A CIDADE COMO PASSE-PARTOUT CULTURAL: TENSÕES ENTRE TURISMO, CONSUMO E PATRIMÔNIO

Publicado em 24/02/2021 - ISBN: 978-85-5722-038-6

Título do Trabalho
A CIDADE COMO PASSE-PARTOUT CULTURAL: TENSÕES ENTRE TURISMO, CONSUMO E PATRIMÔNIO
Autores
  • Aline Stefania Zim
Modalidade
Resumo
Área temática
Tema Geral - Subtema 3: Patrimônio urbano, paisagens culturais e meio-ambiente (Conservação Urbana / Paisagens culturais / Rotas culturais / Turismo cultural / Energia e sustentabilidade / Mudanças climáticas)
Data de Publicação
24/02/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/simposioicomos2020/243319-a-cidade-como-passe-partout-cultural--tensoes-entre-turismo-consumo-e-patrimonio
ISBN
978-85-5722-038-6
Palavras-Chave
Culturalismo de mercado, consumo, patrimônio cultural
Resumo
A cidade como passe-partout cultural: tensões entre gestão e mercado em tempos de Covid19 O skyline de São Paulo se revelou nas últimas semanas de quarentena pela Covid-19. O céu azul é uma imagem dialética. A ausência da poluição atmosférica revela que a redução nas emissões de gases poluentes: sugere o colapso econômico eminente. O combustível do capitalismo, o consumo de massas, está suspenso, afetando a rede planetária do sistema financeiro. A cidade que conhecemos está em profunda crise, pois ela não dá conta de salvaguardar o seu bem fundamental, o habitante. Refém das cadeias produtivas planetárias, a gestão urbana se torna agenciadora de negócios, ampliando a concentração de renda, a desigualdade social e o consumo irresponsável. A cultura, nesse contexto, é mais um artifício dos grandes investidores para sustentar os modos de produção; nessa lógica, as cidades devem se tornar competitivas e lucrativas. Na crítica ao atual culturalismo de mercado, Otília Arantes aponta que, na idade da informação, há o reencontro glamouroso entre a cultura e o capital, onde o arquiteto e urbanista é o novo promotor cultural, custe o que custar. A conservação do patrimônio resiste e ao mesmo tempo cede aos efeitos predatórios do capitalismo. Sob a aparência da “articulação” entre a iniciativa pública e privada, ou entre o poder local e os interesses da sociedade civil, afirma-se a ideia do crescimento econômico como solução ampla para todos os problemas da cidade contemporânea, acima da conservação do patrimônio – ou pior ainda, a partir dele. Assim como outras cidades brasileiras, São Paulo se tornou um experimento da modernidade, articulado às redes planetárias hiperconectadas do culturalismo de mercado. Instituem-se pacotes estratégicos culturalistas, em geral importados, para tornar a cidade mais competitiva diante dos desafios da globalização. Sendo o espetáculo uma forma de controle social, o regionalismo torna-se uma isca cultural para atrair bons investidores. Como resultado, o patrimônio torna-se um espaço de negociação, um passe-partout cultural, emparelhando as novas fórmulas de sucesso. O ensaio propõe uma discussão tensionada entre a gestão cultural do patrimônio, a gestão ambiental e o culturalismo de mercado, a partir da imagem dialética do céu limpo de São Paulo em quarentena pela Covid-19. O skyline paulistano, ícone da maior cidade do país, pode assim ser desvelado, assim como as estruturas de poder que sustentam o que entendemos como modernidade. Se o equilíbrio ambiental está condicionado ao colapso dos sistemas poluentes, estamos num impasse crítico de direções contrárias para a cidade sustentável: ou se reinventam os sistemas de produção ou entramos num colapso ambiental. A sustentabilidade econômica é um tema complexo que não depende da livre competição entre os setores produtivos. Sabemos que nessa corrida competitiva, muitos perderão o direito à cidade, principalmente no Brasil, onde a desigualdade social é a regra.
Título do Evento
4º Simpósio Científico do ICOMOS Brasil e 1º Simposio Científico ICOMOS/LAC
Título dos Anais do Evento
Anais do 4º Simpósio Científico do ICOMOS Brasil
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

ZIM, Aline Stefania. A CIDADE COMO PASSE-PARTOUT CULTURAL: TENSÕES ENTRE TURISMO, CONSUMO E PATRIMÔNIO.. In: Anais do 4º Simpósio Científico do ICOMOS Brasil. Anais...Belo Horizonte(MG) Rio de Janeiro, 2020. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/simposioicomos2020/243319-A-CIDADE-COMO-PASSE-PARTOUT-CULTURAL--TENSOES-ENTRE-TURISMO-CONSUMO-E-PATRIMONIO. Acesso em: 18/07/2025

Trabalho

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