PORTO MARAVILHA: A IMAGEM DA CRISE DA CIDADE

Publicado em 24/02/2021 - ISBN: 978-85-5722-038-6

DOI
10.29327/130141.242173  
Título do Trabalho
PORTO MARAVILHA: A IMAGEM DA CRISE DA CIDADE
Autores
  • Claudio Antônio Santos Lima Carlos
Modalidade
Resumo
Área temática
TEMA ESPECÍFICO: PATRIMÔNIO E CRISE
Data de Publicação
24/02/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/simposioicomos2020/242173-porto-maravilha--a-imagem-da-crise-da-cidade
ISBN
978-85-5722-038-6
Palavras-Chave
Patrimônio Cultural, conservação urbana, planejamento urbano
Resumo
Pretende-se avaliar os impactos até agora gerados pelo Porto Maravilha, nos conjuntos de obras modestas protegidos pela Área de Proteção do Ambiente Cultural dos bairros da Saúde, Gamboa, Santo Cristo e parte do Centro (APAC-Sagas), incluída na Área de Especial Interesse Urbanístico (AEIU) estabelecida pelo projeto de conservação urbana, em 2009. O artigo se propõe a identificar a atual situação de ocupação e conservação de cerca de 140 imóveis protegidos, situados em área diretamente servida por trecho de um dos percursos do VLT, localizado nas adjacências da Praça Coronel Assunção, que inclui importantes Centros de Bairros locais. Considera-se a crise econômica que se abateu sobre o país, especialmente o Rio de Janeiro, após as Olimpíadas, de 2016, que impôs um quadro contraditório à prometida conservação da área. O Projeto Porto Maravilha, grosso modo, induziu à radical verticalização da retro área portuária (até agora muito distante dos objetivos traçados), por intermédio do instrumento da outorga onerosa; propôs o tratamento paisagístico da Avenida Rodrigues Alves (Boulevard Olímpico) e Praça Mauá, destacando o uso cultural em novos museus e nos armazéns originais, a restauração de monumentos, a conexão viária dos bairros protegidos à Área Central, por VLT, dentre outros. No entanto, não previu medidas efetivas de conservação dos conjuntos arquitetônicos da APAC-Sagas, tampouco de mitigação dos efeitos provenientes da gentrificação. A adesão da governança da cidade, desde os anos 1990, ao planejamento estratégico, flexível e amigável ao mercado, agravou o desprezo pela conservação das áreas urbanas protegidas, bem como de seus tecidos sociais. No caso do Porto Maravilha, projeto calcado nessas diretrizes, a conservação de arquiteturas modestas e o estímulo ao uso residencial foram desprezados, submetendo-os às regras de mercado, o que, até o momento, gera efeitos contrários à pretensa conservação da AEIU. Por outro lado, a glamourização da economia de mercado e o surgimento do pensamento único das cidades, inerentes ao planejamento estratégico e definidos como matriz conceitual do Porto Maravilha, também incluiu a cultura como um importante elemento estratégico. Ela surge como uma convincente âncora identitária da renovação urbanística proposta, produzindo imagens renovadas da área considerada degradada. Essa visão não inclui os conjuntos urbanos, tampouco populações tradicionais, restringindo-se à priorização da conservação de monumentos e construção de projetos âncora de equipamentos culturais, especialmente museus, que assumem importância estratégica e contribuem para o apoio e entusiasmo da população da cidade, em geral. São os casos do Museu do Amanhã, projetado por Santiago Calatrava, e do Museu de Arte do Rio, o MAR, situados na Praça Mauá, cujos futuros se encontram também incertos perante a atual crise econômica e administrativa.
Título do Evento
4º Simpósio Científico do ICOMOS Brasil e 1º Simposio Científico ICOMOS/LAC
Título dos Anais do Evento
Anais do 4º Simpósio Científico do ICOMOS Brasil
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital
DOI

Como citar

CARLOS, Claudio Antônio Santos Lima. PORTO MARAVILHA: A IMAGEM DA CRISE DA CIDADE.. In: Anais do 4º Simpósio Científico do ICOMOS Brasil. Anais...Belo Horizonte(MG) Rio de Janeiro, 2020. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/simposioicomos2020/242173-PORTO-MARAVILHA--A-IMAGEM-DA-CRISE-DA-CIDADE. Acesso em: 16/07/2025

Trabalho

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