ATENDIMENTO A PACIENTE COM TUBERCULOSE: UM RELATO DE CASO

Publicado em 08/04/2024 - ISBN: 978-65-272-0395-7

DOI
10.29327/1390041.3-36  
Título do Trabalho
ATENDIMENTO A PACIENTE COM TUBERCULOSE: UM RELATO DE CASO
Autores
  • Camilly casagrande
Modalidade
Relato de caso
Área temática
Temas Relacionados a Saúde
Data de Publicação
08/04/2024
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/traumaemergencia/794550-atendimento-a-paciente-com-tuberculose---um-relato-de-caso
ISBN
978-65-272-0395-7
Palavras-Chave
Análise Histológica, Diagnóstico, Tomografia Computadorizada.
Resumo
ATENDIMENTO A PACIENTE COM TUBERCULOSE: UM RELATO DE CASO RESUMO Objetivo: relatar estudo de caso de tuberculose extra-pulmonar. Metodologia: Trata-se de estudo decaso de paciente de 28 anos. Relato de caso: notou-se a presença de formação líquida heterogênea, circundada por uma casca espessa, consistente com um abscesso na parede torácica lateral direita. O paciente foi tratado com protocolo do Manual de Recomendações ao Controle da Tuberculose no Brasil com quadriterapia (etambutol, rifampicina, isoniazida e pirazinamida) seguida por terapia dupla (isoniazida e rifampicina). Conclusão: A localização da tuberculose na parede torácica é rara e de diagnóstico difícil, mas o tratamento sem mostrou eficaz. Palavras-Chave: Análise Histológica. Diagnóstico. Tomografia Computadorizada. Área Temática: Doenças Pulmonares 1 Introdução Atualmente, a tuberculose permanece um problema de saúde pública, especialmente nos países em desenvolvimento. No Brasil, hoje, a tuberculose mata 14 pessoas por dia no Brasil, conforme Ministério da Saúde. Em 2021, foram mais de cinco mil mortes e, em 2022, o País registrou 78 mil novos casos. Já em 2023, o total de casos registrados foi de 38 casos por mil habitantes. Não por menos, não se pode deixar dos casos subnotificados que, conforme é dito pela literatura, pode chegar a 28%. A tuberculose extra-pulmonar, que é localizada na parede torácica, é rara, representando menos de 5% das tuberculoses osteoarticulares e 0,1% de todas as localizações. Não só é rara como também pode ser subnotificada, especialmente pela inexistência de atendimento ou ainda de qualificação profissional. Nesse sentido, o objetivo deste estudo é relatar um caso observado e discutir o diagnóstico e o manejo no contexto brasileiro. 2 Metodologia Trata-se de um estudo de caso, apresentado por forma de relato. Conforme Eva Maria Lakatos e Marina de Andrade Marconi, é uma abordagem de pesquisa que se concentra na análise aprofundada de um paciente individual ou de um grupo de pacientes que compartilham características semelhantes. É tipo de estudo frequentemente utilizado nas áreas de medicina, psicologia, enfermagem e outras disciplinas de saúde. O objetivo principal é compreender detalhadamente a história, diagnóstico, o tratamento e os resultados associados a uma condição específica. Assim sendo, buscou-se aqui relatar o caso de um paciente, homem, de 28 anos de idade, sem histórico médico significativo ou exposição conhecida à tuberculose. 3 Relato de caso O paciente veio de encaminhamento de posto público para atendimento no hospital local com reclamações de tosse corrente, sem sintomas. No primeiro contato, o paciente trouxe, com base em diagnóstico um mês antes da consulta, resultados de uma tumefação dolorosa na parede torácica lateral direita, adjacente ao 9º espaço intercostal. O paciente não apresentava febre, mas a tumefação aumentava progressivamente, conforme relato. Foi informado no contato inicial que, cerca de uma semana antes do surgimento da tumefação, ao movimentar objeto pesado, o paciente relatou ter sentido um estalo seguido de uma dor aguda na região onde a tumefação se manifestou. A dor desapareceu após o uso de anti-inflamatórios, mas retornou alguns dias depois. Nesse primeiro exame físico, o paciente encontrava-se em bom estado geral, sem febre, apresentando uma massa lateral torácica direita de 5 cm de comprimento, consistência rígida, sem sinais inflamatórios locais. Não foram observados linfonodos palpáveis, e, assim, o restante do exame estava sem particularidades. Os exames de sangue revelaram leucocitose (8.660 elementos/mm3), com 13% de linfócitos, hemoglobina de 16,2 g/dl e velocidade de sedimentação de 20 mm na primeira hora. As análises de escarro para bacilos tuberculosos e a sorologia para o HIV foram negativas. O teste cutâneo de tuberculina apresentou diâmetro de 7 mm. A ultrassonografia da tumefação indicou um abscesso na parede. Em frente, resultados da tomografia computadorizada (Fig. 1). A radiografia e a tomografia computadorizada torácica confirmaram a presença de uma formação líquida heterogênea, medindo 39 mm de comprimento, 22 mm de largura e 52 mm de altura, circundada por uma casca espessa, consistente com um abscesso na parede torácica lateral direita, no 9º espaço intercostal, com reação do periósteo do arco anterior da 9ª costela correspondente (Fig. 1). Também foi observada opacidade micronodular em padrão de árvore em brotação nos lobos médio e superior do lobo inferior do pulmão direito, associada a focos de pneumonia provavelmente bacilar. Considerado como hematoma infectado pós-traumático, foi realizada drenagem, com saída de pus e necrose caseosa, seguida de remoção da casca e do periósteo, para evitar uma fístula pleural. Um dreno lamelar foi então inserido. As análises bacteriológicas diretas e após cultura do líquido, realizadas duas vezes, foram estéreis. A análise anatomopatológica da casca e GeneXpert do pus apontaram para tuberculose (Fig. 2). O paciente foi tratado de acordo com o protocolo do Manual de Recomendações para oControle da Tuberculose no Brasil com uma quadriterapia (etambutol, rifampicina, isoniazida e pirazinamida) seguida por uma terapia dupla (isoniazida e rifampicina), por 9 meses. A ferida operatória permaneceu aberta por seis semanas, com uma persistência de secreções em pequena quantidade, cicatrizando somente após oito (8) semanas de poliquimioterapia antituberculosa. O exame clínico e radiológico de acompanhamento foi satisfatório, com desaparecimento da dor e normalização da pleura e do parênquima pulmonar. O tratamento antituberculoso foi bem tolerado. Após trinta (30) meses de acompanhamento regular, nenhum recidiva, clinicamente ou , foi detectada. 4 Discussão A maioria dos focos de tuberculose extrapulmonar está localizada na pleura e gânglios.Uma forma incomum e rara, a tuberculose da parede torácica pode ocorrer devido a inoculação direta transcutânea, a drenagem linfática a partir de uma pleura infectada ou por contiguidade, a uma adenite da parede torácica ou ainda por via hematogênica a partir de um foco pulmonar. Esses dois últimos mecanismos podem ser a causa dessa lesão desse paciente. Como todos os abscessos, uma ruptura para a cavidade torácica, uma fistulização cutânea e uma disseminação local ou à distância são possíveis. A manifestação clínica desta doença é inespecífica e se resume a dor, uma tumefação na parede, às vezes febre. Isso frequentemente apresenta um desafio diagnóstico e terapêutico entre um tumor e outros abscessos parietais piogênicos ou infecção por actinomicetos. Sinais iniciais são por vezes discretos, resultando em descoberta tardia no estágio de coleção. A este estudo, evento desencadeante, o movimento de um objeto pesado, relatado logo pelo paciente, obscureceu o diagnóstico antes da intervenção cirúrgica. O tamanho da tumefação varia, assim como sua consistência. Ela é dolorosa, mais ou menos dura e às vezes renitente, mas, em alguns casos, como nesta observação, não apresenta calor local/vermelhidão. As diferentes etiologias de um abscesso frio da parede torácica devem ser consideradas diante desse quadro clínico. As lesões geralmente são isoladas, mas em alguns pacientes, múltiplas lesões foram encontradas em dois ou mais locais torácicos ou extratorácicos: neste caso, a lesão era única. 5 Conclusão A localização da tuberculose na parede torácica é rara e de diagnóstico difícil, mas deve ser investigada, especialmente em países como Brasil, para evitar evolução da doença para uma complicação. O tratamento ainda não está codificado, mas requer a combinação de tratamento antituberculoso e cirurgia. Em alguns casos, como este paciente, a cirurgia permite tanto um diagnóstico quanto a orientação do tratamento.
Título do Evento
III CONGRESSO NACIONAL DE TRAUMA E MEDICINA DE EMERGÊNCIA
Título dos Anais do Evento
Anais do III Congresso Nacional de Trauma e Medicina de Emergência
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital
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Como citar

CASAGRANDE, Camilly. ATENDIMENTO A PACIENTE COM TUBERCULOSE: UM RELATO DE CASO.. In: . Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/traumaemergencia/794550-ATENDIMENTO-A-PACIENTE-COM-TUBERCULOSE---UM-RELATO-DE-CASO. Acesso em: 19/05/2025

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