O DESENHO COMO LINGUAGEM NO PERCURSO EDUCACIONAL DOS INDIVÍDUOS

Publicado em 25/03/2020 - ISSN: 2526-9933

Título do Trabalho
O DESENHO COMO LINGUAGEM NO PERCURSO EDUCACIONAL DOS INDIVÍDUOS
Autores
  • LEONARDO OLIVEIRA DA SILVA SIDAOLI
Modalidade
Trabalho Completo
Área temática
Mestrado
Data de Publicação
25/03/2020
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/spgd_2019/224888-o-desenho-como-linguagem-no-percurso-educacional-dos-individuos
ISSN
2526-9933
Palavras-Chave
Desenho, Design Gráfico, Arte e visualidade, Educação e pedagogia do design, Pensamento Visual
Resumo
RESUMO O presente texto tem como intenção refletir sobre a importância do desenho na trajetória dos indivíduos, não só no aspecto de pensá-lo como uma modalidade cognitiva, isto é, uma forma de pensamento diferente do pensamento verbal, com suas peculiaridades, abstrações e noções próprias do pensamento visual, como também de que forma essa articulação com o desenho — através da sua prática, vivência e pensamento — têm de potencial no desenvolvimento da expressão do indivíduo na sua experiência particular e social, através de uma conexão entre prática do desenho e vivência das artes visuais, design e diversas produções artísticas e culturais. INTRODUÇÃO A principal motivação para pensar sobre o desenho — e seus desdobramentos nas artes visuais — deve-se a nossa atual condição nas sociedades urbanas do século XXI, que se encontram a cada dia mais imersas em um grande ‘caldo’ visual e comunicativo. Não podemos desconsiderar que o uso do desenho perpassa a condição humana desde os seus primórdios, como visto em muitos registros paleontológicos ao longo da história. Como pretendemos aqui pensar sobre o desenho, nos interessa debruçar-nos sobre o frequente uso da comunicação imagética, da construção de narrativas visuais e por que não, o uso do desenho como processo comunicativo. Para isto, a primeira pergunta que deve ser respondida é: de qual desenho se fala quando se fala de desenho? Muitas vezes, recorrer a etimologia da palavra pode tornar ainda mais obscura a tentativa de esclarecer significados de determinados usos verbais. A principal dificuldade é que quando recorremos a origem de determinadas palavras, duas coisas ruins podem acontecer: ou não conseguimos traçar um paralelo exato de sua origem ou o sentido primal foi perdido ou deturpado. Entretanto — ainda que arriscado — consideramos no mínimo valioso o exercício de buscar o histórico dos significados de uma palavra. Em especial, pensar sobre isso é o ponto de partida para nos ajudar a responder a segunda pergunta: qual a importância do desenho? UMA ETIMOLOGIA DO DESENHO Gil Tokio de Tani e Isoda traz em sua dissertação de mestrado um panorama que remonta a uma origem — em algumas línguas — das palavras desenho e design, ilustrando sua origem latina (no caso do desenho) e os significados que assumiu ao longo dos séculos. Do latim de 'signum' até o italiano 'disegno', (TOKIO, 2013 p. 42), muitos processos de significação das palavras foram sendo adicionados e a expressão se desmembrou em algumas outras, permanecendo novas possibilidades em algumas línguas, como em espanhol, mas com restrições de sinônimos na língua portuguesa, que deixou de usar a palavra debuxo, por exemplo, em contrapartida a sua equivalente em língua espanhola, 'debujo'. No espanhol, 'debujo' passou a designar o que chamamos em português de desenho. O que chamamos de design na língua portuguesa, passou a se chamar 'diseño' em espanhol. A complexidade desta ciranda linguística entre as línguas italiana, espanhola e portuguesa — para ficar somente nas línguas latinas — denota como é difícil trabalhar somente com etimologia, uma vez que os sentidos e usos se transformam conforme o costume, o usuário e sua relação com a cultura da sociedade ao qual se está inserido. Trouxemos, então, a etimologia como forma de estimular uma espécie de raciocínio histórico da palavra desenho, situando sua origem e seus usos ao longo da sua própria trajetória como forma de trazer ao leitor uma ampliação de significados, tornando mais rico a importância de se pensar sobre o desenho. O QUE QUEREMOS DIZER QUANDO FALAMOS DE DESENHO Todavia, não é o objetivo deste artigo se debruçar sobres profundos e importantes aspectos etimológicos nem epistêmicos dos termos desenho e design, mas sim, enfatizar a necessidade de um ponto de partida para discutir a importância do desenho, primeiramente definindo de qual desenho falamos. Temos como um primeiro início os elementos básicos visuais descritos no livro Sintaxe da linguagem visual, em seu capítulo 3, onde Donis A. Dondis (2015, p.51) diz que: “sempre que alguma coisa é projetada e feita, esboçada e pintada, desenhada, rabiscada, construída, esculpida ou gesticulada, a substância visual da obra é composta a partir de uma lista básica de elementos. Os elementos visuais constituem a substância básica daquilo que vemos, e seu número é reduzido: o ponto, a linha, a forma, a direção, o tom, a cor, a textura, a dimensão, a escala e o movimento.” (DONDIS, 2015 p.51) Todos estes aspectos podem estar presentes em um desenho, obviamente. Mas não necessariamente todos estarão sempre presentes. Aqui, Dondis caracteriza o desenho da seguinte forma: “um sistema de notação que, simbolicamente, não representa outra coisa, mas captura a informação visual e a reduz a um estado em que toda informação visual supérflua é eliminada, e apenas o essencial permanece. (DONDIS, 2015 p. 56) ” Podemos nos perguntar: mas o desenho não pode ser simbólico? Sem dúvida que sim e certamente, muitas vezes o é. Contudo, Dondis não está tratando do desenho enquanto função, onde ele se assume como uma necessidade para desempenhar um determinado papel, mas sim enquanto meio, ou seja, a forma ou maneira de se construir uma determinada coisa. Neste caso, o desenho como meio é a forma de se arquitetar visualmente alguma representação que pode ou não ser simbólica em sua finalidade — desenho enquanto função, mas não-simbólica em seu caráter — desenho como meio. Referências: AGAMBEN, Giorgio. O que é o contemporâneo? E outros ensaios. Chapecó, SC: Argos, 2009. CARDOSO, Rafael. Design para um mundo complexo. São Paulo: Ubu Editora, 2016. CANCLINI, Nestor García. Culturas Híbridas, Poderes Oblíquos. São Paulo: EDUSP, 2000. DERDYK, Edith. Formas de pensar o desenho: desenvolvimento do grafismo infantil. 5º Ed. Porto Alegre: Zouk, 2015. DONDIS, Donis A. Sintaxe da linguagem visual. 3. Ed. São Paulo: Martins Fontes, 2015. ISODA, Gil Tokio de Tani e. Sobre Desenho: estudo teórico-visual. Orientador: Giorgio Giorgi Junior. 2013. 118 p. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, USP, São Paulo, 2013.
Título do Evento
5º Simpósio de Pós-Graduação em Design da ESDI
Cidade do Evento
Rio de Janeiro
Título dos Anais do Evento
Anais do Simpósio de Pós-graduação em Design da Esdi
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

SIDAOLI, LEONARDO OLIVEIRA DA SILVA. O DESENHO COMO LINGUAGEM NO PERCURSO EDUCACIONAL DOS INDIVÍDUOS.. In: Anais do Simpósio de Pós-graduação em Design da Esdi. Anais...Rio de Janeiro(RJ) ESDI / UERJ, 2019. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/spgd_2019/224888-O-DESENHO-COMO-LINGUAGEM-NO-PERCURSO-EDUCACIONAL-DOS-INDIVIDUOS. Acesso em: 22/05/2025

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