IMAGENS ALEGÓRICAS, DRAMATURGIA SOLAR E O CORPO-PROFETA EM SOLEDAD: PEÇA DE AGITAÇÃO

Mariana Corale

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Trabalho

Título do Trabalho

IMAGENS ALEGÓRICAS, DRAMATURGIA SOLAR E O CORPO-PROFETA EM SOLEDAD: PEÇA DE AGITAÇÃO

Autores

Mariana Corale

Modalidade

Comunicação Oral Online

Área temática

Criando espaços de intimidades: a arte rompendo fronteiras

Data de Publicação

06/08/2025

País da Publicação

Brasil

Idioma da Publicação

Português

Página do Trabalho

https://www.even3.com.br/anais/simposiolume2025/1062297-imagens-alegoricas-dramaturgia-solar-e-o-corpo-profeta-em-soledad--peca-de-agitacao

ISSN

2525-6572

Palavras-Chave

Soledad Barrett Viedma , alegoria , dramaturgia , atuação , ditadura militar

Resumo

A comunicação pretende abordar aspectos da pesquisa de doutorado “Corpo-Profeta: Soledad: peça de agitação e outras imagens e dramaturgias marginais” desenvolvida no programa de pós-graduação em artes cênicas (UDESC). A práxis da pesquisa que tem como base a criação artística de Soledad: peça de agitação, encenada pela Cia Embróglio coletivo de artistas da cidade de Florianópolis (SC). A peça cria imagens referentes à vida e a morte da poeta e militante paraguaia Soledad Barrett Viedma (1945-1973) assassinada pelo Estado brasileiro em uma emboscada conhecida historicamente como “massacre da granja São Bento”, durante o período da Ditadura militar brasileira (1964-1985). As tensões em relação a figura histórica de Soledad Barrett agravam-se por seu corpo ter desaparecido. Com o desenvolvimento da pesquisa, percebemos que a maior parte do material enfatizava o momento de sua morte, embora estivéssemos mais interessadas em sua vida e luta. Para realizar a criação artística foi necessário recorrer a leituras dos relatórios da Comissão Nacional da Verdade e das Comissões Estaduais da Paraíba e de Pernambuco. Criamos, assim, dois conceitos no âmbito teatral: dramaturgia solar (uma visão ficcional para além dos arquivos) e o corpo-profeta (Coral, 2022) para lidar com uma atuação que lide com temporalidades distintas e criação de sentidos (Benjamin, 2007). Além da pesquisa histórica, dramatúrgica e da encenação nos colocamos a realizar um imenso bordado em figurinos, mantos; costurando até mesmo a dramaturgia em uma ação contínua de memória, trabalho manual e material. Com o passar da pesquisa fomos traçando um caminho no qual mais histórias puderam constelar (Benjamin, 2011): outras mulheres surgiram na obra: Elisabeth Teixeira, Dora (Maria Auxiliadora), Inês Etienne Romeu, Regina Galindo; entre outras; uma constelação de mulheres insurgentes. Fomos construindo cenicamente e na uma atuação profética, atualizações à ação combativa destas mulheres; pequenas mônadas biográficas e imagens alegóricas que destacam a atuação histórica e desobediência de cada uma.Nisso, as vidas do presente e do passado passaram a entrelaçar-se. A função corpo-profeta passa a avivar-se...; são provocações, explanações que questionam o presente neoliberal. A chave interpretativa da atriz (Fátima Costa de Lima) traz a convivência de opostos que trabalham para além dos planos materiais: são conversas espirituais e reencontros, num esforço para tratar o não-dito (Pollack, 1989); realizamos na cena despedidas que não ocorreram... A alegoria esbanja em trazer diversidade de sentidos, ambivalências, trazendo a lado histórico e provisório das imagens. O Teatro caminha assim em um sentido de justiça e reparação pública. O gesto da atriz é permeado por emoção e astúcia (Benjamin, 2007); armas espirituais. As quebras épicas lidam com comentários acerca do ethos atual; mas, não de forma pura: há dialéticas e convivências de opostos em uma linguagem que flerta com o barroco, carregada de fantasmas. Referências bibliográficas: COMISSÃO DE FAMILIARES DE MORTOS E DESAPARECIDOS POLÍTICOS, INSTITUTO DE ESTUDO DA VIOLÊNCIA DO ESTADO – IEVE GRUPO TORTURA NUNCA MAIS – RJ E PE, 2023 Disponível em: https://documentosrevelados.com.br/wp-content/uploads/2023/08/DOSSIE_DOS_MORTOS_E_DESAPARECIDOS_POLITI.pdf CORAL, Mariana Cesar. (Mariana Corale). Uma mirada solar ao sul: relato do processo de criação da dramaturgia e encenação da peça de agitação Soledad. Urdimento– Revista de Estudos em Artes Cênicas, Florianópolis, v. 2, n. 44, set. 2022. BENJAMIN, Walter. Origem do drama trágico alemão. Tradução de João Barrento. Belo Horizonte: Autêntica, 2011. BENJAMIN, Walter. Passagens. Tradução de Irene Aron e Cleonice Paes Barreto Mourão. Belo Horizonte/São Paulo: Editora UFMG/Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2007. POLLACK, Michael. Memória, esquecimento, silêncio. Estudos Históricos - IPHAN de Cultura Imaterial, Rio de Janeiro, v. 2, n. 3, 1989, p. 3-15. . .

Título do Evento: XIV Jornada Internacional Atuação e Presença - Simpósio Reflexões Cênicas Contemporâneas - 2025
Cidade do Evento: Campinas
Título dos Anais do Evento: Anais do Simpósio Reflexões Cênicas Contemporâneas
Nome da Editora: Even3
Meio de Divulgação: Meio Digital

Como citar

CORALE, Mariana. IMAGENS ALEGÓRICAS, DRAMATURGIA SOLAR E O CORPO-PROFETA EM SOLEDAD: PEÇA DE AGITAÇÃO.. In: Anais do Simpósio Reflexões Cênicas Contemporâneas. Anais...Campinas(SP) UNICAMP, 2025. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/simposiolume2025/1062297-IMAGENS-ALEGORICAS-DRAMATURGIA-SOLAR-E-O-CORPO-PROFETA-EM-SOLEDAD--PECA-DE-AGITACAO. Acesso em: 10/09/2025