REALIDADE VIRTUAL COMO MEDIDA NÃO FARMACOLÓGICA NO ALÍVIO DA DOR E ANSIEDADE DE PACIENTES ONCOLÓGICOS

Publicado em 15/01/2025 - ISBN: 978-65-272-1102-0

Título do Trabalho
REALIDADE VIRTUAL COMO MEDIDA NÃO FARMACOLÓGICA NO ALÍVIO DA DOR E ANSIEDADE DE PACIENTES ONCOLÓGICOS
Autores
  • Monik Cavalcante Damasceno
  • Anna Lays Martins de Mesquita
  • Francisca Alessandra da Silva Souza
  • Francisco José Magalhães Brandão
  • Elisane Alves do Nascimento
  • Natalia Albuquerque de Sousa
  • Tarcio Aragão Matos
Modalidade
Resumo Expandido
Área temática
Inovação na Prática do Cuidado à pessoa com câncer
Data de Publicação
15/01/2025
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/simposiosobralensedeoncologia2024/998214-realidade-virtual-como-medida-nao-farmacologica-no-alivio-da-dor-e-ansiedade-de-pacientes-oncologicos
ISBN
978-65-272-1102-0
Palavras-Chave
Realidade Virtual, Oncologia, Dor do Câncer.
Resumo
INTRODUÇÃO O câncer é considerado o principal problema de saúde em todo o mundo, está entre as quatros principais causas de morte antes dos 70 anos de idade. O envelhecimento, crescimento populacional, condições socioeconômicas, processos de urbanização e hábitos de vida tem contribuído para o índice e mortalidade por câncer (Austin; Siddall; Lovell, 2022). A ansiedade entre pacientes com câncer pode surgir de diferentes razões, como uma reação ao diagnóstico de câncer, dor intensa, tratamentos de longo prazo, efeitos colaterais do tratamento e sentimento de fardo ou dependência de outras pessoas (Mohammad; Ahmad, 2018). O câncer e os seus respectivos tratamentos causam medo de morte, redução na qualidade de vida, perda de relacionamentos sociais e perda de controle sobre a própria vida. No entanto, a fadiga ocorre em 60% a 90% das pessoas que recebem quimioterapia, afetando todos os aspectos da qualidade de vida, persistindo mesmo por meses ou anos após quimioterapia e, às vezes, significativamente nas taxas de sobrevivência (Burrai et al., 2023). O manejo adequado da dor é um indicador tanto da qualidade de vida como da assistência em saúde, que se deve abranger aspectos físicos, psicossociais e espirituais do indivíduo. Além da analgesia com medicamentos, diferentes formas de terapia não farmacológica para o controle da dor se mostram efetivas na assistência desses pacientes (Santana et al., 2023). Uma das recentes alternativas terapêuticas é a Realidade Virtual (RV), pode ser definida como uma experiência simulada, que consiste em um ambiente criado por tecnologia de hardware e software capaz de provocar sensações de experiências reais, as ações analgésicas da RV são divididas em dois tipos: a distração e a neuroplasticidade (Turrado et al., 2021). A distração, representa um desvio de curto prazo da atenção da dor para um estímulo alternativo descrito como "sequestro" de atenção, emoção e memória. As intervenções de RV diminuem a atividade no tálamo e nas áreas límbicas associadas à ansiedade e à dor, tanto agudas quanto crônicas. A neuroplasticidade se relaciona a mudanças estruturais e funcionais de longo prazo em vias neuronais que ocorrem após a prática de longo prazo de habilidades, envolvendo simulações interativas em tempo real de habilidades ou atividades (Niki et al., 2019). OBJETIVO Analisar na literatura a eficácia da realidade virtual como medida não farmacológica na redução da dor e ansiedade de pacientes com câncer. MÉTODOS Trata-se de uma revisão integrativa, realizada através da estratégia PICO, isto é, P – population (população), I – intervention (intervenção), C – comparison (comparação), O – outcomes (desfechos), no qual guiou a elaboração da pergunta norteadora: “A realidade virtual como alternativa não farmacológica contribui para melhora do nível de dor e ansiedade de pacientes oncológicos adultos?” A pesquisa foi realizada a partir da busca nas seguintes base de dados: Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Scientific Electronic Library Online (SciELO) e PubMed, utilizando Termos controlados, extraídos dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): Realidade Virtual, Óculos Inteligentes, Neoplasias, Oncologia e Dor do Câncer, em português e inglês, de forma isolada e combinada com o operador booleano AND. Foram selecionados ensaios clínicos controlados, publicados de 2018 a 2024, texto completo e disponíveis eletronicamente na íntegra, nos idiomas inglês e português. Foram excluídos os estudos que não apresentaram resumo on-line na íntegra para análise, artigos pagos, estudos de revisões, artigos duplicados e estudos que foram realizados com crianças e adolescentes. RESULTADOS Dos 133 estudos identificados pelas buscas nas três bases de dados: SciElo (4), PubMed (67) e BVS (62), após a leitura do título e resumo, 10 estudos foram elegíveis para a revisão e, destes, sete foram incluídos na revisão após a leitura na íntegra. As características dos estudos incluem participantes adultos maiores de 18 anos com diagnóstico de câncer, onde os principais desfechos analisados foram ansiedade, depressão, fadiga, diminuição da dor e adesão ao tratamento. Os estudos demonstram que a realidade virtual apresenta desfechos positivos em diversos aspectos da vida do paciente com câncer, as intervenções eram realizadas e separadas em grupo de intervenção e grupo controle, as intervenções eram realizadas de duas a três vezes por semana com duração de 15 a 30 minutos de acordo com cada protocolo de estudo, as escalas mais utilizadas foram a Escala Visual Analógica (EVA) que mensura dor, o Inventário de Ansiedade do Estado (SAI) é uma medida válida e comumente usada para ansiedade, a Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HADS), a Escala de Fadiga de Piper Revisada que é um questionário auto administrado que consiste em 22 itens que medem quatro dimensões de fadiga, o questionário Functional Assessment of Chronic Illness Therapy-Fatigue (FACIT-F) que aborda cinco domínios: Bem-estar físico, Bem-estar social/familiar, Bem-estar emocional, Bem-estar funcional e Subescala de fadiga. Estas escalas e questionários foram preenchidos na fase pré e pós intervenção. No entanto, através do poder da tecnologia, os hospitais podem criar espaços imersivos que ajudam a minimizar o estresse e melhorar a experiência de pacientes com câncer, pacientes submetidos à cirurgia de câncer colorretal expostos a realidade virtual, obtiveram redução significativa na ansiedade e depressão pré-operatória (Turrado et al., 2021). Ademais, pacientes em cuidados paliativos apresentam boa aceitabilidade e experiências positivas durante e após as sessões de RV, relatam reduções significativas no nível de dor, durante, imediatamente e após intervenção (Austin; Siddall; Lovell, 2022). Pacientes relatam que a RV é um instrumento fácil de usar, que se torna útil durante o tratamento de quimioterapia por proporcionar um cenário imersivo e interativo, que reduz os sintomas de fadiga e ansiedade, oferecendo uma experiência agradável e satisfatória durante o tratamento (Burrai et al., 2023). O estudo de Niki et al. demonstrou que o uso da RV em pacientes com câncer terminal, apresentou melhorias significativas para dor, cansaço, sonolência, falta de ar, depressão, ansiedade e bem-estar, bem como diversão e felicidade. Entre eles, o maior tamanho de efeito foi mostrado para depressão, o número de participantes cujos sintomas foram classificados como moderados/graves diminuiu em todos os sintomas após a viagem em RV. O estudo de Alves et al. comprovou que o uso do Exergaming durante 20 sessões, é capaz de melhorar a fadiga relatada, a fadiga muscular e a qualidade de vida de pacientes com câncer em tratamento quimioterápico. A RV é um medida não farmacológica segura, por não apresentar efeitos adversos aos pacientes, é promissora como uma intervenção de distração eficaz para o gerenciamento da dor e da ansiedade entre pacientes com câncer de mama (Mohammad; Ahmad, 2018). Diversas condições impactam de forma negativa a saúde das mulheres com diagnóstico de câncer cervical, entretanto o uso da RV como técnica de relaxamento, proporcionou evidências na redução da ansiedade dessas mulheres em tratamento com radioquimioterapia e auxiliou na prática clínica (Santana et al., 2023). CONCLUSÃO Os estudos evidenciaram que a realidade virtual é uma ferramenta viável, eficaz e segura para melhorar a carga de sintomas de pacientes com câncer, além de não oferecer riscos ou eventos adversos no tratamento destes pacientes. Se mostrou como uma experiência agradável e satisfatória por conta do ambiente interativo que proporciona distração a estes pacientes. O gerenciamento da dor e ansiedade é um fator chave para melhorar a qualidade de vida dos pacientes com câncer, e a realidade virtual provou ser uma tecnologia útil e fácil de usar, além de ser uma medida não farmacológica eficaz na redução da dor, ansiedade e fadiga de pacientes com câncer, em fase terminal, em tratamento e em fase pré-operatória.
Título do Evento
II SIMPÓSIO SOBRALENSE DE ONCOLOGIA
Cidade do Evento
Sobral
Título dos Anais do Evento
Anais do Simpósio Sobralense de Oncologia
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

DAMASCENO, Monik Cavalcante et al.. REALIDADE VIRTUAL COMO MEDIDA NÃO FARMACOLÓGICA NO ALÍVIO DA DOR E ANSIEDADE DE PACIENTES ONCOLÓGICOS.. In: Anais do Simpósio Sobralense de Oncologia. Anais...Sobral(CE) SCMS, 2024. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/simposiosobralensedeoncologia2024/998214-REALIDADE-VIRTUAL-COMO-MEDIDA-NAO-FARMACOLOGICA-NO-ALIVIO-DA-DOR-E-ANSIEDADE-DE-PACIENTES-ONCOLOGICOS. Acesso em: 08/12/2025

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