RIQUEZA E INSUFICIÊNCIA: A ANTÍTESE DOS FEMINISMOS COMO APORTE TEÓRICO NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Publicado em 25/11/2022 - ISBN: 978-65-5941-910-4

Título do Trabalho
RIQUEZA E INSUFICIÊNCIA: A ANTÍTESE DOS FEMINISMOS COMO APORTE TEÓRICO NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Autores
  • GABRIELLY ALMEIDA SANTOS DO AMPARO
Modalidade
Trabalho avulso
Área temática
Teoria das Relações Internacionais
Data de Publicação
25/11/2022
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/spabri2022/495029-riqueza-e-insuficiencia--a-antitese-dos-feminismos-como-aporte-teorico-nas-relacoes-internacionais
ISBN
978-65-5941-910-4
Palavras-Chave
Teoria das Relações Internacionais, feminismos, gênero.
Resumo
Toda teoria corresponde a realidades e anseios de seu tempo. Até a década de 1970, as análises acerca das relações internacionais, isto é, as teorias mainstream, concentravam-se no Estado e apresentavam alta objetividade e empirismo na forma de apreensão das características do sistema internacional. Apesar de o Estado ainda ser o ator mais importante das relações internacionais, a partir da década de 1970, diante de uma nova conjuntura internacional, novos atores, temas e demandas emergiram no cenário mundial, trazendo novas discussões teóricas à agenda global, como a discussão sobre gênero. Quando falamos de gênero, estamos nos referindo ao conjunto de símbolos e normas sociais que moldam os indivíduos em mulheres e em homens (SAFFIOTI, 2015). Logo, a desigualdade de gêneros não é uma condição natural, “é imposta pela tradição cultural, pelas estruturas de poder e pelos agentes envolvidos na trama de relações sociais” (SAFFIOTI, 2015, p. 75). Dessa forma, o gênero é utilizado como forma de diferenciação, como categoria de classificação e como guia de ações, controlando e limitando a visão, os pensamentos e as ações dos indivíduos numa sociedade (MONTE, 2013). Muitas formas de poder público e privado dependem da operacionalização, legitimação e perpetuação do controle dos pensamentos e corpos das mulheres e do controle das noções de feminilidade e masculinidade (ENLOE, 2012). A valorização do masculino e de suas atividades relacionam-se com a construção política dos gêneros, levando à hierarquização da atividade social e política; assim, a partir das diferenças de gênero, definem-se relações de poder entre homem e mulher (SAFFIOTI, 2015). Ou seja, o gênero torna-se o que Peter Berger (1986) chama de instituição social, sendo utilizado como instrumento de controle social em vários âmbitos da sociedade, inclusive na esfera internacional. É neste sentido que este artigo, a partir de revisão bibliográfica, visa elucidar de que forma o aporte de gênero passou a ser considerado instrumental teórico para as Relações Internacionais, apresentando possibilidades de sua utilização, bem como reflexões à sua aplicação. Para isso, primeiro entenderemos de que forma as Teorias Feministas adentraram a área. Ressalta-se aqui que este artigo não reservará uma seção para retomar as teorias mainstream, pois o propósito é o oposto disso, pretende-se dar espaço às abordagens feministas. Após ter apresentado como os feminismos se encontraram com as Relações Internacionais, demonstraremos algumas formas de aplicação dos feminismos enquanto aporte teórico da área. Para tal, partiremos da ideia de que há três formas de usar as teorias feministas para estudar as relações internacionais: a primeira é identificando as mulheres, enquanto indivíduos, num determinado cenário internacional; a segunda forma é analisando a interação entre os demais atores das relações internacionais a partir de uma lógica de gênero; e a terceira maneira é utilizando não as teorias em si, mas uma ferramenta teórica como suporte de análise, como o mito da proteção. Para compreendermos estas três formas de utilização, consideraremos alguns cenários e exemplos para compreender e criticar a aplicação dos feminismos enquanto viés de análise internacional, mas cabe ressaltar que este artigo está longe de se propor a um estudo de caso. Por fim, traremos críticas e desafios sobre a aplicação de gênero enquanto aporte teórico para análises internacionais. Todavia, apesar das críticas e das dúvidas que essa utilização possa gerar, é importante considerarmos estas teorias como vieses de análises e, mais ainda, é importante cada vez mais o âmbito acadêmico das Relações Internacionais trabalhar com elas e mostrar como podem ser utilizadas. As insuficiências teóricas existentes não devem ser impeditivas de que as riquezas teóricas feministas sejam aplicadas em análises internacionais, pelo contrário, é preciso aumentar a produção acadêmica feminista, pois apenas com a utilização e aplicação dessas teorias é que começaremos a debater sobre suas lacunas e deficiências, e, então, conseguiremos propor melhorias a este arcabouço teórico.
Título do Evento
Seminário de Pós-Graduação da Associação Brasileira de Relações Internacionais
Cidade do Evento
São Paulo
Título dos Anais do Evento
Anais do Seminário de Graduação e Pós-graduação em Relações Internacionais
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

AMPARO, GABRIELLY ALMEIDA SANTOS DO. RIQUEZA E INSUFICIÊNCIA: A ANTÍTESE DOS FEMINISMOS COMO APORTE TEÓRICO NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS.. In: Anais do Seminário de Graduação e Pós-graduação em Relações Internacionais. Anais...São Paulo(SP) IRI-USP, 2022. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/spabri2022/495029-RIQUEZA-E-INSUFICIENCIA--A-ANTITESE-DOS-FEMINISMOS-COMO-APORTE-TEORICO-NAS-RELACOES-INTERNACIONAIS. Acesso em: 01/05/2025

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