REALIDADE E FICÇÃO EM MULHERES EMPILHADAS: LINGUAGEM JORNALÍSTICA FICCIONALIZADA E UMA VIVÊNCIA HUMANIZADORA

Publicado em 23/09/2022 - ISSN: 1984-7610

Título do Trabalho
REALIDADE E FICÇÃO EM MULHERES EMPILHADAS: LINGUAGEM JORNALÍSTICA FICCIONALIZADA E UMA VIVÊNCIA HUMANIZADORA
Autores
  • Paula Grinko Pezzini
  • Dra. Lourdes Kaminski Alves
Modalidade
Resumo
Área temática
GT 07 – A cultura da violência contra mulheres entre linguagem, experiência e ficção
Data de Publicação
23/09/2022
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/selluftm/487980-realidade-e-ficcao-em-mulheres-empilhadas--linguagem-jornalistica-ficcionalizada-e-uma-vivencia-humanizadora
ISSN
1984-7610
Palavras-Chave
Patrícia Melo, literatura brasileira contemporânea, autoria feminina, feminicídio.
Resumo
Mulheres empilhadas (2019), a obra mais recente da escritora brasileira Patrícia Melo, conta a história de uma protagonista simbolicamente sem nome que, ao entrar em contato com as mulheres indígenas das aldeias fictícias Kuratawa e Ch'aska, com elas compartilha uma jornada identitária marcada pela experiência liminar. A narradora é uma advogada paulistana que viaja ao estado do Acre para acompanhar um mutirão de julgamentos de casos de feminicídio. Ainda durante sua primeira semana em Cruzeiro do Sul, envolve-se com o processo jurídico do assassinato de Txupira, adolescente indígena que foi estuprada, torturada e morta por três homens. Esse é um romance que tematiza a violência contra as mulheres e o feminicídio a partir uma perspectiva não universalizante sobre gênero – à medida que constrói personagens femininas levando em conta recortes de raça, classe e sexualidade. No âmbito da forma, a obra experimenta por meio da hibridização de gêneros literários ao trazer notícias jornalísticas com casos reais de feminicídio no contexto da realidade brasileira contemporânea, além de duas dimensões ficcionais, que dialogam entre si e completam seus sentidos. Com isso em mente, e a partir da abordagem dos feminismos decoloniais, este texto tem como objetivos refletir como se constitui o processo de tripla narração do romance e atentar-se especificamente para as notícias de jornal, que compõem uma das três dimensões da obra. Mesclando as linguagens jornalística e literária, além das manifestações de idiomas indígenas e também do léxico do meio jurídico, Patrícia Melo cultiva um “fruto estranho”, à la Florencia Garramuño (2014), que se instala no tensionamento entre realidade e ficção. A fim de pensar sobre a literatura de autoria feminina no contexto da América Latina e a perpetuação diária da violência contra as mulheres, este trabalho dialoga com pensadoras como Márcia Hoppe Navarro (1995), Rita Terezinha Schmidt (1995), Zilá Bernd (1998) e María Lugones (2014). Trata-se de um estudo que se fundamenta na pesquisa comparada entre a linguagem jornalística apresentada de fato em portais de notícias e a ficcionalização das vítimas de feminicídio nas notas criadas em Mulheres empilhadas (2019). Desse modo, este trabalho interpreta que as escolhas discursivas e as estratégias escriturais da autora – como iniciar as passagens com o nome completo das mulheres, por exemplo – formulam uma experiência literária essencialmente humanizadora.
Título do Evento
VIII SELL - Simpósio Internacional de Estudos Linguísticos e Literários
Título dos Anais do Evento
Programação e Resumos do Simpósio Internacional de Estudos Linguísticos e Literários
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

PEZZINI, Paula Grinko; ALVES, Dra. Lourdes Kaminski. REALIDADE E FICÇÃO EM MULHERES EMPILHADAS: LINGUAGEM JORNALÍSTICA FICCIONALIZADA E UMA VIVÊNCIA HUMANIZADORA.. In: Programação e Resumos do Simpósio Internacional de Estudos Linguísticos e Literários. Anais...Uberaba(MG) UFTM, 2022. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/selluftm/487980-REALIDADE-E-FICCAO-EM-MULHERES-EMPILHADAS--LINGUAGEM-JORNALISTICA-FICCIONALIZADA-E-UMA-VIVENCIA-HUMANIZADORA. Acesso em: 17/07/2025

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