A PRODUÇÃO DA POBREZA E DA SEGREGAÇÃO SOCIOESPACIAL - ANÁLISE E MAPEAMENTO DAS OCUPAÇÕES URBANAS EM PETROLINA - PE

Publicado em 13/07/2025 - ISBN: 978-65-272-1588-2

Título do Trabalho
A PRODUÇÃO DA POBREZA E DA SEGREGAÇÃO SOCIOESPACIAL - ANÁLISE E MAPEAMENTO DAS OCUPAÇÕES URBANAS EM PETROLINA - PE
Autores
  • Maria Josileide De Sousa Barros
  • Gustavo Yuri Dias dos Santos
  • Renata Sibéria de Oliveira
Modalidade
Resumo Expandido para Publicação em Anais
Área temática
GT 04 - Expulsões, contenções e controles territoriais no Semiárido brasileiro
Data de Publicação
13/07/2025
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/sinjuve-semanaciso-univasf-554279/1178729-a-producao-da-pobreza-e-da-segregacao-socioespacial---analise-e-mapeamento-das-ocupacoes-urbanas-em-petrolina---
ISBN
978-65-272-1588-2
Palavras-Chave
Produção do espaço. Pobreza. Ocupações urbanas.
Resumo
RESUMO O espaço urbano, como produto das relações capitalista de produção, refletem tanto em sua forma como em seu conteúdo a diferenciação socioespacial que materializa-se na cidade segregada. Em Petrolina-PE, essa desigualdade pode ser percebida a partir da análise do aumento das ocupações urbanas resultado do empobrecimento da classe que vive do trabalho. Nesta perspectiva, a presente pesquisa visa mapear e compreender os processos sociais de surgimento destas ocupações e as dinâmicas do espaço urbano a partir do estudo da produção pobreza. Palavras-chave: Produção do espaço. Pobreza. Ocupações urbanas. 1.INTRODUÇÃO. A pobreza no capitalismo é resultado do produto das relações de produção deste sistema e sua inerente característica de transformar a riqueza socialmente produzida em miséria (RUFINO, 2017). Neste processo, o sistema capitalista opera produzindo segregação socioespacial, característica inerentes das contradições que atuam alterando a forma e o conteúdo do espaço. A partir dos anos de 1960, Petrolina passou a receber investimentos governamentais e privados para o desenvolvimento da agricultura irrigada o que levou a transformações socioespaciais significativas. Recentemente, com o crescimento do setor imobiliário, a cidade tornou-se um importante atrativo de investimentos, resultando na intensificação da especulação da terra urbana, o que tornou ainda mais difícil o acesso à moradia. Dados do Ministério de Desenvolvimento Regional (2020) demonstram que Petrolina possui um déficit habitacional de 9.368 famílias sem moradia e 4.896 moradias precárias. Para Rodrigues (2007), a produção da cidade se define pelas regras do mercado limitando o acesso a bens e serviços a população mais carente. Esta pesquisa objetivou realizar levantamento e mapeamento das áreas de ocupações urbanas na cidade de Petrolina – PE a partir de análises dos processos que levam a produção da pobreza e com ela, da diferenciação socioespacial que vem produzindo ao longo do tempo na cidade espaços segregados. Como instrumentos metodológicos utilizou-se pesquisa bibliográfica e de campo norteado pelo do Materialismo Histórico Dialético e da tese da produção social do espaço a partir de autores como HARVEY, 2006, LEFEBVRE, 2008 e SANTOS, 1978. 2.ANÁLISE E COMENTÁRIO DO CONTEÚDO Apoiando-se na lei geral da acumulação descrita por Karl Marx (2006), é na extração da mais-valia, que o capital garante a sua reprodução, ao tempo que mantém a classe trabalhadora empobrecida. Por este entendimento, é possível perceber que a pobreza trata-se do produto do processo de geração de riqueza, onde o resultado da acumulação é o proletariado empobrecido (PIMENTEL, 2012). Esta relação contraditória, basilar ao capitalismo, onde o trabalho será sempre a força motriz do sistema, garante a produção do valor, assegurando a reprodução ampliada e acumulação do capital mesmo em momentos de crises. Harvey (2005), em uma análise das crises do sistema capitalista, demonstra que dentro das estruturas produtivas, criam-se novos mecanismos que permitem uma continuidade no processo de acumulação. Essa lógica se define pela expansão geográfica destas estruturas e pressupõem a formação de uma dicotomia entre centros e periferias capitalistas, produzindo, o que Conceição (1996), denomina de “regiões de pobres”. As estruturas implementadas em Petrolina para inserção da agricultura irrigada resultaram da expansão de capitais acumulados em crise no contexto dos anos de 1970. Os investimentos para este setor, com intuito da continuidade da reprodução ampliada do capital, produziram profundas mudanças na região que alteraram a dinâmica social ao aprofundar as contradições, com reflexos até os dias atuais. Petrolina possui população de 386,791 habitantes (IBGE, 2022) e renda per capita de 22.244,46 $ (IBGE, 2021), ao analisar os dados de 2010, último a ser publicado pelo IBGE sobre a questão social, observamos que o município possui 39,8% de sua população em situação de pobreza extrema vivendo com renda de até meio salário mínimo, o que demonstra a alarmante contradição entre produção de riqueza e concentração de renda. Esta realidade se materializa na produção da cidade que irá apresentar áreas com boa infraestrutura ocupada pela população de maior renda e outra com a população pauperizada vivendo em áreas precárias sem as mínimas condições de reprodução da vida. Petrolina possui em seu território uma quantidade significativa de áreas com a presença de ocupações urbanas, de acordo com as análises de campo, são espaços extremamente carentes com população pauperizada composta sobretudo por trabalhadores que não conseguem acesso a moradia nem por meio da compra nem por meio de aluguéis. Foi identificado 13 ocupações durante o trabalho de campo: Vila Cajuína; Vila Cortiço; Vila Da Fé; Vila Da Paz; Vila Dilma; Ocupação Santa Helena; Vila Santa Isabel; Ocupação do Pedro Raimundo; Coração de Miguel; Bebedouro; Pomares; Ocupação Pedra Linda; Luiz Inácio. São espaços onde a pobreza demonstra sua face mais perversa com sofrimento brutal nas condições de sobrevivência. 3.CONSIDERAÇÕES FINAIS A análise dessas ocupações traz luz a compreensão das relações dicotômicas presentes na cidade de Petrolina, reflexo inicialmente de um modelo de desenvolvimento planejado a partir de políticas públicas voltadas para o agronegócio, e mais recentemente a lógica capitalista de produção da cidade determinada pelo mercado com força da especulação imobiliária que ao longo do tempo produziu pobreza em seu processo de geração de riqueza. REFERÊNCIAS CONCEIÇÃO, Alexandrina Luz. "O novo não se inventa, descobre-se": Milton Santos e a geografia aplicada. In: CARLOS, Ana Fani A. (Org.). Ensaios de geografia contemporânea: Milton Santos, obra revisitada. São Paulo: Hucitec, 1996. HARVEY, David. Espaços de esperança. 2. ed. São Paulo: Loyola, 2006. LEFEBVRE, Henri. Espaço e política. Belo Horizonte, Edufmg, 2008. MARX, Karl. O Capital: crítica da economia política – livro 01. 24. Ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006. PIMENTEL, Edlene. Uma “nova questão social”? Raízes materiais e humano-sociais do pauperismo de ontem e de hoje. 2. ed. rev. São Paulo: Instituto Lukács, 2012. RUFINO, Priscila de Morais. A pobreza no contexto da sociabilidade capitalista. In: II SEMINÁRIO NACIONAL DE SERVIÇO SOCIAL, TRABALHO E POLÍTICA SOCIAL, Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/180025>. Acesso em 12 outubro 2024. SANTOS, Milton. Por uma geografia nova. São Paulo: Hucitec, 1978.
Título do Evento
II SIMPÓSIO INTERNACIONAL JUVENTUDES E EDUCAÇÃO - SINJUVE & XI SEMANA DE CIÊNCIAS SOCIAIS - UNIVASF
Cidade do Evento
Juazeiro
Título dos Anais do Evento
Dossiê Conjunto de Produções Acadêmicas da 2ª Edição do Simpósio Internacional sobre Juventudes e Educação e 11ª Edição da sSemana de Ciências Sociais/UNIVASF
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

BARROS, Maria Josileide De Sousa; SANTOS, Gustavo Yuri Dias dos; OLIVEIRA, Renata Sibéria de. A PRODUÇÃO DA POBREZA E DA SEGREGAÇÃO SOCIOESPACIAL - ANÁLISE E MAPEAMENTO DAS OCUPAÇÕES URBANAS EM PETROLINA - PE.. In: Dossiê Conjunto de Produções Acadêmicas da 2ª Edição do Simpósio Internacional sobre Juventudes e Educação e 11ª Edição da sSemana de Ciências Sociais/UNIVASF. Anais...Juazeiro(BA) Complexo Multieventos/UNIVASF, 2025. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/sinjuve-semanaciso-univasf-554279/1178729-A-PRODUCAO-DA-POBREZA-E-DA-SEGREGACAO-SOCIOESPACIAL---ANALISE-E-MAPEAMENTO-DAS-OCUPACOES-URBANAS-EM-PETROLINA---. Acesso em: 02/08/2025

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