A COOPERAÇÃO SUL-SUL NA POLÍTICA EXTERNA DE ERNESTO ARAÚJO.

Publicado em 25/11/2022 - ISBN: 978-65-5941-910-4

Título do Trabalho
A COOPERAÇÃO SUL-SUL NA POLÍTICA EXTERNA DE ERNESTO ARAÚJO.
Autores
  • Heitor Erthal
Modalidade
Trabalho avulso
Área temática
Análise de Política Externa
Data de Publicação
25/11/2022
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/spabri2022/505288-a-cooperacao-sul-sul-na-politica-externa-de-ernesto-araujo
ISBN
978-65-5941-910-4
Palavras-Chave
Política Externa, Cooperação Sul-Sul, Jair Bolsonaro, Ernesto Araújo
Resumo
Artigo pretende argumentar sobre a prática da Cooperação Sul-Sul (CSS) nas primeiras décadas do século XXI. Nesse sentido, o artigo visa discorrer sobre fatores que explicam sua escalada dentro do sistema de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (CID). Da mesma maneira que, o quadro em que essa prática se encontra nos últimos anos. No início dos anos 2000, a CSS se tornou uma prática marcante dos países emergentes, especialmente dos BRICS (Brasil, Índia, Rússia, China e África do Sul), nas suas estratégias de projeção internacional e desenvolvimento. Eles tentavam se colocar como uma opção de parceria para promoção de desenvolvimento socioeconômico com os demais países do Sul Global. Além de fazer frente ao Norte Global, os quais forjam laços de cooperação com o Sul remetendo a relações de poder com traços coloniais. Os países emergentes justificam essas parcerias terem determinado know-how em modelos de desenvolvimento em combate a problemas estruturais presentes nos demais países do Sul Global. Entretanto, esse cenário mudou de forma. Transformações em domésticas e sistêmicas interferiram nesse processo. A recuperação econômica dos países do Norte Global; o fim do boom nos preços das commodities, puxado pela diminuição do crescimento chinês; o enfraquecimento do multilateralismo frente a onda do nacionalismo de direita, tendo Donald Trump como seu maior expoente. Foram alguns dos fatores sistêmicos que levaram a um enfraquecimento desses arranjos. Não obstante, fatores domésticos dos países emergentes também contribuíram para construção desse quadro. Mudanças de governo ou na estratégia de política externa impactaram diretamente na prática da CSS pelos países em desenvolvimento. A proposta do presente trabalho é lançar essa lente para a política externa brasileira pós 2018. Ou seja, refletir a abordagem do governo brasileiro sobre a cooperação com os países do Sul Global após a chegada de Michel Temer (2016-2018) a Presidência da república. Seu governo trouxe uma série de mudanças nos rumos políticos e econômicos do país, contudo os impactos na política externa foram menores do que o esperado. A agenda Sul-Sul foi de menor relevância em relação a governos anteriores, mesmo assim esteve presente. Especialmente, na coordenação do ministro Aloysio Ferreira Nunes. A ascensão de Jair Messias Bolsonaro (2019 – Atual) ao poder mudou a lógica da política externa em relação tópico Sul-Sul. A chegada de Ernesto Araújo no comando do Itamaraty. As temáticas cruzadistas contra globalismo e marxismo cultural tomaram conta da pauta externa brasileira. Deixando de lado temas como a CSS, por estarem associados aos governos de esquerda. A chegada de Carlos França a chefia do Ministério das Relações Exteriores, após a demissão de Araújo, ainda não pode ser avaliada por completo. Mas algumas inferências podem ser feitas. Os valores históricos do Itamaraty mostraram seu peso institucional com tímido retorno. Os posicionamentos brasileiros em relação a intervenção russa na Ucrânia e o tímido retorno de iniciativas de CSS são alguns exemplos. A fim de construir esse sobrevoo sobre a temática Sul-Sul na política externa brasileira ao longo da gestão Araújo no Itamaraty, serão abordados elementos domésticos e sistêmicos. O trabalho recorre ao construtivismo, especialmente de Alexander Wendt e Stefano Guzzini, para compreender a construção da realidade da sociedade internacional afirmada acima. Ou seja, parte-se da compreensão de que determinada configuração das relações internacionais não é dada naturalmente, mas sim determinada por variados fatores e suas interações como estrutura, normas e agentes do sistema internacional. A perspectiva construtivista contribui para localizar os elementos que proporcionaram as condições para a queda da prática da CSS na última década, mesmo que ele estivesse presente nos debates de Relações Internacionais desde a Guerra Fria. Para a análise de fatores domésticos serão utilizados conceitos de análise de política externa, como Christopher Hill, Robert Keohane e Chris Alden. Os autores contribuem ao pensar sobre a formação política externa modulada por duas forças, domésticas e sistêmicas. A fim de desenvolver a proposta acima, artigo tem a metodologia qualitativa como base. As fontes primárias serão chave para esse processo, a vista disso o trabalho analisará fontes primárias como: as Resenhas de Política Externa, discursos oficiais e dados adquiridos na mídia (revistas, jornais e redes sociais). Assim como, dialogar com análises feitas sobre a política externa bolsonarista pelos pares da academia.
Título do Evento
Seminário de Pós-Graduação da Associação Brasileira de Relações Internacionais
Cidade do Evento
São Paulo
Título dos Anais do Evento
Anais do Seminário de Graduação e Pós-graduação em Relações Internacionais
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

ERTHAL, Heitor. A COOPERAÇÃO SUL-SUL NA POLÍTICA EXTERNA DE ERNESTO ARAÚJO... In: Anais do Seminário de Graduação e Pós-graduação em Relações Internacionais. Anais...São Paulo(SP) IRI-USP, 2022. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/spabri2022/505288-A-COOPERACAO-SUL-SUL-NA-POLITICA-EXTERNA-DE-ERNESTO-ARAUJO. Acesso em: 23/05/2025

Trabalho

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