ARTE RUPESTRE X GRAFITES DE POMPÉIA: DISCURSOS SOBRE DESEJO E PODER

Publicado em 24/02/2021 - ISBN: 978-85-5722-038-6

Título do Trabalho
ARTE RUPESTRE X GRAFITES DE POMPÉIA: DISCURSOS SOBRE DESEJO E PODER
Autores
  • Carolina da Rocha Lima Borges
Modalidade
Resumo
Área temática
Tema Geral - Subtema 2: Documentação, conservação e restauração (Documentação da arquitetura / Análise e restauração de estruturas do patrimônio arquitetônico / Conservação preventiva e prevenção de risco / Arquitetura em terra, em pedra e em madeira / Arquitetura vernacular / Fortificações e patrimônio militar / Patrimônio religioso / Patrimônio arqueológico e arte rupestre / Patrimônio cultural subaquático / Pinturas murais / Vitrais / Patrimônio do Século XX / Patrimônio industrial)
Data de Publicação
24/02/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/simposioicomos2020/243384-arte-rupestre-x-grafites-de-pompeia--discursos-sobre-desejo-e-poder
ISBN
978-85-5722-038-6
Palavras-Chave
arte rupestre, grafismo parietal, arte romana, grafite, pichação
Resumo
Os desenhos e escritos em paredes urbanas, especialmente aqueles feitos sem autorização, constituem registros importantes para o conhecimento da cultura e dos anseios de uma sociedade. Os primeiros registros desse tipo de manifestações que temos conhecimento, os desenhos do período paleolítico, se apresentam como expressões simbólicas e representações de desejos próprios daquelas sociedades. A ideia era que, ao desenhar uma situação desejada, como por exemplo, um bisão sendo atravessado por uma lança, a tal situação seria, de certo modo, “antecipada” – que no caso, era a captura de uma presa forte e selvagem. Essa era uma maneira de celebração do heroísmo do caçador, além da ideia subjacente, ainda que subjetiva, de “controle” sobre uma natureza hostil. Ao expressar uma vontade por meio do desenho, fazendo com que o sujeito se identifique como um ser social, esses grafismos constituem-se nas primeiras formas de manifestação artística do homem e nos primeiros indícios da construção de uma consciência propriamente humana. Nessa situação, a consciência do desejo estaria relacionada com a ideia liberdade – liberdade enquanto consciência da necessidade. A expressão do desejo, muitas vezes associada à ideia de poder, era também indicada pelos órgãos sexuais masculinos, seja no homem ou no animal, enquanto símbolo da virilidade. Essa associação do sexo com o poder irá aparecer em outros períodos da história com sentidos semelhantes. Na Roma antiga, por exemplo, especialmente na cidade de Pompéia, verificamos na arte cotidiana essa abordagem do sexo enquanto manifestação de um poder e de dominação. Como dito anteriormente, entendemos que a arte fora dos circuitos “oficiais”, a dita arte subversiva, é uma fonte importante de conhecimento sobre o modo de vida de uma sociedade. Esses registros do período romano sugerem que a virilidade não era apenas um acontecimento sexual, era uma virtude política. Os indivíduos e as organizações sociais eram regidos por princípios de vigor e fecundidade, e a imagem de virilidade manifestará menos a ideia de desejo do que a expressão de uma sociedade guerreira que tinha o objetivo de conquistar o mundo. Assim, dizemos que, como no período paleolítico, a regra era não se deixar submeter. No séc. XX, essas expressões mantém o seu caráter subversivo e de manifestação de anseios e insatisfações, passando a existir categorias e diferenças quanto à sua natureza, materiais empregados, grau de elaboração e até autorização pública, inclusive com remuneração. Tais diferenças, que são indicadas pelos termos “grafite” e “pichação”, passam a expressar modos de discursos com características globalizadas e também de caráter local. Trataremos então, para finalizar, da análise dessas expressões contemporâneas no Brasil enquanto representação de desejos e de poder, e no modo com que tais registros manifestam características propriamente humanas, já que possuem raízes na pré história.
Título do Evento
4º Simpósio Científico do ICOMOS Brasil e 1º Simposio Científico ICOMOS/LAC
Título dos Anais do Evento
Anais do 4º Simpósio Científico do ICOMOS Brasil
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

BORGES, Carolina da Rocha Lima. ARTE RUPESTRE X GRAFITES DE POMPÉIA: DISCURSOS SOBRE DESEJO E PODER.. In: Anais do 4º Simpósio Científico do ICOMOS Brasil. Anais...Belo Horizonte(MG) Rio de Janeiro, 2020. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/simposioicomos2020/243384-ARTE-RUPESTRE-X-GRAFITES-DE-POMPEIA--DISCURSOS-SOBRE-DESEJO-E-PODER. Acesso em: 02/05/2025

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