CASO ELOÁ CRISTINA: A ROMANTIZAÇÃO DE UM SEQUESTRO

Publicado em 12/11/2020 - ISBN: 978-65-88243-96-1

Título do Trabalho
CASO ELOÁ CRISTINA: A ROMANTIZAÇÃO DE UM SEQUESTRO
Autores
  • Gabriela Hasegawa
Modalidade
Resumo Expandido - 2020
Área temática
GT 6 - Direito Penal e Criminologia
Data de Publicação
12/11/2020
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/spic2020/296433-caso-eloa-cristina--a-romantizacao-de-um-sequestro
ISBN
978-65-88243-96-1
Palavras-Chave
Iniciação, Científica, Mídia, Violência, Mulher.
Resumo
Em 13 de outubro de 2008, na cidade de Santo André, região metropolitana de São Paulo, deu-se início ao sequestro mais longo já ocorrido em São Paulo. Eloá Cristina Pimentel encontrava-se em sua residência, na companhia de colegas de escola, quando Lindemberg Alves, seu ex-namorado, com 22 anos na época dos fatos, invadiu o local. Assim, o cárcere privado fora iniciado. Após algumas horas, a mídia televisiva chegou ao local para realizar a cobertura do caso. Com a chegada da polícia, passou-se à negociação para que, então, os reféns fossem libertados, o que, posteriormente, ocorreu, com exceção de Eloá. Os programas de televisão, contudo, passaram a realizar uma cobertura bastante massiva do sequestro que ainda se encontrava em curso. Diversas entrevistas foram realizadas ao vivo com o sequestrador e com os policiais que estavam atuando na negociação em questão. Por muitos momentos, a vítima fora filmada na janela do apartamento em que estava sendo mantida, chorando e sob a mira de uma arma de fogo, a qual era apontada por seu ex-namorado. Nayara, que também fora mantida refém, confirmou, posteriormente, que o sequestrador chegou a agredir Eloá por várias vezes. Contudo, mesmo diante da gravidade da situação em questão, muitos apresentadores de programas televisivos, ao narrarem os fatos que estavam ocorrendo no curso do sequestro, buscavam retratar Lindemberg como um jovem apaixonado, que, somente estaria cometendo o crime em razão do amor que sentia pela vítima, atribuindo, então, uma visão romântica ao delito. Desta forma, criou-se uma narrativa sob uma perspectiva amorosa de um crime, a qual somente fora abandonada quando, após superadas as 100 (cem) horas de cárcere privado, o sequestro chegou ao fim. Após o apartamento ser invadido pela polícia, Eloá fora baleada e, posteriormente, veio a óbito. Tal abordagem por parte da mídia, no caso apresentado, demonstra-se bastante problemática, visto que, mesmo diante das imagens transmitidas ao vivo, em que Lindemberg apontava uma arma de fogo na cabeça da vítima, sua conduta fora percebida pela mídia como um ato de amor, sob uma perspectiva romantizada. A presente pesquisa, por sua vez, busca analisar e compreender, por meio de matérias jornalísticas datadas da época dos fatos, assim como a leitura de bibliografias relacionadas à temática, as razões que levaram à construção, por parte da mídia, de uma abordagem romântica acerca de um sequestro. O discurso midiático, no caso em questão, demonstra-se estar diretamente ligado à construção de uma sociedade pautada no machismo e no patriarcado, em que a violência contra a mulher e o feminicídio foram, e ainda são tidos como algo natural, derivados de uma hierarquia socialmente criada.
Título do Evento
XII Simpósio de Pesquisa e Iniciação Científica - UNICURITIBA
Cidade do Evento
Curitiba
Título dos Anais do Evento
Anais do XII Simpósio de Pesquisa e Iniciação Científica do UNICURITIBA
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

HASEGAWA, Gabriela. CASO ELOÁ CRISTINA: A ROMANTIZAÇÃO DE UM SEQUESTRO.. In: Anais do XII Simpósio de Pesquisa e Iniciação Científica do UNICURITIBA. Anais...Curitiba(PR) UNICURITIBA, 2020. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/spic2020/296433-CASO-ELOA-CRISTINA--A-ROMANTIZACAO-DE-UM-SEQUESTRO. Acesso em: 07/05/2025

Trabalho

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