HEGEMONIA ESTADUNIDENSE EM CRISE: AS INTERVENÇÕES INDIRETAS NA AMÉRICA LATINA COMO NOVA ESTRATÉGIA POLÍTICO-MILITAR DE DOMÍNIO

Publicado em 25/11/2022 - ISBN: 978-65-5941-910-4

Título do Trabalho
HEGEMONIA ESTADUNIDENSE EM CRISE: AS INTERVENÇÕES INDIRETAS NA AMÉRICA LATINA COMO NOVA ESTRATÉGIA POLÍTICO-MILITAR DE DOMÍNIO
Autores
  • Michelle Alves Lima
Modalidade
Trabalho avulso
Área temática
Segurança Internacional, Estudos Estratégicos e Política de Defesa
Data de Publicação
25/11/2022
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/spabri2022/504537-hegemonia-estadunidense-em-crise--as-intervencoes-indiretas-na-america-latina-como-nova-estrategia-politico-milit
ISBN
978-65-5941-910-4
Palavras-Chave
Declínio de Hegemonia Estadunidense, Pax Americana, Intervenções Indiretas, América Latina
Resumo
Este estudo tem por objeto analisar quais transformações na política militar e de segurança dos EUA em relação à América Latina, no período posterior ao 11 de setembro de 2001, podem estar relacionadas ao declínio de hegemonia estadunidense e à tentativa de manutenção do domínio de espectro total na região. Para tanto, se pretende avaliar primeiramente os fatores econômicos, políticos, sociais e culturais que indicam o declínio da hegemonia estadunidense. Num segundo momento, analisar-se-á quais são os padrões de intervenção direta e indireta dos Estados Unidos sobre a soberania dos países da América Latina na última década e se houve modificações perceptíveis nesses padrões. A crise de hegemonia dos Estados Unidos e o processo de transição do sistema internacional unipolar para um sistema multipolar é uma realidade irreversível. Trata-se, ao mesmo tempo, de uma crise estrutural do sistema capitalista e da ordem mundial construída pelo polo de poder anglo-americano. São dois lados da mesma moeda. (MERINO, 2020). A “pax americana”, que se iniciou com o fim da guerra fria, evidencia sinais mais claros de declínio a partir da década de 2010. Saint Pierre (2015) defende que “o atentado de 11 de setembro de 2001 contra o coração financeiro de Nova Iorque é paradigmático como imagem gráfica do início da ruína de um império”. Os rumos da Segurança Internacional sofreram um drástico abalo e a derrocada da hiperpotência como referência estratégica internacional se intensificou. Paralelamente à decadência dos Estados Unidos, a China se consolida rapidamente não apenas como economia mais dinâmica do planeta, mas também como modelo de enfrentamento aos desafios contemporâneos e como alternativa ao modelo neoliberal de Estado. A nova rota da seda já conta com 131 países, dentre os quais 19 da América Latina, e se estabelece sobre outras bases de negociação e satisfação mútua de interesses (MERINO, 2020) Contudo, o império americano não assistirá passivo à sua própria ruína e ascensão de uma nova ordem mundial, em que ele não figure como protagonista e tomador incontestável de decisões de eficácia universal. Antes, devotar-se-á à tentativa desesperada de reconfigurar sua estratégia de domínio, reorganizar seus interesses hegemônicos e atualizar suas táticas político-militares de atuação e imposição da vontade, tanto aos países aliados quanto aos subordinados. Como um animal ferido e raivoso, especula-se que nos próximos anos a tendência seja de intensificar o controle da América Latina, sua mais leal e costumeira presa. Assim, é possível resguardar o acesso irrestrito à abundância de recursos naturais estratégicos e fontes de energia primárias, que permanecem invariavelmente disponíveis e desembaraçados, à mercê dos interesses imperialistas (STÉDILE e PENIDO, 2021). Contudo, ao contrário da tradição estadunidense, iniciada no século XIX, de invadir militarmente outros países ou de apoiar diretamente golpes e ditaduras militares em toda América Latina, o novo milênio e a nova configuração geopolítica exige um novo modelo de guerra indireta, no qual “as tradicionais ocupações militares podem dar lugar a golpes e operações indiretas para troca de regime, que são muito mais econômicos e menos sensíveis do ponto de vista político” (KORYBKO, 2018). Assim, os objetivos do presente trabalho são: identificar os indícios do declínio da hegemonia estadunidense; averiguar em que medida a ascensão da China e de alianças regionais implicam em uma reorganização da estratégia político-militar imperialista dos EUA; analisar a evolução de suas estratégias intervencionistas e dos mecanismos de desestabilização de governos não alinhados a seus interesses; avaliar como se insere a América Latina neste contexto de disputa hegemônica, levando-se em consideração os recursos naturais estratégicos do continente. Os resultados preliminares obtidos apontam que a deflagração, pelo Império estadunidense, do seu próprio declínio como líder mundial resulta em políticas militares mais agressivas em relação ao controle que se exerce sobre os países latino americanos. Contudo, infere-se que este controle será exercido nos prioritariamente por meio de intervenções indiretas (e não diretas), por razões políticas, jurídicas e econômicas. Lançar-se-á mão do materialismo histórico-dialético como método de compreensão e interpretação da realidade internacional, dentro de uma perspectiva que enfatiza a totalidade dos fenômenos internacionais, os macroprocessos de evolução, transformação e ruptura. Ainda, argumenta-se que os conceitos marxistas como luta de classes e imperialismo são elucidativos para a reflexão sobre os reais interesses que movem Estados a adotar determinado posicionamento na arena internacional.
Título do Evento
Seminário de Pós-Graduação da Associação Brasileira de Relações Internacionais
Cidade do Evento
São Paulo
Título dos Anais do Evento
Anais do Seminário de Graduação e Pós-graduação em Relações Internacionais
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

LIMA, Michelle Alves. HEGEMONIA ESTADUNIDENSE EM CRISE: AS INTERVENÇÕES INDIRETAS NA AMÉRICA LATINA COMO NOVA ESTRATÉGIA POLÍTICO-MILITAR DE DOMÍNIO.. In: Anais do Seminário de Graduação e Pós-graduação em Relações Internacionais. Anais...São Paulo(SP) IRI-USP, 2022. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/spabri2022/504537-HEGEMONIA-ESTADUNIDENSE-EM-CRISE--AS-INTERVENCOES-INDIRETAS-NA-AMERICA-LATINA-COMO-NOVA-ESTRATEGIA-POLITICO-MILIT. Acesso em: 07/05/2025

Trabalho

Even3 Publicacoes