DISBIOSE INTESTINAL: IMPLICAÇÕES NA SAÚDE MENTAL E NA FISIOPATOLOGIA DA DIABETES TIPO 2.

Publicado em 08/04/2024 - ISBN: 978-65-272-0395-7

Título do Trabalho
DISBIOSE INTESTINAL: IMPLICAÇÕES NA SAÚDE MENTAL E NA FISIOPATOLOGIA DA DIABETES TIPO 2.
Autores
  • Stephany Kennedy Martins Xavier
  • Ana Clara Oliveira Santos
  • Giovanna Gabrielle Gomes Nascimento
  • ITALO ALKIMIM DE ANDRADE
  • Lara Leocádia De Sousa Brito
  • LÍVIA MARIA ALVES GUEDES
  • Maria Alicya Silva
  • Ylana Diniz Cortez
Modalidade
Resumo expandido
Área temática
Temas Relacionados a Saúde
Data de Publicação
08/04/2024
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/traumaemergencia/798605-disbiose-intestinal--implicacoes-na-saude-mental-e-na-fisiopatologia-da-diabetes-tipo-2
ISBN
978-65-272-0395-7
Palavras-Chave
Saúde, Depressão, Microbiota
Resumo
INTRODUÇÃO O impacto do estilo de vida moderno na saúde humana, especialmente no que diz respeito ao sistema digestório, é uma preocupação crescente. Fatores como o consumo excessivo de alimentos industrializados, a exposição a agrotóxicos e mudanças significativas nos hábitos de vida exercem um efeito significativo sobre o sistema digestivo, com especial atenção à microbiota intestinal. Essa comunidade de microrganismos desempenha um papel crucial na saúde do sistema digestório, na regulação do sistema imunológico e até mesmo na produção de neurotransmissores vitais para a saúde mental, como a serotonina. Dessa forma, quando ocorre um desequilíbrio na microbiota intestinal, conhecido como disbiose, a integridade da parede intestinal pode ser comprometida. Isso permite a translocação de toxinas do lúmen intestinal para a circulação sistêmica, resultando em endotoxemia, inflamação de baixo grau, autoimunidade e estresse oxidativo. Essas condições podem desencadear uma série de consequências adversas, incluindo a destruição de células beta ou resistência à insulina, o que contribui para o desenvolvimento do diabetes tipo 2. Além disso, uma revisão de 42 estudos relatou que as alterações mais consistentes na microbiota de indivíduos com diabetes tipo 2 são a redução na proporção dos gêneros Bifidobacterium, Faecalibacterium, Akkermansia e Roseburia. Por outro lado, apresentam alta prevalência das espécies Prevotella copri, Bacteroides vulgatus, Bacteroides rodentium e Bacteroides xylanisolvens. Ademais, além do diabetes tipo 2, a disbiose intestinal também pode desempenhar um papel crítico no desenvolvimento e funcionamento do sistema nervoso central, contribuindo para distúrbios neurológicos e psiquiátricos, como depressão, ansiedade, Alzheimer, Parkinson, transtorno bipolar e síndrome do intestino irritável. Sendo assim, a presente revisão da literatura tem como objetivo explorar a inter-relação entre diabetes, depressão e microbiota intestinal. METODOLOGIA Foram considerados artigos publicados nos últimos cinco anos (2019-2024). Para isso, serão utilizadas duas bases de dados principais: Scielo e Google Acadêmico. A estratégia de busca envolveu a combinação de palavras-chave, tais como "diabetes", "depressão", “ansiedade”, "disbiose" e outros termos relacionados, por meio de operadores booleanos (AND, OR) para garantir a abrangência da pesquisa. Os critérios de inclusão incluirão apenas artigos disponíveis em texto completo, escritos em inglês e português que, abordem diretamente a relação entre as variáveis em questão. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Foi conduzido um estudo que investigou minuciosamente a intrínseca relação entre a saúde mental e a composição da microbiota intestinal, bem como sua conexão com o diabetes mellitus tipo 2 (DM2), delineando potenciais abordagens terapêuticas baseadas na modulação microbiana. Inicialmente, destaca-se a complexidade no tratamento dos transtornos psiquiátricos, como ansiedade e depressão, apesar da ampla disponibilidade de terapias farmacológicas. Observou-se que muitos pacientes enfrentam respostas subótimas ou efeitos colaterais indesejados, especialmente quando expostos prolongadamente a antidepressivos, os quais podem induzir um efeito antimicrobiano prejudicial, resultando na diminuição da diversidade microbiana intestinal. Tal fenômeno pode contribuir para a manifestação dos sintomas depressivos e ansiosos, evidenciando a complexa interação entre a saúde mental e o sistema microbiano. No estudo, a administração crônica de Lactobacillus rhamnosus (JB-1) em camundongos adultos machos revelou uma série de alterações substanciais na expressão do mRNA do GABA (B1b) em diversas regiões cerebrais. Especificamente, observou-se um aumento significativo nas áreas corticais, concomitantemente a uma redução em outras regiões. Além disso, o tratamento com L. rhamnosus (JB-1) demonstrou uma redução notável nos níveis de corticosterona, hormônio associado ao estresse, correlacionando-se com uma atenuação dos comportamentos relacionados à ansiedade e depressão, conforme abordado anteriormente. Por outro lado, o estudo também explorou o impacto da microbiota intestinal no DM2, uma condição metabólica de crescente prevalência. Observou-se que a administração de metformina, um antidiabético oral amplamente prescrito, provocou alterações substanciais na composição da microbiota intestinal, particularmente aumentando a abundância da espécie Akkermansia muciniphila. Essa mudança parece modular não apenas a inflamação sistêmica, mas também a homeostase glicêmica e a integridade da barreira intestinal. Além disso, indivíduos com disbiose intestinal associada ao DM2 demonstraram melhorias notáveis na produção de ácidos graxos de cadeia curta, como butirato e propionato, em resposta ao tratamento com metformina. Essas alterações metabólicas, juntamente com os elevados níveis de Akkermansia, podem exercer um papel fundamental nos efeitos benéficos da metformina no metabolismo da glicose e na sensibilidade à insulina, evidenciando a relevância da microbiota intestinal na fisiopatologia do DM2. CONSIDERAÇÕES FINAIS Dessa forma, conclui-se que compreender as complexas interações entre microbiota intestinal, saúde mental e metabolismo abre novas perspectivas no desenvolvimento de abordagens terapêuticas mais eficazes e personalizadas para uma série de condições de saúde. Ao reconhecer o intestino como um centro crucial para a regulação do humor, metabolismo e saúde imunológica, podemos adotar abordagens mais abrangentes e eficazes para o tratamento e prevenção de uma variedade de condições. A possibilidade de desenvolver terapias personalizadas que considerem a individualidade da microbiota de cada pessoa representa um avanço significativo na medicina personalizada. Essa abordagem pode permitir que intervenções sejam adaptadas precisamente às necessidades específicas de cada indivíduo, maximizando os benefícios terapêuticos e minimizando os efeitos colaterais indesejados. Além disso, a ênfase em uma abordagem holística para a promoção do bem-estar humano destaca a importância de considerar não apenas os aspectos físicos, mas também os emocionais, mentais e sociais da saúde. Isso implica uma mudança de paradigma na forma como encaramos o cuidado da saúde, incentivando uma integração mais completa de diferentes disciplinas médicas e práticas de autocuidado.
Título do Evento
III CONGRESSO NACIONAL DE TRAUMA E MEDICINA DE EMERGÊNCIA
Título dos Anais do Evento
Anais do III Congresso Nacional de Trauma e Medicina de Emergência
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

XAVIER, Stephany Kennedy Martins et al.. DISBIOSE INTESTINAL: IMPLICAÇÕES NA SAÚDE MENTAL E NA FISIOPATOLOGIA DA DIABETES TIPO 2... In: . Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/traumaemergencia/798605-DISBIOSE-INTESTINAL--IMPLICACOES-NA-SAUDE-MENTAL-E-NA-FISIOPATOLOGIA-DA-DIABETES-TIPO-2. Acesso em: 02/08/2025

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