GUERRA DA UCRÂNIA COMO VETOR DE UMA NOVA FASE DA PROLIFERAÇÃO NUCLEAR

Publicado em 25/11/2022 - ISBN: 978-65-5941-910-4

Título do Trabalho
GUERRA DA UCRÂNIA COMO VETOR DE UMA NOVA FASE DA PROLIFERAÇÃO NUCLEAR
Autores
  • Felipe Dalcin Silva
Modalidade
Trabalho avulso
Área temática
Segurança Internacional, Estudos Estratégicos e Política de Defesa
Data de Publicação
25/11/2022
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/spabri2022/500608-guerra-da-ucrania-como-vetor-de-uma-nova-fase-da-proliferacao-nuclear
ISBN
978-65-5941-910-4
Palavras-Chave
Proliferação Nuclear, Intimidação Nuclear, Armas Nucleares, Guerra da Ucrânia.
Resumo
O objetivo deste artigo é indagar se as ameaças russas de uso de armamento nuclear por parte da Rússia, contra um Estado sem esta categoria de sistema de arma, no caso específico a Ucrânia, pode fazer com que outros países do Sistema Internacional (SI) repensem sua posição de não adquirir este tipo de armamento. A hipótese deste trabalho é que este quadro pode ser um vetor importante para uma nova fase da proliferação nuclear. Para tanto averiguar a validade da hipótese quanto atingir o objetivo deste texto, se abrangerá uma série de aspectos, os quais serão apontados a seguir. Primeiro, devemos abordar o aspecto conceitual delimitado por Schelling (2008) da dicotomia da coerção: dissuasão e intimidação. Isto é de suma relevância para esta pesquisa, já que a intimidação realizada por determinado ator visa, por meio das capacidades de força – no caso deste artigo nuclear –, mudar o comportamento do Estado intimidado. Por outro lado, a dissuasão também se vale de capacidades de força para garantir meios de resistência e ou retaliação que protejam um determinado Estado de ações de intimidação ou ofensivas. A partir disto, podemos indicar que a medida mais concreta contra a intimidação nuclear, como defendida por Kenneth Waltz (2013), é aquisição de capacidade de retaliação do mesmo gênero. Segundo, examinar como a situação da Ucrânia, do pós-Guerra Fria até a conflagração atual com a Rússia, pode servir de exemplo para eventuais Estados que tenham dúvidas se devem ou não obter poderio nuclear. Isto se deve pelo fato que no pós-esfacelamento da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), em 1991, a Ucrânia ficou com cerca de 5 mil sistemas de armas nucleares soviéticas no seu território. Os Estados Unidos da América (EUA) e a Rússia convenceram Kiev a devolver as armas nucleares para o controle de Moscou, processo que foi finalizado em 2001, em troca de assistência financeira e militar estadunidense e garantia russa de respeito à soberania ucraniana. Porém, com as investidas russas em 2014 e atualmente, em 2022, há o questionamento se a Ucrânia tivesse mantido seu arsenal nuclear, como Mearsheimer (1993) já havia defendido, talvez Kiev não se encontrasse na situação atual. Colabora com este argumento figuras políticas ucranianas como do ex-ministro da defesa, Andriy Zahorodniuk, o qual indica arrependimento da desistência do arsenal nuclear que outrora estava sobre controle de seu país. Terceiro, ponderar possíveis impactos das ações russas sobre o Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP), de 1968, e seus afins. O discurso russo, de indagar que poderia usar armas nucleares contra a Ucrânia, é uma afronta à dois documentos: 1º o Memorando de Budapeste, de 1994, em que a Rússia, os Estados Unidos e o Reino Unido se comprometem a respeitar a soberania ucraniana e não empregar artefatos nucleares contra países sem este tipo de armamento; 2º A Resolução 255 do Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU), também de 1968, que assinala que a ameaça ou uso de armas nucleares contra um Estado não-nuclear, deverá respondida com uma ação imediata dos membros do CSNU. Esta resolução obriga estes a prestarem assistência ao Estado alvo de ameaças ou ataques nucleares. Aqui analisaremos, de forma sucinta, o quanto a assistência Ocidental inviabiliza a intimidação e ou uso de armas nucleares russas contra a Ucrânia. Se a Rússia por ventura escalar suas ameaças nucleares contra Kiev e não houver uma resposta dos Estados Unidos e outras potências Ocidentais, podemos presenciar rupturas nos acordos contra proliferação nuclear. Por último, nas considerações finais, o autor faz um balanço geral do artigo. Nesta parte também apresenta suas considerações sobre a hipótese, em que indica o risco de início de uma nova era da proliferação nuclear. Este trabalho é produzido a partir da leitura e análise de fontes primárias e secundárias. As primeiras se pautam em documentos de defesa dos Estados citados neste artigo, quanto de tratados internacionais. Já as segundas são livros, artigos, revistas e notícias que nos ajudam a entender e explorar o tema proposto. O tema apresenta extrema relevância para os estudos de Relações Internacionais, de Estudos Estratégicos e de outras áreas relacionadas. A intimidação nuclear da Rússia contra a Ucrânia pode sinalizar um desejo maior de capacidade própria de dissuasão ofensiva, a partir da aquisição de armamento nuclear, por Estados que se sintam ameaçados sobretudo por potências nucleares.
Título do Evento
Seminário de Pós-Graduação da Associação Brasileira de Relações Internacionais
Cidade do Evento
São Paulo
Título dos Anais do Evento
Anais do Seminário de Graduação e Pós-graduação em Relações Internacionais
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

SILVA, Felipe Dalcin. GUERRA DA UCRÂNIA COMO VETOR DE UMA NOVA FASE DA PROLIFERAÇÃO NUCLEAR.. In: Anais do Seminário de Graduação e Pós-graduação em Relações Internacionais. Anais...São Paulo(SP) IRI-USP, 2022. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/spabri2022/500608-GUERRA-DA-UCRANIA-COMO-VETOR-DE-UMA-NOVA-FASE-DA-PROLIFERACAO-NUCLEAR. Acesso em: 13/06/2025

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