EFEITOS COLATERAIS DA QUIMIOTERAPIA NA SAÚDE MENTAL DOS PACIENTES ONCOLÓGICOS

Publicado em 15/01/2025 - ISBN: 978-65-272-1102-0

Título do Trabalho
EFEITOS COLATERAIS DA QUIMIOTERAPIA NA SAÚDE MENTAL DOS PACIENTES ONCOLÓGICOS
Autores
  • ANA MAIARA MARTINS DE OLIVEIRA
  • Francisco Ronald da Silva Arruda
  • Marcelo Gomes da Silva
  • Maria Jamile Bento Bezerra
  • Maria Gervânia Vasconcelos Mota
  • GEORGIA MARIA MELO FEIJÃO
  • Camila Maria de Oliveira Ramos
Modalidade
Resumo Expandido
Área temática
Cuidado Integral à pessoa com câncer
Data de Publicação
15/01/2025
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/simposiosobralensedeoncologia2024/996742-efeitos-colaterais-da-quimioterapia-na-saude-mental-dos-pacientes-oncologicos
ISBN
978-65-272-1102-0
Palavras-Chave
Efeitos Colaterais, Oncologia, Saúde Mental
Resumo
INTRODUÇÃO O câncer é amplamente reconhecido como um problema de saúde pública mundial, representando um conjunto de doenças identificadas pelo crescimento desordenado de células que podem invadir tecidos ou órgãos. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA) (2022), o termo "câncer" abrange mais de 100 tipos de doenças malignas, nas quais as células se multiplicam de forma descontrolada, formando tumores que podem ser benignos ou malignos. Essas células malignas, devido a alterações genéticas, têm a capacidade de se espalhar para outras partes do corpo, processo conhecido como metástase (Assunção, 2023). De acordo com a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), órgão vinculado à Organização Mundial da Saúde (OMS) (2024), a estimativa global de novos casos de câncer para o ano de 2022 foi de 20 milhões, com 9, 7 milhões de óbitos registrados. O projeto é que 1 em cada 5 pessoas no mundo desenvolverá câncer ao longo da vida, um dado alarmante que reforça a magnitude do problema. No Brasil, entre os anos de 2023 e 2025, estima-se uma média anual de 704 mil novos casos de câncer, com as regiões Sul e Sudeste concentrando as maiores taxas de incidência. Especificamente no estado do Ceará, a previsão é de mais de 94 mil novos casos até 2025 (INCA, 2022). Além dos impactos físicos provocados pelo câncer, a doença compromete significativamente a qualidade de vida dos pacientes em múltiplas dimensões. Os efeitos emocionais mais comuns incluem ansiedade, depressão e o medo da morte, fatores que geram conflitos internos e desestabilizam o equilíbrio emocional do indivíduo (Silva, 2022). Neste contexto, a quimioterapia, uma das abordagens terapêuticas mais utilizadas no tratamento oncológico, é diretamente sobre as células cancerígenas, mas também afeta células saudáveis, provocando uma série de efeitos colaterais indesejáveis. Entre os mais comuns estão náuseas, perda de apetite, fadiga extrema, queda de cabelo e alterações no paladar, além de impactos significativos no bem-estar mental e emocional dos pacientes (Silveira, 2021). Esses efeitos colaterais, tanto físicos quanto emocionais, podem intensificar sentimentos de angústia e incerteza em relação ao futuro, levando muitos pacientes a experimentar um estado de vulnerabilidade psicológica durante o tratamento. Nesse cenário, o acompanhamento psicológico desde o diagnóstico torna-se essencial para mitigar os impactos negativos da doença e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Intervenções psicológicas podem auxiliar no enfrentamento dos desafios emocionais que surgem ao longo do tratamento, fornecendo suporte para lidar com o estresse, o medo e as mudanças corporais e sociais decorrentes do câncer (Gomes, 2019). Dentro desse contexto, a psico-oncologia desempenha um papel central no suporte aos pacientes com câncer. Essa especialidade oferece apoio psicológico não apenas aos pacientes, mas também aos seus familiares e às equipes de saúde envolvidas no tratamento. Ao proporcionar um suporte emocional contínuo, a psico-oncologia ajuda a promover o equilíbrio emocional e o enfrentamento saudável durante todas as etapas do tratamento oncológico, desde o diagnóstico até a fase de reabilitação ou cuidados paliativos (Assunção, 2023). Dessa forma, a integração do cuidado psicológico com as demais abordagens terapêuticas contribui significativamente para uma abordagem mais humanizada e integral no tratamento do câncer, focada não apenas na cura, mas também no bem-estar e na qualidade de vida do paciente. OBJETIVO Analisar os impactos dos efeitos colaterais da quimioterapia na saúde mental dos pacientes oncológicos, ressaltando a importância de uma abordagem integral e multidisciplinar no cuidado. MÉTODOS Esta pesquisa consiste em uma revisão narrativa da literatura. O levantamento bibliográfico foi realizado entre setembro e outubro de 2024, com seleção de artigos publicados em português, utilizando as bases de dados: Scientific Electronic Library Online (SciELO), Sistema Online de Busca e Análise de Literatura Médica (MEDLINE) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), todas acessadas por meio do Portal Regional da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Foram empregadas combinações de descritores e marcadores nas seguintes formulações: (1) “quimioterapia” AND “saúde mental”; (2) “câncer” AND “psicologia”; (3) “quimioterapia” AND “efeitos colaterais”; (4) “quimioterapia” AND “saúde mental” AND “paciente”; (5) “paciente oncológico” AND “saúde mental”; (6) “quimioterapia” AND “impactos” AND “câncer”. Todos os termos de busca foram validados previamente nas Terminologias de Descritores em Ciências da Saúde (DeCS). Os critérios de inclusão abrangeram artigos completos e empíricos, publicados entre 2020 e 2024, com o intuito de incluir dados recentes e pertinentes ao tema, publicados em português. Após a seleção inicial, os resumos dos artigos foram avaliados com base nos critérios de exclusão, que eliminaram duplicatas e aqueles que não apresentavam relação direta com a temática proposta. RESULTADOS Os resultados deste estudo indicam que, apesar de pacientes e cuidadores apresentarem níveis semelhantes em vários domínios de qualidade de vida, os pacientes demonstram uma menor satisfação, especialmente nos aspectos de saúde mental e física. Isso deve, em grande parte, às consequências do tratamento quimioterápico, que afetam tanto o bem-estar físico quanto o psicológico. A quimioterapia provoca efeitos colaterais que envolvem diretamente a saúde mental, como a autoimagem, o que é especialmente notável em mulheres submetidas à mastectomia (Assunção, 2023). O câncer, muitas vezes associado à ideia de morte, impõe diversas limitações aos pacientes, exacerbando sentimentos de medo e insegurança, particularmente em avanços avançados da doença (Silveira, 2021). Embora a qualidade de vida global de muitos pacientes seja garantida de forma satisfatória, é comum que se relacionem sintomas graves, como dor intensa e fadiga, que se tornam ainda mais pronunciados nas fases críticas, como em casos de metástases. Além disso, termos como "morte" e "medo" são frequentemente evocados nas representações sociais sobre o câncer, refletindo a intensa carga emocional enfrentada pelos pacientes e a alta prevalência de sintomas ansiosos e depressivos, tanto entre os pacientes quanto entre seus familiares. Esse cenário destaca a necessidade urgente de suporte emocional durante o tratamento oncológico, já que os efeitos colaterais da quimioterapia, como a fadiga extrema, podem levar a um estado mental debilitante, dificultando o enfrentamento do diagnóstico e do tratamento (Assunção, 2023). Dentro deste contexto, a nutrição também desempenha um papel vital, ajudando a controlar sintomas alimentares como inapetência e náuseas, que são comuns durante a quimioterapia e podem comprometer gravemente o estado nutricional do paciente (Silveira, 2021). Alterações no paladar frequentemente levam à redução da ingestão alimentar, aumentando o risco de desnutrição. Os impactos físicos da quimioterapia não se limitam à alimentação. Sintomas como fadiga crônica e redução da capacidade respiratória restringem as atividades cotidianas dos pacientes, afetando significativamente sua função emocional e sexualidade, especialmente em casos de metástases hepáticas (Silveira, 2021). A percepção negativa do câncer, muitas vezes associada a sentimentos de tristeza e desesperança, reforça a necessidade de uma abordagem integral no tratamento oncológico, que leve em consideração tanto os impactos físicos quanto os emocionais. O tratamento deve ser adaptado às especificidades de cada paciente, enfatizando a importância de cuidados individualizados (Silveira, 2021). Por fim, o estudo com limitações funcionais graves em muitos pacientes, relacionado à ausência de atividades laborais e à falta de suporte afetivo, o que reforça a relevância de um suporte social adequado (Assunção, 2023). Portanto, os resultados apontam para a necessidade de uma abordagem integral que considere os impactos físicos, psicológicos e sociais da quimioterapia. Tal perspectiva ressalta a importância de uma equipe multidisciplinar no cuidado de pacientes oncológicos, garantindo um suporte abrangente e eficaz durante todo o tratamento, proporcionando uma qualidade de vida melhor e uma maior capacidade de enfrentamento dos desafios fiscais pelo câncer. CONCLUSÃO Os resultados deste estudo evidenciam que a quimioterapia exerce efeitos profundos e multifacetados em pacientes oncológicos, afetando não apenas a saúde física, mas também os aspectos psicológicos e sociais de suas vidas. Os efeitos colaterais dos medicamentos comprometem significativamente a integridade física, causando fadiga, náuseas, entre outros sintomas debilitantes, ao mesmo tempo em que agravam problemas emocionais, como ansiedade, depressão e medo. Essa combinação de fatores físicos e emocionais leva a uma diminuição expressiva na qualidade de vida dos pacientes, que muitas vezes se sentem inseguros e incertos quanto ao seu futuro. A interconexão entre os sintomas físicos e a saúde mental torna-se, assim, um ponto importante a ser considerado. As crescentes incidências de distúrbios psicológicos como consequência dos efeitos adversos da quimioterapia reforçam a necessidade de uma abordagem mais abrangente e humanizada no cuidado oncológico. Um acompanhamento integral, que considera tanto os desafios físicos quanto emocionais, é indispensável para mitigar esses impactos. Desenvolver estratégias terapêuticas que promovam o bem-estar emocional e a qualidade de vida dos pacientes durante todo o processo de tratamento é fundamental para proporcionar um cuidado integral.
Título do Evento
II SIMPÓSIO SOBRALENSE DE ONCOLOGIA
Cidade do Evento
Sobral
Título dos Anais do Evento
Anais do Simpósio Sobralense de Oncologia
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

OLIVEIRA, ANA MAIARA MARTINS DE et al.. EFEITOS COLATERAIS DA QUIMIOTERAPIA NA SAÚDE MENTAL DOS PACIENTES ONCOLÓGICOS.. In: Anais do Simpósio Sobralense de Oncologia. Anais...Sobral(CE) SCMS, 2024. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/simposiosobralensedeoncologia2024/996742-EFEITOS-COLATERAIS-DA-QUIMIOTERAPIA-NA-SAUDE-MENTAL-DOS-PACIENTES-ONCOLOGICOS. Acesso em: 16/07/2025

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