POLÍTICA EXTERNA A PARTIR DE UMA COSMOVISÃO INDÍGENA BRASILEIRA

Publicado em 25/11/2022 - ISBN: 978-65-5941-910-4

Título do Trabalho
POLÍTICA EXTERNA A PARTIR DE UMA COSMOVISÃO INDÍGENA BRASILEIRA
Autores
  • Beatriz Lorscheitter
Modalidade
Trabalho avulso
Área temática
Análise de Política Externa
Data de Publicação
25/11/2022
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/spabri2022/501254-politica-externa-a-partir-de-uma-cosmovisao-indigena-brasileira
ISBN
978-65-5941-910-4
Palavras-Chave
Política externa; Povos indígenas brasileiros; APIB.
Resumo
A ascensão do ativismo dos movimentos indígenas na América Latina, especialmente após os anos 1980 e 1990, propiciou o avanço do multiculturalismo como pauta da política global, a partir disso a região têm se tornado cada vez mais palco dessa busca por protagonismo e inserção dos povos indígenas nos debates internacionais. Nesse contexto, em 2005 por ocasião do Acampamento Terra Livre (ATL) realizado em Brasília, surgiu a Articulação dos Povos Indígenas Brasileiros (APIB), objetivando aglutinar os movimentos regionais indígenas do país e se tornar referência do movimento indígena do Brasil. A partir da construção da APIB, o movimento indígena brasileiro tem buscado reivindicar os seus direitos em nível nacional e participar ativamente das pautas internacionais (YASHAR, 2012; A ARTICULAÇÃO, s/a). A atuação internacional realizada pelos povos indígenas consiste em uma movimentação diferente da realizada pelos Estados, uma vez que a política externa promovida pelos agentes estatais está baseada no modelo tradicional. A política externa é vista, desse modo, como as negociações e ações de Estados frente a outros Estados, articulando agendas e promovendo a inserção internacional do país, de acordo com Figueira (2012) a política externa consiste nas ações estabelecidas pelos Estados em âmbito internacional, apontando objetivos, linhas mestras e compondo uma estratégia adotadas por essas nações nas dinâmicas internacionais. Nesse contexto, as noções de soberania e fronteira são bem delimitadas e os Estados atuam, geralmente, de maneira individual e pensando em seu benefício próprio. Em contrapartida, uma das principais movimentações realizadas pelos povos indígenas estão baseadas em movimentos em rede, ultrapassando as fronteiras estatais e articulando pautas em comum com movimentos residentes em outros países. De acordo com essas cosmovisões, a atuação conjunta e o pensamento em comunidade são os protagonistas, uma vez que as redes transnacionais contribuem significativamente para a interconexão entre os povos indígenas, promovendo a comunicação e a articulação de agendas e fornecendo a base organizacional para o funcionamento dos movimentos (YASHAR, 2005). Dessa maneira, os objetivos da presente pesquisa consistem em entender qual a leitura tradicional de política externa apresentada pela literatura internacional e nacional, assim como apresentar a partir da cosmovisão dos povos indígenas brasileiros a sua concepção de política externa, realizando o esforço e a conceituação de observar como estes povos concebem de forma distinta, ou não, a política internacional, analisando como isso se difere de uma concepção tradicional desta temática. À vista disso e com o intuito de pensar política externa a partir da cosmovisão indígena brasileira, a partir da atuação da APIB, saindo de uma construção tradicional e ocidental sobre o tema, visando a construção de uma política externa sob um viés indígena latino-americano, a problemática norteadora consiste em como a inserção internacional a partir de uma cosmovisão indígena brasileira apresenta uma concepção distinta acerca do pensamento tradicional de política externa? A pesquisa será realizada a partir da revisão bibliográfica de estudiosos e pesquisadores sobre os movimentos indígenas na América Latina, tanto indígenas quanto não indígenas, constituindo-se essencial ainda trazer para o debate a literatura tradicional internacional e nacional sobre política externa com o objetivo de contrastá-la com a leitura indígena sobre o tema, assim como fazer o levantamento de informações dos sites oficiais e matérias realizadas pela própria articulação. Portanto, a pesquisa estrutura-se na base dos estudos de movimentos sociais internacionais, elucidando a cosmovisão indígena acerca de política externa e trazendo para o debate temas subalternos. Sendo assim, pretende-se nesse trabalho, compreender como é possível conduzir uma discussão sobre política externa a partir de uma cosmovisão indígena brasileira, através da atuação da APIB. REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS ARTICULAÇÃO dos Povos Indígenas do Brasil (APIB). Sobre. APIB, s/a. Disponível em: < https://apiboficial.org/sobre/> Acesso em: 20 maio 2022. DE LA CADENA, Marisol; STARN, Orin. Indigeneidad: problemáticas, experiencias y agendas en el nuevo milenio. Tabula Rasa. Bogotá - Colombia, nº.10: 191-223, enero-junio 2009. FIGUEIRA, Ariane R. Introdução à Análise de Política Externa. Editora Saraiva, 2012. ROBLES, Gabriel Andrés Arévalo. La diplomacia indígena: un enfoque transdiplomático. Si Somos Americanos. Revista de Estudios Transfronterizos, Bogotá, Colombia, 2017. TUHIWAI SMITH, Linda. Decolonizing Methodologies. Research and Indigenous Peoples. London: Zed Books Ltd, 2008. YASHAR, Deborah. J. (2005) Contesting Citizenship in Latin America? The Rise of Indigenous Movements and the Postliberal Challenge. New York: Cambridge University Press.
Título do Evento
Seminário de Pós-Graduação da Associação Brasileira de Relações Internacionais
Cidade do Evento
São Paulo
Título dos Anais do Evento
Anais do Seminário de Graduação e Pós-graduação em Relações Internacionais
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

LORSCHEITTER, Beatriz. POLÍTICA EXTERNA A PARTIR DE UMA COSMOVISÃO INDÍGENA BRASILEIRA.. In: Anais do Seminário de Graduação e Pós-graduação em Relações Internacionais. Anais...São Paulo(SP) IRI-USP, 2022. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/spabri2022/501254-POLITICA-EXTERNA-A-PARTIR-DE-UMA-COSMOVISAO-INDIGENA-BRASILEIRA. Acesso em: 27/08/2025

Trabalho

Even3 Publicacoes