UMA PERSPECTIVA CRIMINOLÓGICA-MIDIÁTICA SOBRE A GUERRA DE CANUDOS

Publicado em 12/11/2020 - ISBN: 978-65-88243-96-1

Título do Trabalho
UMA PERSPECTIVA CRIMINOLÓGICA-MIDIÁTICA SOBRE A GUERRA DE CANUDOS
Autores
  • Gabriela Lezan Popadiuk
Modalidade
Resumo Expandido - 2020
Área temática
GT 6 - Direito Penal e Criminologia
Data de Publicação
12/11/2020
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/spic2020/296405-uma-perspectiva-criminologica-midiatica-sobre-a-guerra-de-canudos
ISBN
978-65-88243-96-1
Palavras-Chave
Iniciação Científica, Criminologia midiática, Euclides da Cunha, Guerra de Canudos.
Resumo
A campanha de Canudos, mais conhecida como a Guerra de Canudos, ocorreu em 1896, no momento histórico de recém República através de um golpe militar. A primeira república (1889-1930) foi vista, conforme ensina Francisco Weffort, como uma continuação do Império, sendo marcada também pela ausência do povo no cenário político. Antônio Maciel, ou Antônio Conselheiro, uma figura um tanto duvidosa, seguiu em 1893 para Canudos, o qual “acolhia um lugarejo que tinha como a maioria dos que jazem desconhecidos pelos nossos sertões, muitos germes da desordem e do crime”. Ali foram construídos açudes, cemitérios e igrejas, principalmente sob o comando de Conselheiro. Em 1896 houve a primeira de muitas expedições militares, todas com o objetivo de expulsar os bandidos que ocuparam a fazenda e capturar sue chefe. Nessa perspectiva, Euclides da Cunha foi enviado como jornalista pelo jornal O Estado de São Paulo. Canudos foi o primeiro conflito que atraiu correspondentes da imprensa, a qual, defendida pela elite letrada, defendia o discurso higienista, racista e positivista, em total contraponto com os fatos, os quais demonstravam um povo pobre que tentava formar uma cidade melhor estruturada. Era um discurso contra a miscigenação e o povo brasileiro em geral. Euclides da Cunha dividiu a história do Brasil em duas, a qual também dividiu o espaço. O sul, o paulista, era conhecido pelas Minas Gerais, Rio de Janeiro e os bandeirantes, figuras autônomas, aventurosas e rebeldes; enquanto o norte – os sertanistas – era caracterizado pela mistura com os indígenas e com a “colaboração persistente” dos jesuítas. Weffort explica que a ligação apontada por Cunha entre norte e sul ocorria pelo Rio São Francisco. A imprensa usava as palavras jagunço e fanático quando se referiam aos sertanejos, os transformando em loucos e violentos e que estariam prontos para atacar as cidades do interior da Bahia. Os jornais da Bahia se manifestaram diversas vezes, e de forma enfática, de que não participavam ou apoiavam a revolta, os quais se tornaram uma instituição contra Antônio Conselheiro. Neste diapasão cumpre observar que o governo, recém instaurado, buscava pela legitimação do mesmo, o que só aconteceria com a unidade da nação e do desenvolvimento da “consciência nacional”, o que, na Bahia, dependia da atuação da mídia. Sobre o assunto, Joaquim de Novais Filho destaca o seguinte trecho do Jornal de noticias de 15 de março de 1897, intitulado de “Pelo nome da Bahia”: “Sim! Si ao obcecado fanático Antonio Conselheiro juntam-se elementos subversores das instituições vigentes, justiça é proclamar que não são os nossos dinheiros, nem os esforços da Bahia, que alli concorrem, que não é entre nós que se trama, e se resolve, e se emprehende a lucta ao regimen inaugurado a 15 de novembro de 1889.” A criminologia midiática tem por escopo estudar a criação da realidade através de informação, subinformação e desinformação, somado com preconceitos e crenças, as quais são assentadas na causalidade mágica. Esta, por sua vez, vem da ideia de causalidade especial, o que se converte em bodes expiatórios, conforme explica Eugenio Raul Zaffaroni. Assim, resta claro a necessidade de estudo aprofundado no âmbito da criminologia midiática acerca da Guerra de Canudos, visto que o meio utilizado para a justificação e a legitimação da reação governamental foi a mídia.
Título do Evento
XII Simpósio de Pesquisa e Iniciação Científica - UNICURITIBA
Cidade do Evento
Curitiba
Título dos Anais do Evento
Anais do XII Simpósio de Pesquisa e Iniciação Científica do UNICURITIBA
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

POPADIUK, Gabriela Lezan. UMA PERSPECTIVA CRIMINOLÓGICA-MIDIÁTICA SOBRE A GUERRA DE CANUDOS.. In: Anais do XII Simpósio de Pesquisa e Iniciação Científica do UNICURITIBA. Anais...Curitiba(PR) UNICURITIBA, 2020. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/spic2020/296405-UMA-PERSPECTIVA-CRIMINOLOGICA-MIDIATICA-SOBRE-A-GUERRA-DE-CANUDOS. Acesso em: 06/05/2025

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