CINETOSE EM CRIANÇAS E SEUS TRATAMENTOS: REVISÃO DE LITERATURA

Publicado em 30/03/2024 - ISBN: 978-65-272-0381-0

Título do Trabalho
CINETOSE EM CRIANÇAS E SEUS TRATAMENTOS: REVISÃO DE LITERATURA
Autores
  • Letícia Daiana Freitas da Silva
  • Diana Babini Lapa de Albuquerque Britto
Modalidade
Resumo expandido
Área temática
Audiologia Clínica e Equilibriometria
Data de Publicação
30/03/2024
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/simfono-1-simposio-de-fonoaudiologia-da-usm-407876/778475-cinetose-em-criancas-e-seus-tratamentos--revisao-de-literatura
ISBN
978-65-272-0381-0
Palavras-Chave
Cinetose, crianças, reabilitação vestibular
Resumo
INTRODUÇÃO: A cinetose conceituada como o enjoo do movimento apresenta como característica principal a intolerância do indivíduo ao movimento, devido ao conflito sensorial entre os sistemas visual, proprioceptivo e vestibular. A síndrome do movimento ocorre mais comumente em crianças com idade entre seis a dez anos que estão expostas ao movimento real ou aparente, bem como as sujeitas à aceleração de baixa frequência. Esse transtorno sensorial apresenta como sinais e sintomas: cefaléia, náuseas, vômitos, sudorese fria e palidez, resultantes de estímulos de movimentos não habituais. Com relação à vida social, o distúrbio vestibular pode afetar as atividades de vida diária e levar a prejuízo cognitivo e isolamento social, impactando negativamente diferentes aspectos do desenvolvimento, bem como na questão emocional, psicológica e social. A teoria mais aceita sobre os fatores etiológicos, é a denominada de teoria do conflito de incompatibilidade sensorial, que por sua vez descreve a causa da ocorrência é devido a incompatibilidade entre o movimento assinalado pela visão e o padrão de sinais esperados pelo sistema vestibular, tendo como base a experiência prévia de movimento. OBJETIVO: Descrever os exames realizados e os principais tratamentos em crianças com cinetose. MÉTODO: Refere-se a revisão integrativa de literatura, feita entre os meses de julho e novembro de 2023, baseando-se na seguinte pergunta norteadora: “Quais são os principais exames realizados e tratamentos feitos em crianças que apresentam cinetose?” Para a realização da triagem dos artigos, as bases de dados usadas foram: Biblioteca Virtual em Saúde - BVS, SciElo, ScienceDirect e Google acadêmico. As chaves de buscas utilizadas, foram as seguintes: “Newborn OR Infant OR Children ” AND “Vestibular diseases OR Labyrinth diseases OR Diseases, vestibular” AND “Motion sickness OR Space motions sickness”, conforme os descritores obtidos a partir da plataforma dos Descritores de Ciência em Saúde - DeCS. O estudo apresentou como critério de inclusão: a descrição de pacientes humanos infantis e submetidos à realização de exames para cinetose. Entretanto, teve como critério de exclusão: revisão de literatura; capítulos de livros; estudos envolvendo adultos com outras patologias associadas; Trabalhos de Conclusão de curso, dissertações e teses e estudos que estavam fora do critério de elegibilidade. RESULTADOS: As revisoras, de maneira independente, realizaram a extração dos dados artigos a partir do formato digital deles, levando em conta alguns critérios sendo eles: o título do artigo, nomes dos autores, ano de publicação, país, tipo de estudo, objetivo do estudo, tamanho da amostra, faixa etária e sexo do grupo estudado, os parâmetros utilizados para realização dos exames para disfunções vestibulares, principais resultados e conclusões. Com o intuito de condensar as informações dos artigos incluídos neste estudo, os dados extraídos foram compilados de forma descritiva em uma tabela previamente elaborada, que tinha por objetivo facilitar na identificação, organização e reformulação das categorizações temáticas. Após a busca, foram encontrados 5.389 artigos. Em seguida da leitura dos títulos e resumos, a exclusão das duplicatas e dos artigos que não condizem com os critérios de elegibilidade, restaram cinco artigos para a realização da revisão. Após a análise de todos os estudos incluídos nesta revisão, seis artigos. Todos os estudos foram publicados entre os anos de 2002 e 2021, sendo todos da América do Sul. A idade mínima relatada entre os pacientes foi de quatro anos e a máxima foi de 15 anos. Os participantes presentes nos estudos eram de ambos os sexos. Em relação ao processo de realização dos exames, os artigos relataram o uso de questionários como: motion sickness questionnaire short form - MSSQ, Motion Sickness A – MSA. Além da utilização de provas de função vestibular, incluíram a eletronistagmografia e a prova rotatória pendular decrescente - PRPD, que foram realizados isoladamente ou em conjunto, na dependência da colaboração e idade da criança. Os questionários eram aplicados com o formato de entrevista direta e individual com o escolar, onde eram quantificados o número e duração das crises de tonturas ou episódios de cinetose. Com relação ao processo de tratamento, os artigos descreveram a utilização de reabilitação vestibular, adaptada e modificada do método por Cawthorne & Cooksey, no qual por sua vez incluíam exercícios com movimentos de olhos e cabeça, fixação do olhar, marcha e jogos com bola. Os exercícios deveriam ser realizados diariamente, duas vezes ao dia, por dez vezes cada um, durante 60 dias. DISCUSSÃO: O presente estudo destaca que o Mal Estar por Movimento é maior à medida que a idade avança, sendo as crianças mais novas mais suscetíveis, seguidas pelas mais velhas. Uma possível explicação para a variação na suscetibilidade à cinetose pode estar relacionada à dificuldade das crianças em relatar seus sintomas e à sub identificação por parte dos pais. Este estudo destaca a necessidade de abordagens mais eficazes para compreender e tratar a cinetose nessa faixa etária, principalmente em relação às metodologias de avaliação. Além disso, a pesquisa revela que alterações vestibulares podem impactar negativamente o desenvolvimento motor e influenciar habilidades como fala, leitura, escrita e o processo de aprendizagem das demais áreas do conhecimento, como matemática. A manutenção da estabilidade postural durante atividades como a leitura pode ser desafiadora para crianças com alterações vestibulares, destacando a importância de estratégias de intervenção adequadas. Com relação ao processo de reabilitação, é importante destacar que recuperação mais efetiva em crianças em comparação com adultos, evidenciando a plasticidade neuronal durante a infância, além de que deve destacar a complexidade da cinetose e a necessidade contínua de acompanhamento e intervenção. Somado a isso, deve-se ressaltar que a frequência de cinetose como uma queixa significativa em crianças vestibulopatas, limitando sua participação em brincadeiras que envolvem movimentos, como rotação. Outro ponto importante, é a eficácia e a eficiência da reabilitação vestibular, evidenciada pela melhora substancial da cinetose em todas as crianças que apresentaram esse sintoma como queixa única. Esses resultados corroboram achados anteriores e destacam a importância de abordagens terapêuticas específicas para a cinetose em crianças, visando melhorar sua qualidade de vida e participação em atividades cotidianas. CONCLUSÃO: Os achados revelaram que crianças de onze anos de idade exibiram uma média mais elevada no Índice de Suscetibilidade à Cinetose, dessa forma, torna-se imperativo que os profissionais de saúde dediquem uma atenção especial ao equilíbrio infantil, dada a influência significativa das alterações vestibulares no desenvolvimento. A necessidade de avaliação e reabilitação vestibular na infância é evidente, não apenas na prática fonoaudiológica, mas também em outras áreas da saúde envolvidas nessa temática. Acredita-se que a intervenção de fonoaudiólogos, fisioterapeutas e fisiatras pode trazer inúmeros benefícios para crianças com cinetose, especialmente aquelas que apresentam queixas como atordoamento e náuseas, que demonstraram uma associação estatisticamente significativa com dificuldades em leitura e cópia. Somado a isso, pontua-se que a reabilitação vestibular é altamente recomendável para crianças com vestibulopatias, desde que sejam previamente investigadas e diagnosticadas corretamente. Em casos de cinetose pura, a reabilitação vestibular se apresenta como o tratamento de primeira escolha, oferecendo perspectivas promissoras para o manejo eficaz desse desafio de saúde.
Título do Evento
SIMFONO - 2º Simpósio de Fonoaudiologia da USM
Cidade do Evento
Recife
Título dos Anais do Evento
1º Simpósio de Fonoaudiologia da UniSãoMiguel
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

SILVA, Letícia Daiana Freitas da; BRITTO, Diana Babini Lapa de Albuquerque. CINETOSE EM CRIANÇAS E SEUS TRATAMENTOS: REVISÃO DE LITERATURA.. In: . Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/simfono-1-simposio-de-fonoaudiologia-da-usm-407876/778475-CINETOSE-EM-CRIANCAS-E-SEUS-TRATAMENTOS--REVISAO-DE-LITERATURA. Acesso em: 03/05/2025

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