DESIGN COMO FERRAMENTA DE COMUNICAÇÃO DA RETOMADA DA IDENTIDADE DO NEGRO BRASILEIRO À DIÁSPORA AFRICANA

Publicado em 25/03/2020 - ISSN: 2526-9933

Título do Trabalho
DESIGN COMO FERRAMENTA DE COMUNICAÇÃO DA RETOMADA DA IDENTIDADE DO NEGRO BRASILEIRO À DIÁSPORA AFRICANA
Autores
  • Nilmar Figueiredo de Souza
Modalidade
Trabalho Completo
Área temática
Doutorado
Data de Publicação
25/03/2020
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/spgd_2019/224918-design-como-ferramenta-de-comunicacao-da-retomada-da-identidade-do-negro-brasileiro-a-diaspora-africana
ISSN
2526-9933
Palavras-Chave
Cultura e Sociedade, Identidade, Diáspora, Imagem e Comunicação, Design de Moda
Resumo
Presente em diversos aspectos na vida dos seres humanos, o design através de sua manifestação em objetos e imagens, contribui para que os indivíduos se afirmem dentro de grupos sociais e culturais. Nesse contexto, faz-se necessário o melhor entendimento das possibilidades de associações entre aspectos físicos (artefatos), culturais simbólicos, a sua entrada no processo de resgate de valores e construção de identidade. A Presente proposta de artigo busca investigar a função do design e da estética do objeto, como ferramenta de comunicação junto ao movimento negro na busca pela retomada da diáspora africana na construção da identidade do indivíduo negro na sociedade contemporânea brasileira. O conceito de identidade e diáspora africana tornam-se o fio condutor desta análise, onde além do cabelo, signo de negritude, outros adornos de origem africana como: joias, objetos, estampas e cores, deixam de ser elementos negativos e se ressignificam na diáspora como impulsor do enfrentamento ao racismo na busca pela equidade. Através desse conceito a presente proposta de artigo busca encontrar no campo da moda, fatores de comunicação dessa identidade. Desse modo, entende-se que o resgate da origem étnica dos africanos trazidos para o Brasil surge na contemporaneidade como um signo de apropriação da negritude brasileira anteriormente negado e silenciado pelo padrão eurocêntrico de beleza. Nos últimos anos, rodas de debates sobre a estética negra no Brasil cresceram muito a partir do fortalecimento de um fenômeno denominado de “afrontamento” em meio aos negros militantes no Brasil. Tal fenômeno, também conhecido como “afrotombamento” representam um momento em que os negros passam a assumir com veemência e muito fôlego sua identidade racial. Processo como alisamento capilar, desconstrução de um forte signo da negritude, foi a consequência de uma imposição social de padrão eurocêntrico que predominou na vida de milhares de negros e negras brasileiros. Os cabelos naturais, sejam crespos ou cacheados, se tornaram símbolos de resistência e representação no meio social, após constantes lutas dos movimentos negros no Brasil. Com a ascensão da cidadania do povo negro através das políticas de transferência de renda praticados pelo governo federal nos últimos 12 anos, muitos se sentiram mais seguros para saírem da subalternidade e assumirem sua identidade ao valorizar cultura afro-brasileira. A partir desse momento surge a “geração tombamento”, movimento estético urbano que resgata a cultura negra e a evidencia pela busca de mais representatividade. Incomodados por não se verem representados pela mídia, essa nova geração de negros brasileiros passou a subverter o padrão europeu de beleza e de consumo, para confrontar o consolidado padrão, iniciou um processo de resgate de elementos africanos para o segmento da moda justamente para trazer visibilidade a cultura brasileira através da estética. Batons e cabelos coloridos, misturas criativas entre cores e estampas, acessórios com forte referência a religiões de matriz africana, utilização de madeira e ossos, entre outros, passam a consolidar esteticamente o estilo marcante do movimento na busca pelo poder político e pela releitura do indivíduo negro. E é exatamente o uso das ferramentas supracitadas que essa pesquisa busca investigar no campo do Design, Estética e Semiótica. Entender como os signos de matriz africana e todo seu apelo estético influenciam a construção da ressignificação do negro na sociedade. Como o uso do design de produtos, da comunicação visual e da estética percebida pelo corpo e seus acessórios fortalecem a compreensão, não só de uma identidade brasileira, mas acima de tudo de um “novo ser”, que por vezes foi tão subalternizado e passa a ser compreendido como tem que ser, igual. De acordo com aspectos raciais supracitados, este artigo propõe a discussão da formação da identidade, a partir de dois autores distinos – Stuart Hall e Kabengele Munanga – através da construção de conceitos em produtos desenvolvidos a partir do design de moda, onde estes sirvam de artefatos para comunicação desta própria identidade. Nas últimas décadas foi possível observar mudanças profundas em duas esferas relacionadas a origem Africana. Em um primeiro momento percebe-se a transformação no espaço físico que é creditado aos povos, culturas e tradições de fundamento africano na construção da sociedade no Brasil. Posteriormente é possível perceber como a identidade brasileira passa a ser debatida em conversas destinadas a compreensão das relações raciais nos dias atuais. Tais transformações consolidam uma trajetória de nova compreensão da existência desses novos povos e culturas, atualmente embutido em um conceito desenvolvido na contemporaneidade e com grande destaque em debates sociais, meio acadêmico e coletivos militantes: Diáspora Africana – também conhecida como Diáspora Negra, que se refere ao fenômeno sócio cultural e histórico ocasionado em países que receberam negros retintos pela imigração forçada, para fins escravagistas mercantis que duraram até o século XIX. Para viabilizar tal pesquisa a presente proposta busca metodologias baseadas em pesquisa bibliográfica no campo de pesquisa dos autores supracitados (Stwart Hall e Kabengele Munanga) no campo do estudo da identidade. Como complementação, o campo da semiótica para compreensão da importância do entendimento de signos na comunicação dos fatores expostos anteriormente e no campo da moda, estudos exploratórios de linguagem e identidade cultural na construção da moda. Além de buscar apoio em fontes, arquivos, acervos, observação de campo, visitas e pesquisas em museus, pesquisa junto ao consulado da Angola e estudos sobre referencias icônicas em religiões de matriz africanas. O presente trabalho busca ter contribuições relevantes para o estudo de identidade dentro dessa formação de consumo menos eurocêntrica. Há um interesse do autor em fortalecer a identidade negra no brasil e contribuir para o fortalecimento da comunicação desse identidade através de pesquisas que exponham formas de retomada da identidade diaspórica africana no Brasil com a contribuição do Design seja no campo da moda, comunicação, política.
Título do Evento
5º Simpósio de Pós-Graduação em Design da ESDI
Cidade do Evento
Rio de Janeiro
Título dos Anais do Evento
Anais do Simpósio de Pós-graduação em Design da Esdi
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

SOUZA, Nilmar Figueiredo de. DESIGN COMO FERRAMENTA DE COMUNICAÇÃO DA RETOMADA DA IDENTIDADE DO NEGRO BRASILEIRO À DIÁSPORA AFRICANA.. In: Anais do Simpósio de Pós-graduação em Design da Esdi. Anais...Rio de Janeiro(RJ) ESDI / UERJ, 2019. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/spgd_2019/224918-DESIGN-COMO-FERRAMENTA-DE-COMUNICACAO-DA-RETOMADA-DA-IDENTIDADE-DO-NEGRO-BRASILEIRO-A-DIASPORA-AFRICANA. Acesso em: 03/05/2025

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