AS MULHERES LÉSBICAS NO MOVIMENTO LGBTI+

Publicado em 31/01/2022 - ISBN: 978-65-5941-559-5

Título do Trabalho
AS MULHERES LÉSBICAS NO MOVIMENTO LGBTI+
Autores
  • Gabriela Quartiero
  • Adriane Rubio Roso
  • Carolina Albornoz Costa
  • Daiana Schneider Vieira
Modalidade
Resumo expandido
Área temática
GT6 - Movimentos sociais e lutas por (re)conhecimento
Data de Publicação
31/01/2022
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/sociedadecritica/401776-as-mulheres-lesbicas-no-movimento-lgbti
ISBN
978-65-5941-559-5
Palavras-Chave
Movimento LGBTI+, Psicologia social, Visibilidade lésbica
Resumo
Na história dos movimentos sociais, as mulheres lésbicas foram invisibilizadas tanto pelo movimento feminista quanto pelo movimento LGBTI+. Poucos são os registros que narram suas trajetórias. Interessa, neste trabalho, questionar como as mulheres lésbicas introduziram e reivindicaram suas pautas para dentro do movimento LGBTI+? Este trabalho teve como objetivos: identificar como as lésbicas foram retratadas no histórico do movimento LGBTI+, compreender como mulheres lésbicas se organizam enquanto militantes na atualidade e a partir disso, construir reflexões acerca de uma nova onda do movimento LGBTI+. Entendemos que evidenciar como as mulheres lésbicas se organizam coletivamente enquanto movimento social, permite a compreensão das suas demandas e especificidades. Debater este tema no âmbito acadêmico, auxilia na luta por visibilidade e pela garantia de direitos. Foi realizado um levantamento qualitativo histórico das três ondas do Movimento Homossexual Brasileiro proposto por Facchini (2005). A pesquisa foi delineada pela perspectiva da Psicologia Social Crítica e com os Estudos Feministas. Adentrando ao levantamento do movimento LGBTI+, notamos que as mulheres lésbicas aparecem em poucos relatos históricos, principalmente nas décadas de 70 e na de 80. A primeira onda do Movimento Homossexual no Brasil (1978 - 1983) foi um período que trouxe visibilidade à existência LGBTI+, através das publicações do jornal Lampião da Esquina e pela criação do Grupo Somos, em São Paulo. Naquela época, o país vivenciava a ditadura militar (1964 - 1985), o que tornava toda militância LGBTI+ clandestina. Um marco importante, em 1981, foi a criação do Grupo de Ação Lésbica-Feminista (GALF), o qual lançou o folhetim Chanacomchana. Um dos momentos marcantes, chamado de "Stonewall Brasileiro" foi em 1983, quando lésbicas foram banidas de um bar, por estarem distribuindo seus folhetins. A partir desse ano, foi declarado o dia 19 de agosto o dia do Orgulho Lésbico. A segunda onda (1984-1992) se destacou por conta da eclosão da epidemia de HIV-AIDS, atribuída em grande parte à comunidade LGBTI+. Conquistas importantes ocorreram nesse período, como a designação do movimento homossexual como movimento GLS (gays, lésbicas e simpatizantes), fruto do ativismo lésbico. Já o reconhecimento das pessoas bissexuais, transexuais e travestis na sigla veio apenas em 1993 (DIAS, 2011). Na terceira onda (1993 - 2005) iniciou-se um diálogo maior com políticos e a mídia, despertando a construção de novos de espaços, a busca de recursos e de infraestrutura para a realização de suas atividades. Com o acesso a recursos financeiros, conflitos e disputas dentro do meio político e militância começaram a ser visíveis. Em 1996, no Rio de Janeiro, ocorreu o I Seminário Nacional de Lésbicas (SENALE), encontro que definiu o dia 29 de agosto como Dia Nacional da Visibilidade Lésbica. Em 2014, tornou-se SENALESBI abrangendo também as mulheres bissexuais e consolidando-se como o maior e mais importante evento na área. Com um olhar crítico sobre as três ondas do movimento, notamos que as mulheres lésbicas foram colocadas em um segundo plano dentro das conquistas. Contudo, a partir dos anos 2000, elas começaram a se articular em coletivos apenas de mulheres, dando maior relevância às suas pautas sociais. Esse novo modo de atuação impôs ao movimento LGBTI+ repensar práticas de representatividade, promovendo a sua reconfiguração. A partir do levantamento histórico realizado, percebemos um amadurecimento do movimento LGBTI+ como um todo, especialmente por estarem lutando por mais políticas públicas e espaços nos ambientes políticos, fazendo-nos refletir sobre uma quarta onda do movimento. Entendemos que foi crucial a adoção de novas dinâmicas da militância das mulheres lésbicas, como o surgimento de articulações independentes, atualizando demandas e trazendo à tona a reivindicação da representatividade. Sabendo que ainda há um apagamento social e político das mulheres lésbicas, apontamos a necessidade de que elas tenham sua história registrada, fortalecendo, assim, a luta por visibilidade.
Título do Evento
II Fórum Sociedade Crítica: vida insubmissa, pensamento transgressor
Título dos Anais do Evento
Anais do II Fórum Sociedade Crítica: vida insubmissa, pensamento trangressor
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

QUARTIERO, Gabriela et al.. AS MULHERES LÉSBICAS NO MOVIMENTO LGBTI+.. In: Anais do II Fórum Sociedade Crítica: vida insubmissa, pensamento trangressor. Anais...Barreiras(BA) UFOB, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/sociedadecritica/401776-AS-MULHERES-LESBICAS-NO-MOVIMENTO-LGBTI. Acesso em: 19/06/2025

Trabalho

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