CÂNCER DE COLO DE ÚTERO: REGIÃO NORTE E EPIDEMIOLOGIA ENTRE 2021-2023.

Publicado em 15/04/2025 - ISBN: 978-65-272-0809-9

Título do Trabalho
CÂNCER DE COLO DE ÚTERO: REGIÃO NORTE E EPIDEMIOLOGIA ENTRE 2021-2023.
Autores
  • Beatryce Sales Santos
  • Rayanne Felix Matos
  • JANAINA NASCIMENTO DIAS
  • Camilly Campos Vasconcelos
  • Giovanna alves de souza
  • Nathallya Castro Monteiro Alves
Modalidade
Trabalho Científico
Área temática
Eixo V - Outros temas relacionados
Data de Publicação
15/04/2025
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/seminario-internacional-resm-lp-442281/861779-cancer-de-colo-de-utero--regiao-norte-e-epidemiologia-entre-2021-2023
ISBN
978-65-272-0809-9
Palavras-Chave
Neoplasias do Colo do Útero, Epidemiologia, Papillomavirus Humano.
Resumo
INTRODUÇÃO O câncer é caracterizado pelo crescimento anormal de células, podendo originar-se em qualquer órgão ou estrutura do corpo, sendo composto por células que perderam a capacidade de parar de crescer, tratando-se do câncer do colo de útero, esse crescimento anormal ocorre na região inferior do útero, podendo se espalhar por tecidos próximos e distantes. O câncer do colo de útero continua sendo uma das principais causas de morte em todo o mundo. No Brasil, excluindo o câncer de pele não melanoma, o câncer do colo do útero é a terceira neoplasia primária mais comum entre as mulheres. Na maioria dos casos, essa doença não apresenta sintomas, mas pode causar sangramento vaginal durante relações sexuais, corrimento vaginal com odor desagradável e escuro, além de, em estágios avançados, provocar hemorragia, obstrução das vias urinárias e intestinais (OKYERE et al., 2024; ROY; SAIKIA, 2016; SILVA et al., 2020) . É principalmente causada por infecção persistente com subtipos oncogênicos (16 e 18, representando respectivamente 50% e 10% dos casos) do Papilomavírus Humano (HPV), que é transmitido sexualmente. Essa infecção é responsável por cerca de 70% dos casos de câncer do colo de útero. A prevenção primária envolve o uso de preservativos, vacinação contra o HPV e promoção da saúde. A prevenção secundária, ou detecção precoce, é realizada por meio do exame citopatológico (popularmente conhecido como exame de Papanicolau), reconhecido como o método mais eficaz, acessível e econômico, sendo popularmente referido como exame preventivo. Esse procedimento envolve a coleta de células do colo do útero e da vagina, permitindo tanto a prevenção secundária quanto o diagnóstico, já que identifica lesões pré-cancerosas e câncer em estágio inicial. Quando realizado regularmente, o Papanicolau contribui significativamente para a diminuição da ocorrência e mortalidade do câncer de colo de útero. De acordo com o Ministério da Saúde, mulheres entre 25 e 59 anos, ou mais jovens que iniciaram a vida sexual, devem fazer o exame anualmente. Após dois resultados negativos consecutivos para displasia ou neoplasia de colo uterino, a frequência do exame passa a ser a cada três anos. Estudos indicam que um resultado negativo reduz substancialmente o risco de desenvolvimento da doença nos cinco anos seguintes (DAVIM et al., 2005; LOPES; RIBEIRO, 2019). O panorama atual do câncer de colo de útero na região norte do Brasil é de extrema importância devido à sua alta prevalência e impacto na saúde das mulheres. Além disso, a região norte do Brasil pode enfrentar desafios adicionais devido às condições socioeconômicas, como a falta de infraestrutura de saúde adequada e acesso limitado a serviços médicos (QUEIROZ et al., 2023). OBJETIVO Analisar os dados epidemiológicos do câncer de colo de útero da região norte do Brasil nos anos de 2021 a 2023. METODOLOGIA Estudo epidemiológico descritivo, transversal e quantitativo, desenvolvido a partir de dados coletados por meio da plataforma DataSUS no período de 2021 a 2023, composto pelo público feminino com diagnóstico de câncer de colo de útero da região Norte do Brasil. As variáveis utilizadas no estudo foram: Estados da região Norte, número de casos, faixa etária e laudo citopatológico (CID 10 - Z12.4). Para realização da análise dos dados utilizou-se o Microsoft Excel 2019, no qual os resultados foram organizados em tabelas e apresentados em forma de gráficos. De acordo com as diretrizes estabelecidas pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS) nas Resolução 466/2022 e 510/2016, a submissão ao sistema CEP (Comitê de Ética e Pesquisa) e o CONEP (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa) não foi considerada necessária, uma vez que as informações utilizadas eram de domínio público. RESULTADOS E DISCUSSÃO O câncer de colo uterino é a terceira neoplasia primária mais comum entre as mulheres no Brasil. No eixo temporal compreendido entre 2021-2023 o Brasil contabilizou 36.370 casos de câncer de colo uterino na região Norte, sendo o estado do Pará com 13.920 casos (38,27%) o mais acometido, seguido por 11.999 casos (32,99%) no Amazonas, 3.776 casos (10,38%) em Tocantins, 2.551 (7,01%) casos em Rondônia, 1.957 casos (5,38%) em Roraima, 1.917 casos (5,27%) no Acre e 260 casos (0,71%) no Amapá. A faixa etária dos 30 anos despontou com 4.960 casos, conforme figura 1, sendo deste, 1.911casos (38,53%) no Pará, 1.631 casos (32,88%) no Amazonas, 550 casos (11,08%) em Tocantins, 327 casos (6,59%) de Rondônia, 267 casos (5,38%) no Acre, 248 casos (5%) em Roraima e 27 casos (0,54%) no Amapá. O laudo citopatológico registrou 1.377.577 exames, destacando-se 11.012 casos de ASC-H (que significa células escamosas atípicas, que não permitem descartar uma lesão de alto grau) e 15.328 casos de lesão intraepitelial de baixo grau, que de acordo com estudos é comumente identificada nos resultados dos exames citopatológicos, estando fortemente correlacionada com a infecção pelo HPV. Esses resultados são significativos, pois indicam uma prevalência notável de anormalidades celulares que podem estar associadas a condições pré-cancerosas ou mesmo cancerosas, exigindo atenção especial no manejo clínico (DOS SANTOS LAGO et al., 2022). Observa-se uma distribuição desigual entre os estados da região Norte, com destaque para o Pará e o Amazonas, que juntos concentram 71,41% dos casos (1.911 e 1.631, respectivamente). Este padrão é corroborado por Queiroz et al. (2023) e Okyere et al. (2024), que identificaram que a faixa etária entre 35 e 44 anos também apresenta alta incidência, especialmente nos estados do Amazonas e Pará, que têm se destacado nos últimos sete anos com as maiores taxas de incidência da região. CONCLUSÃO Com base nos resultados e discussão apresentados, fica evidente que o câncer de colo uterino representa um problema significativo de saúde pública, especialmente na região Norte do Brasil. Os dados revelam uma alta incidência da doença, com o estado do Pará liderando em número de casos seguido pelo Amazonas. A faixa etária mais afetada é entre 35 e 44 anos, o que está em linha com estudos anteriores. Os dados citopatológicos complementam essa análise, mostrando um número significativo de exames realizados, que identificaram casos de células escamosas atípicas e lesões intraepiteliais de baixo grau, frequentemente associadas à infecção pelo HPV, destacando assim, a necessidade de vigilância contínua e tratamento precoce para reduzir a incidência e a progressão da doença. Esses achados reforçam a importância de programas de rastreamento e educação sobre saúde sexual e reprodutiva, bem como o acesso facilitado a exames preventivos e vacinação contra o HPV. REFERÊNCIAS DOS SANTOS LAGO, K. et al. Perfil dos exames citopatológicos do colo do útero de mulheres residentes no estado de Minas Gerais. HU Revista, v. 48, n. 1, p. 1–9, 2022. DATASUS. SISCAN - Cito do colo - Por pacientes - Brasil. Disponível em: <http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/dhdat.exe?SISCAN/cito_colo_pacbr.def>. DAVIM, R. M. B. et al. Conhecimento de mulheres de uma Unidade Básica de Saúde da cidade de Natal/RN sobre o exame de Papanicolau. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 39, n. 3, p. 296–302, 2005. LOPES, V. A. S.; RIBEIRO, J. M. Cervical cancer control limiting factors and facilitators: A literature review. Ciencia e Saude Coletiva, v. 24, n. 9, p. 3431–3442, 2019. OKYERE, J. et al. Cervical cancer screening among women with comorbidities: evidence from the 2022 Tanzania demographic and health survey. BMC Public Health, v. 24, n. 1, p. 1093, 2024. ROY, P. S.; SAIKIA, B. J. Cancer and cure: A critical analysis. Indian Journal of Cancer, v. 53, n. 3, p. 441–442, 1 jul. 2016. SILVA, M. L. et al. Conhecimento de mulheres sobre câncer de colo do útero: Uma revisão integrativa. Brazilian Journal of Health Review, v. 3, n. 4, p. 7263–7275, 2020.
Título do Evento
Seminário Internacional da RESM-LP
Cidade do Evento
Manaus
Título dos Anais do Evento
Anais do Seminário Internacional da RESM-LP: Núcleo Amazonas
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

SANTOS, Beatryce Sales et al.. CÂNCER DE COLO DE ÚTERO: REGIÃO NORTE E EPIDEMIOLOGIA ENTRE 2021-2023... In: Anais do Seminário Internacional da RESM-LP: Núcleo Amazonas. Anais...Manaus(AM) UDDAE - ESA/UEA, 2024. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/seminario-internacional-resm-lp-442281/861779-CANCER-DE-COLO-DE-UTERO--REGIAO-NORTE-E-EPIDEMIOLOGIA-ENTRE-2021-2023. Acesso em: 05/07/2025

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