INTERFERÊNCIA EXTERNA: O PAPEL DAS AÇÕES ENCOBERTAS DOS EUA A PARTIR DA PERSPECTIVA LATINO-AMERICANA

Publicado em 25/11/2022 - ISBN: 978-65-5941-910-4

Título do Trabalho
INTERFERÊNCIA EXTERNA: O PAPEL DAS AÇÕES ENCOBERTAS DOS EUA A PARTIR DA PERSPECTIVA LATINO-AMERICANA
Autores
  • Bruno Do Val
Modalidade
Trabalho avulso
Área temática
Economia Política Internacional
Data de Publicação
25/11/2022
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/spabri2022/505587-interferencia-externa--o-papel-das-acoes-encobertas-dos-eua-a-partir-da-perspectiva-latino-americana
ISBN
978-65-5941-910-4
Palavras-Chave
Ações encobertas; Interferência Externa; América Latina.
Resumo
Analisar um instrumento da atividade de inteligência como meio de projeção de poder em política externa, principalmente dado o seu caráter sigiloso, não é uma tarefa simples. Trata-se de um objeto peculiar que envolve, não apenas a execução de determinadas ações que possam ser relacionadas ao exercício de poder de determinado país sobre outro, mas sobretudo de inter-relacionar as atividades, que desde sua concepção devem ser executadas com o intuito de serem secretas, os objetivos geoestratégicos de determinado país em determinada região, as relações entre tais atividades e objetivos aos interesses das elites no poder. Nesse sentido, como as bases para uma aproximação teórica que considera a Inteligência de Segurança Nacional como uma estrutura central na dinâmica de disputa de poder já foram abordadas em outro estudo , o objetivo deste artigo é discutir por que a América Latina, ou mais especificamente a América do Sul, deve estar atenta ao uso da atividade de inteligência, especificamente as ações encobertas, como meio de execução da política externa e prevalência dos EUA na região. No que diz respeito aos aspectos metodológicos, nossa perspectiva de análise e compreensão das relações de poder no sistema interestatal parte de um ponto vista mais ontológico, a partir da perspectiva do programa de pesquisa do “poder global” (FIORI, 2014, p. 30-31). Essa perspectiva de análise concebe os Estados líderes ou hegemônicos como os grandes desestabilizadores do sistema. Tal ímpeto desestabilizador estaria relacionado com uma característica intrínseca ao poder, sua expansividade. Para se manterem à frente dos demais Estados, eles precisariam desafiar continuamente as regras e instituições estabelecidas por eles próprios, visando a sua expansão perante outros Estados e o acúmulo de mais poder. Tendo como elemento de análise os aspectos geopolíticos relacionados ao exercício de poder das potências centrais sobre a América Latina, optamos por abordar um ponto sensível, porém, tratado de forma muitas vezes confusas e interpretações extremas que remetem à alcunha de “teoria da conspiração”. Isso se dá, principalmente, quando o objeto posto em discussão é a intervenção de um determinado Estado nos assuntos domésticos de outro. Porém, tal adjetivação normalmente é lançada quando o objetivo é ocultar, ou até mesmo ignorar, articulações políticas irregulares diante daquilo que se entende como regular em política externa, o horizonte que se estende entre a diplomacia e a guerra. Para isso, esclareceremos alguns aspectos legais e estratégicos inter-relacionados, a fim de estabelecer uma conexão entre ação encoberta e política. Demonstrando, assim, sua finalidade como instrumento à disposição do presidente dos EUA para execução de sua política externa e que deve, necessariamente, servir aos seus objetivos. É diante desse quadro maior que se desdobra este artigo, com o intuito de explorar a vulnerabilidade dos Estados que compõe a América Latina, assim como a lacuna apresentada dos estudos de inteligência, de forma a inverter a perspectiva, buscando observá-la a partir do ponto de vista de quem se relaciona com os EUA, ou encontra-se posicionado em sua área de interesse estratégico. Dessa forma, portanto, podendo ser alvo das ações de sua Comunidade de Inteligência (CI). A fim de que possamos cumprir com o objetivo de situar o papel das ações encobertas na lógica de disputa de poder interestatal a partir de sua interconexão com política externa, assim como a vulnerabilidade da América Latina como região de interesse estratégico estadunidense, estruturamos o artigos em 4 seções, além desta breve introdução. Na segunda seção, abordamos a interconexão latino-americana ao sistema interestatal como um recurso à dinâmica de disputa de poder das potências centrais. Na terceira seção, identificamos possíveis rupturas e a continuidades relacionadas ao posicionamento estadunidense que estabeleceu a América Latina como sua área de interesse estratégico. Na quarta seção, apresentamos alguns aspectos legais, políticos e institucionais que envolvem a ação encoberta, enfatizando que ela representa em sua essência uma ferramenta de política externa. Na quarta e última seção apresentamos nossas considerações finais a partir da perspectiva da interferência externa, ou seja, quem sofre ou pode vir a sofrer ações em um contexto de disputa de poder, assim como indicações de alguns pontos que podem ser objeto de novos estudos.
Título do Evento
Seminário de Pós-Graduação da Associação Brasileira de Relações Internacionais
Cidade do Evento
São Paulo
Título dos Anais do Evento
Anais do Seminário de Graduação e Pós-graduação em Relações Internacionais
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

VAL, Bruno Do. INTERFERÊNCIA EXTERNA: O PAPEL DAS AÇÕES ENCOBERTAS DOS EUA A PARTIR DA PERSPECTIVA LATINO-AMERICANA.. In: Anais do Seminário de Graduação e Pós-graduação em Relações Internacionais. Anais...São Paulo(SP) IRI-USP, 2022. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/spabri2022/505587-INTERFERENCIA-EXTERNA--O-PAPEL-DAS-ACOES-ENCOBERTAS-DOS-EUA-A-PARTIR-DA-PERSPECTIVA-LATINO-AMERICANA. Acesso em: 12/06/2025

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