A MORTE SIMBÓLICA DO AFRICANO ESCRAVIZADO, O EMBRANQUECER E O ENEGRECER

Publicado em 01/11/2019 - ISBN: 978-85-5722-302-8

Título do Trabalho
A MORTE SIMBÓLICA DO AFRICANO ESCRAVIZADO, O EMBRANQUECER E O ENEGRECER
Autores
  • Profa. Dra. Carolina Cerqueira
Modalidade
Grupos de Trabalho
Área temática
GT 04 - História da Arte, estudos culturais, teorias da arte pós-colonialista e estética do triângulo Afro Atlântico
Data de Publicação
01/11/2019
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/semanacoloquio/191737-a-morte-simbolica-do-africano-escravizado-o-embranquecer-e-o-enegrecer
ISBN
978-85-5722-302-8
Palavras-Chave
Morte simbólica; escravidão africana; Paulo Nazareth
Resumo
A escravidão é um domínio altamente simbólico da experiência humana e foi uma instituição que durou mais de três séculos no Brasil. Existem alguns fatores que tornam difícil compreender as relações provenientes desse sistema de servidão. Podemos nos perguntar: como as pessoas poderiam ser levadas a aceitar tal injustiça social? Como esta tradição de séculos entranhou nos espíritos? A escravidão é uma relação extrema de dominação, onde o mestre tem total poder e ao escravizado sobra total impotência. Se há o desejo de responder as questões do parágrafo anterior, devemos tentar compreender como funciona o conceito de poder e os componentes simbólicos existentes nesse vínculo de subjugação. Segundo o sociólogo jamaicano Orlando Patterson existem três facetas envolvendo as relações de poder. A primeira abrange o uso ou ameaça de violência física. A segunda é a capacidade ou habilidade de persuadir outra pessoa e, por fim, a terceira é a faceta cultural de autoridade, que transforma força em direito e obediência em dever (PATTERSON, 1982, p.01-02). Em uma sociedade escravocrata existe sempre a necessidade de transformar novos homens livres em cativos, dessa forma, é necessário manter esses três atributos combinados criando um estado de violência contínua que perpetua e mantém a dominação. Um dos traços da impotência do escravo vem do fato da escravidão ser a opção substitutiva para a morte, morte muitas vezes brutal. Corroborando a violência física e sustentando a permuta entre liberdade e vida está o campo simbólico. A comunicação buscará pensar a experiência da morte simbólica do africano escravizado e o renascimento também simbólico presente em obras de arte. Articulará o campo simbólico presente no processo de escravização apresentado por Orlando Patterson, a pintura do espanhol Modesto Brocos, A Redenção de Cam, de 1895, e os vídeos do artista Paulo Nazareth, L’Arbre D’Oublier, de 2013, e Ipê Amarelo, de 2012/2013. As duas obras de arte analisadas apresentam, de formas distintas, a possibilidade da liberdade no abandono da marca visível da servidão, que no caso da escravidão africana é o fenótipo marcado, não apenas, mas principalmente, pela cor da pele. Brocos pelo embranquecimento, e Nazareth pelo enegrecimento.
Título do Evento
IV Colóquio Internacional de História da África e VIII Semana de Ciências Sociais
Cidade do Evento
Juazeiro
Título dos Anais do Evento
Anais do IV Colóquio Internacional de História da África e VIII Semana de Ciências Sociais
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

CERQUEIRA, Profa. Dra. Carolina. A MORTE SIMBÓLICA DO AFRICANO ESCRAVIZADO, O EMBRANQUECER E O ENEGRECER.. In: Anais do IV Colóquio Internacional de História da África e VIII Semana de Ciências Sociais. Anais...Juazeiro(BA) UNIVASF, 2019. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/semanacoloquio/191737-A-MORTE-SIMBOLICA-DO-AFRICANO-ESCRAVIZADO-O-EMBRANQUECER-E-O-ENEGRECER. Acesso em: 15/05/2025

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