-65-272-0395-7

Título do Trabalho
ABORDAGEM E MANEJO EMERGENCIAL DE ACIDENTES OFÍDICOS.
Autores
  • Stephany Kennedy Martins Xavier
  • Ana Clara Oliveira Santos
  • Giovanna Gabrielle Gomes Nascimento
  • ITALO ALKIMIM DE ANDRADE
  • Lara Leocádia De Sousa Brito
  • LÍVIA MARIA ALVES GUEDES
  • Maria Alicya Silva
  • Ylana Diniz Cortez
Modalidade
Resumo expandido
Área temática
Emergências de causas externas
Data de Publicação
08/04/2024
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/traumaemergencia/798623-abordagem-e-manejo-emergencial-de-acidentes-ofidicos
ISBN
978-65-272-0395-7
Palavras-Chave
Peçonha, Serpentes, Saúde.
Resumo
INTRODUÇÃO A incidência de casos de ofidismo representa um desafio significativo para a saúde pública, especialmente em regiões tropicais, devido à alta prevalência e ao impacto considerável na morbimortalidade. Com cerca de 3000 espécies de serpentes em todo o mundo, entre 10% e 14% são classificadas como peçonhentas, resultando em um número alarmante de incidentes anuais, com milhares de óbitos. No Brasil, um país conhecido por sua rica biodiversidade, com aproximadamente 250 espécies de serpentes, das quais 70 são peçonhentas, os casos de ofidismo são uma realidade preocupante. Segundo dados do Ministério da Saúde, ocorrem anualmente entre 19 mil e 22 mil incidentes ofídicos no país, principalmente causados por serpentes do gênero Bothrops, seguidas pelas do gênero Crotalus. A letalidade, embora relativamente baixa quando os casos recebem tratamento adequado, destaca a importância de uma abordagem eficaz desde o início. No entanto, é importante ressaltar que os dados podem estar subnotificados, sugerindo uma possível subestimação da verdadeira incidência desses eventos, especialmente em áreas rurais onde tais animais são mais comuns. A abordagem inicial aos casos de ofidismo exige cuidados específicos, incluindo a identificação segura da serpente sem colocar em risco o paciente ou o socorrista, e sem atrasar o transporte do paciente para tratamento especializado. Além disso, os efeitos do veneno variam conforme o gênero da serpente, apresentando uma gama de complicações que requerem manejo especializado. Nesse sentido, o objetivo deste artigo é destacar a importância crucial da identificação segura, tratamento de emergência e manejo adequado das complicações associadas às picadas de serpentes peçonhentas. METODOLOGIA Para identificar estudos relevantes sobre acidentes ofídicos, foram utilizadas bases de dados reconhecidas, incluindo PubMed, Scielo e Google Acadêmico. A estratégia de busca adotada não impôs restrições quanto ao ano de publicação, visando abranger uma ampla variedade de pesquisas sobre o tema. Os termos-chave utilizados na busca foram "acidentes ofídicos", "toxicologia" e "emergência" e variações desses termos, garantindo uma abordagem abrangente. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A abordagem terapêutica de emergência no tratamento de picadas de serpentes botrópicas visa neutralizar os efeitos fisiopatológicos do veneno, os quais se manifestam por atividades proteolítica, coagulante e hemorrágica. Essas atividades desencadeiam uma reação inflamatória aguda local, resultando em sintomas como edema, equimose, bolhas e linfadenomegalia regional. Além disso, o veneno botrópico pode ativar a coagulação sanguínea, consumindo fibrinogênio e formando fibrina intravascular, o que frequentemente resulta em incoagulabilidade sanguínea. A atividade hemorrágica, causada pelas hemorraginas presentes no veneno, pode comprometer a integridade do endotélio vascular. O quadro clínico dos acidentes botrópicos varia consideravelmente, desde complicações locais, como abscesso, necrose e síndrome compartimental, até manifestações sistêmicas, incluindo gengivorragia, hematúria, púrpura e, nos casos mais graves, choque e insuficiência renal. O tratamento de emergência começa com medidas gerais, como repouso, hidratação adequada, analgesia e antissepsia, evitando intervenções prejudiciais como garroteamento, incisão e sucção. A administração precoce do antiveneno é crucial, adaptada à gravidade do quadro clínico, com a quantidade de ampolas variando conforme a intensidade dos sintomas e monitoramento constante da eficácia do soro através do tempo de coagulação. As complicações locais exigem intervenções específicas, enquanto as sistêmicas requerem uma abordagem multifatorial, abrangendo diversos aspectos do tratamento médico e de suporte ao paciente. Terapias adicionais, como ventilação mecânica para insuficiência respiratória, podem ser necessárias. Compreender esses aspectos é fundamental para um manejo eficaz dos casos de ofidismo e para a minimização de suas potenciais sequelas. CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante disso, conclui-se que o ofidismo representa um desafio significativo para a saúde pública, especialmente em regiões com alta diversidade de serpentes peçonhentas, como o Brasil. A subnotificação dos casos pode subestimar sua verdadeira incidência, destacando a necessidade de medidas eficazes de identificação precoce da serpente e tratamento imediato para melhorar os desfechos clínicos dos pacientes. A compreensão abrangente dos aspectos fisiopatológicos e do manejo adequado das complicações é fundamental para enfrentar esse problema de forma eficaz e minimizar suas potenciais sequelas. Assim, é crucial investir em pesquisa, educação e prevenção para mitigar os impactos do ofidismo e proteger a saúde e o bem-estar da população.
Título do Evento
III CONGRESSO NACIONAL DE TRAUMA E MEDICINA DE EMERGÊNCIA
Título dos Anais do Evento
Anais do III Congresso Nacional de Trauma e Medicina de Emergência
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

XAVIER, Stephany Kennedy Martins et al.. ABORDAGEM E MANEJO EMERGENCIAL DE ACIDENTES OFÍDICOS... In: . Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/traumaemergencia/798623-ABORDAGEM-E-MANEJO-EMERGENCIAL-DE-ACIDENTES-OFIDICOS. Acesso em: 02/08/2025

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