JOGOS E BRINCADEIRAS ANCESTRAIS NO FORTALECIMENTO DA INDENTIDADE CULTURAL DOS ESTUDANTES DO COLÉGIO MUNICIPAL SCIPIÃO TORRES EM CURAÇÁ, BAHIA

Publicado em 13/07/2025 - ISBN: 978-65-272-1588-2

Título do Trabalho
JOGOS E BRINCADEIRAS ANCESTRAIS NO FORTALECIMENTO DA INDENTIDADE CULTURAL DOS ESTUDANTES DO COLÉGIO MUNICIPAL SCIPIÃO TORRES EM CURAÇÁ, BAHIA
Autores
  • Rosy Kátia Souza Gonçalves
  • Maria Júlia Gonçalves Martins
  • Mariana Oliveira Cêolho Bahia
  • Bianca da Silva Pereira
  • Eveline Maria Bento Costa
Modalidade
Resumo Expandido para Publicação em Anais
Área temática
GT 07 - Juventudes, Educação e Saúde
Data de Publicação
13/07/2025
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/sinjuve-semanaciso-univasf-554279/1178722-jogos-e-brincadeiras-ancestrais-no-fortalecimento-da-indentidade-cultural-dos-estudantes-do-colegio-municipal-sc
ISBN
978-65-272-1588-2
Palavras-Chave
Comunicação. Tradição. Territorialidade. Memória.
Resumo
RESUMO Este trabalho tem como objetivo investigar a importância dos jogos e brincadeiras ancestrais na construção e formação da identidade cultural dos estudantes do Colégio Municipal Scipião Torres em Curaçá, Bahia. Bem como, compreender seu papel na preservação da memória afetiva e cultural entre gerações. A metodologia adotada baseou-se na História Oral a partir de um questionário semiestruturado com vintes questões sobre as brincadeiras praticadas pelos pais, avós, parentes dos estudantes. Como principais resultados foram catalogados doze jogos e brincadeiras sistematizados pelos entrevistados. Assim como, os estudantes aprenderam mais sobre a historicidade familiar e a diversidade cultural local. 1. INTRODUÇÃO. As práticas dos jogos e brincadeiras ancestrais como manifestações de lazer e memória efetiva são introduzidos na vida das pessoas em seu cotidiano desde a infância, fortalecendo à identidade cultura local. De acordo com Huizinga (1999), as expressões humanas são anteriores à cultura, por compreender que o homem é o homo ludens, ou seja, semelhante aos que brincam e produzem cultura. Esta compreensão do jogo e da brincadeira como intermediadores entre gerações passadas e futuras foi um dos motins para a realização dessa pesquisa no contexto educacional, frente ao apagamento dos saberes populares, impostos pelo avanço tecnológico e o uso desenfreado da internet. A problemática que orienta essa investigação parte da seguinte questão: Como os jogos e brincadeiras ancestrais contribuem para a construção e fortalecimento da identidade cultural dos estudantes e para a preservação de saberes tradicionais? O objetivo geral consiste em investigar a importância dos jogos e brincadeiras ancestrais na construção e formação da identidade cultural dos estudantes do Ensino Fundamental II, do Colégio Municipal Scipião Torres em Curaçá, Bahia. Buscou-se ainda compreender seu papel na preservação da memória afetiva e cultural entre gerações; catalogar os jogos e brincadeiras tradicionais praticadas por pais e avós dos estudantes e estimular as práticas culturais locais no ambiente escolar. A pesquisa possui abordagem qualitativa e está fundamentada na metodologia da História Oral, como forma de acessar memórias e narrativas de sujeitos que vivenciaram determinadas práticas culturais, conforme propõe Meihy (2005), a História Oral valoriza a experiência vivida e entende que a memória, mesmo sendo seletiva e subjetiva, constitui uma fonte legítima de conhecimento sobre o passado e sobre a construção da identidade dos sujeitos. Para isso, foi aplicado um questionário semiestruturado com vinte questões abertas voltadas à investigação das brincadeiras praticadas na infância dos entrevistados. As entrevistas ocorreram presencialmente e chamadas telefónicas. As respostas foram gravadas, sistematizadas e analisadas. 2. ANÁLISE E COMENTÁRIO DO CONTEÚDO Foram entrevistados oito mulheres e três homens, com idades entre 20 e 90 anos. Entre os participantes, havia pais, mães, tios e avós, residentes no município de Curaçá, Bahia, Brasil. Durante a entrevista houve trocas de afetos, lembranças e reaproximação da identidade cultural dos participantes. Um dado importante de destacar foi o sentimento de saudade por quem já não pode mais brincar, mesmo com a criança viva no coração, a maioria dos participantes relataram a sensação de que o tempo de brincar foi interrompido pelas exigências de responsabilidades e trabalho precoces. Ao todo, foram catalogadas 73 brincadeiras, podendo destacar a escassez de brinquedos, principalmente das famílias que moram em comunidades de Povos Tradicionais. A maioria utilizava materiais da própria natureza, como folhas e galhos de árvores na criação de novos brinquedos. Uma das brincadeiras citadas foi a brincadeira com a boneca feita de espiga de milho. Os relatos orais também evidenciaram uma divisão entre as brincadeiras praticadas por meninas e meninos, refletindo papéis de gênero tradicionalmente construídos. Enquanto os meninos relataram maior participação em jogos como bola de gude, futebol e queimada, as meninas mencionaram brincadeiras como amarelinha, pula corda e brincar com bonecas. Louro (1997), afirma que as identidades de gênero são construídas social e historicamente, sendo reforçadas por práticas cotidianas como o brincar. Os jogos e brincadeiras tradicionais enfrentam ameaças crescentes com o avanço das tecnologias digitais, especialmente com o uso dos celulares, redes sociais e jogos eletrônicos. A facilidade de acesso a esses dispositivos tem reduzido o tempo destinado às interações presenciais e ao brincar coletivo, dificultando a socialização entre crianças, familiares e membros da comunidade (KISHIMOTO, 2002). Esse cenário revela a necessidade de repensar os espaços e tempos do brincar, a fim de preservar práticas lúdicas que fortalecem vínculos, estimulam a criatividade e promovem o bem-estar integral das novas gerações (FRAGA, 2001). 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS O mergulho no tempo dos jogos e brincadeiras ancestrais fortalece as raízes familiares por serem lembranças ricas. São heranças culturais que permitem entender melhor a história e a identidade de nossos povos, principalmente do município de Curaçá, localizado no norte da Bahia. Através da pesquisa resgatamos valores, tradições e práticas que foram passadas entre gerações, além de contribuir com a formação social, cultural e emocional de quem prática. Por tanto, ampliar a pesquisa na rede Municipal de Ensino pode contribuir para construção de novas metodologias pedagógicos no contexto escolar. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FRAGA, Vera Regina Waldow. Brinquedo e cultura: a criança entre o real e o imaginário. Petrópolis: Vozes, 2001. LOURO, Guacira Lopes. Gênero, sexualidade e educação: uma perspectiva pós-estruturalista. Petrópolis: Vozes, 1997. KISHIMOTO, Tizuko Morchida. O brincar e suas teorias. São Paulo: Pioneira, 2002. HUIZINGA, J. Homo Ludens: O jogo como elemento da cultura. 4. ed.– Tradução João Paulo Monteiro. São Paulo : Ed. Perspectiva, 1999. MEIHY, José Carlos Sebe Bom. Manual de História Oral. 4. ed. São Paulo: Loyola, 2005.
Título do Evento
II SIMPÓSIO INTERNACIONAL JUVENTUDES E EDUCAÇÃO - SINJUVE & XI SEMANA DE CIÊNCIAS SOCIAIS - UNIVASF
Cidade do Evento
Juazeiro
Título dos Anais do Evento
Dossiê Conjunto de Produções Acadêmicas da 2ª Edição do Simpósio Internacional sobre Juventudes e Educação e 11ª Edição da sSemana de Ciências Sociais/UNIVASF
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

GONÇALVES, Rosy Kátia Souza et al.. JOGOS E BRINCADEIRAS ANCESTRAIS NO FORTALECIMENTO DA INDENTIDADE CULTURAL DOS ESTUDANTES DO COLÉGIO MUNICIPAL SCIPIÃO TORRES EM CURAÇÁ, BAHIA.. In: Dossiê Conjunto de Produções Acadêmicas da 2ª Edição do Simpósio Internacional sobre Juventudes e Educação e 11ª Edição da sSemana de Ciências Sociais/UNIVASF. Anais...Juazeiro(BA) Complexo Multieventos/UNIVASF, 2025. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/sinjuve-semanaciso-univasf-554279/1178722-JOGOS-E-BRINCADEIRAS-ANCESTRAIS-NO-FORTALECIMENTO-DA-INDENTIDADE-CULTURAL-DOS-ESTUDANTES-DO-COLEGIO-MUNICIPAL-SC. Acesso em: 01/09/2025

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