O USO DE TECNOLOGIAS LEVES NO ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Publicado em 15/04/2025 - ISBN: 978-65-272-0809-9

Título do Trabalho
O USO DE TECNOLOGIAS LEVES NO ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Autores
  • Kathleen Rodrigues Ribeiro
  • Kassia Manuele Dutra
  • Gleiv Aparecida Dos Santos Rebolças
  • Alzicleide De Oliveira Freitas
  • Milaine Nunes Gomes Vasconcelos
  • Maria do Livramento Coelho Prata
Modalidade
Trabalho Científico
Área temática
Eixo II: Formação profissional na área da saúde da mulher
Data de Publicação
15/04/2025
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/seminario-internacional-resm-lp-442281/860237-o-uso-de-tecnologias-leves-no-enfrentamento-a-violencia-obstetrica--relato-de-experiencia
ISBN
978-65-272-0809-9
Palavras-Chave
Saúde da mulher; Gravidez; Violência obstétrica; Educação em saúde
Resumo
Introdução: A violência obstétrica (VO) é uma questão de saúde pública que vem sendo discutida desde 1980, no entanto, foi na década que 90, por meio de um grande movimento de ativistas que se mostravam contrários à medicalização do parto e à assistência sem evidência científica que esse termo ganhou mais destaque (Flores; Neto, 2023). A VO atinge mulheres de todas as nacionalidades, idades, raças e classes sociais, sendo as mulheres negras, de baixa escolaridade e com baixo poder aquisitivo as mais afetadas. (Saraiva; Campos, 2023). Define-se por violência obstétrica, toda e qualquer assistência praticada por profissionais de saúde em instituições públicas ou privadas, que possam ferir os direitos da mulher. Há distintas formas de VO, dentre elas, abusos, maus tratos, desrespeitos, negligência, violência física, verbal ou sexual, que podem causar danos por vezes irreversíveis, inclusive podendo levar ao óbito (Lansky et al., 2019). A Organização Mundial de Saúde (OMS) e Ministério da Saúde (MS) elaboraram várias estratégias na perspectiva de minimizar e quiçá erradicar a VO, dentre elas, o uso de tecnologias leves, como a educação em saúde durante as consultas de pré-natal. A educação em saúde traz grandes contribuições no enfrentamento à VO, visto que ao compartilhar saberes e conscientizar as gestantes e seus acompanhantes sobre a temática, é possível aumentar os conhecimentos das gestantes podendo proporcionar melhores experiências durante todo processo do parto e nascimento (Zanardo et al., 2017). Nesse sentido, o projeto de extensão “Violência Obstétrica: educação em saúde para gestantes e acompanhantes”, surge com a proposta de integrar e aproximar a academia com a comunidade através da educação em saúde, compartilhando saberes, valorizando à mulher, promovendo o autocuidado, buscando empondera-las para que o processo gravídico puerperal seja livre de maus tratos. Sendo assim, o objetivo deste estudo é relatar a experiência de integrantes de um projeto de extensão com o uso de educação em saúde como ferramenta no enfrentamento à VO. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência das vivências e ações desenvolvidas no período de outubro de 2023 a fevereiro de 2024, em uma Unidade Básica de Saúde de Manaus. As ações foram realizadas utilizando tecnologia leve como educação em saúde. As gestantes eram convidadas a participar dos encontros durante as consultas de pré-natal e/ou quando estavam na sala de espera. A equipe solicitava um contato telefônico para notificá-las dos encontros. Próximo as datas dos encontros uma integrante do projeto informava as participantes para confirmar sua presença e de seu acompanhante. Durante os encontros eram realizadas rodas de conversas utilizando metodologias ativas, essa prática aproximava mais as participantes e possibilitava maior interação entre elas e com a equipe do projeto. As temáticas eras discutidas a partir do conhecimento que as participantes tinham, sendo sempre complementadas com os saberes da equipe. Resultados e discussão: As ações foram realizadas buscando difundir as políticas voltadas à saúde materna e neonatal com ênfase na prevenção da VO. No entanto, a equipe de extensão enfrentou algumas dificuldades para a implementação do projeto, sendo a adesão das participantes a maior delas. Participaram do projeto um total de 20 gestantes e dois acompanhantes, contudo a participação não se deu de forma efetiva em todos os encontros. Na semana que seria realizado o encontro, a equipe notificava as gestantes via WhatsApp, elas por sua vez, confirmavam sua presença, mas nem sempre compareciam. Todavia, as que compareciam, participavam ativamente compartilhando suas experiências e incertezas; sanando suas dúvidas, questionando sobre os temas e principalmente sobre seus direitos na hora do parto. Percebe-se que até mesmo as gestantes mais experientes expressavam suas dúvidas, medos e incertezas. Nos diálogos notava-se muitas trocas positivas, mas as negativas foram predominantes, principalmente com questões inerentes à assistência no trabalho de parto. As primigestas por sua vez, demonstravam mais apreensivas e questionavam com a equipe sobre o trabalho de parto. Essas trocas certamente tornaram os encontros mais produtivos. Estudo de Guimarães e Araújo (2023), evidenciam que essa troca de saberes possibilita a conscientização da comunidade para o enfrentamento das questões de saúde de forma autônoma e participativa, empoderando a sociedade, tornando-se uma importante ferramenta para a promoção da saúde, redução de desigualdades e acesso aos serviços de saúde. Por outro lado, a participação dos acompanhantes ocorreu de forma incipiente, tendo apenas um parceiro de uma gestante primigesta que se demonstrou bastante participativo em todo o processo, demonstrando interesse por tudo que estava sendo dialogado na perspectiva de conhecer os direitos da mulher para que o parto de sua companheira e nascimento de seu filho fosse um momento prazeroso e inesquecível. Conforme disponível na literatura, a presença de um acompanhante de confiança da mulher pode contribuir de forma significativa a incidência de violência obstétrica. O acompanhante tem um papel importante nesse processo, pois pode proporcionar conforto, segurança e autonomia à mulher durante o processo, principalmente no trabalho de parto, parto e nascimento, contribuindo para assegurar os direitos da mulher tornando-a protagonista da cena do parto. Ademias, o acompanhante pode servir como testemunha e defensor da mulher tornando o ambiente mais respeito e inibindo comportamentos e ações inadequadas por parte dos profissionais dos serviços (Castro, 2020). Durante o processo de implementação do projeto, algumas estratégias foram elaboradas para melhorar a adesão das gestantes nos encontros, uma delas foi a produção de um cartão fidelidade com a premiação de uma arte gestacional (pintura na barriga) com sessão de fotografia para guardar de recordação. Houve um retorno positivo no que se refere à presença de gestante, por outro lado, apenas um acompanhante esteve presente até o final. Conclusão: A temática VO tem sido de suma importância para fomentar a conscientização, a busca por prática respeitosas e a defesa pelos direitos da mulher. Todavia, nota-se que as ações de maus tratos e violação dos direitos da mulher vem sendo ignorada pelos serviços de saúde e pela própria gestante, que muitas vezes não reconhece a VO. A violência obstétrica torna-se naturalizada e vem sendo praticadas a partir de justificativas improcedentes sem evidências cientificas. Portanto, entende-se que o projeto ainda que de forma incipiente contribui para a construção dos saberes e a promoção da autonomia da gestantes e seus acompanhantes. Para os integrantes, as ações foram de grande contribuição no processo formativo, proporcionando uma reflexão sobre suas ações em sua prática profissional.
Título do Evento
Seminário Internacional da RESM-LP
Cidade do Evento
Manaus
Título dos Anais do Evento
Anais do Seminário Internacional da RESM-LP: Núcleo Amazonas
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

RIBEIRO, Kathleen Rodrigues et al.. O USO DE TECNOLOGIAS LEVES NO ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA.. In: Anais do Seminário Internacional da RESM-LP: Núcleo Amazonas. Anais...Manaus(AM) UDDAE - ESA/UEA, 2024. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/seminario-internacional-resm-lp-442281/860237-O-USO-DE-TECNOLOGIAS-LEVES-NO-ENFRENTAMENTO-A-VIOLENCIA-OBSTETRICA--RELATO-DE-EXPERIENCIA. Acesso em: 30/07/2025

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