LEVAR SEU CORAÇÃO COM O OUTRO PARA SEMPRE: CORPO, VIOLÊNCIA E MATERNIDADE EM MORRA, AMOR, DE ARIANA HARWICZ

Publicado em 23/09/2022 - ISSN: 1984-7610

Título do Trabalho
LEVAR SEU CORAÇÃO COM O OUTRO PARA SEMPRE: CORPO, VIOLÊNCIA E MATERNIDADE EM MORRA, AMOR, DE ARIANA HARWICZ
Autores
  • JOCELAINE OLIVEIRA DOS SANTOS
Modalidade
Resumo
Área temática
GT 06 – Representações do corpo na literatura de autoria feminina contemporânea no Brasil
Data de Publicação
23/09/2022
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/selluftm/487390-levar-seu-coracao-com-o-outro-para-sempre--corpo-violencia-e-maternidade-em-morra-amor-de-ariana-harwicz
ISSN
1984-7610
Palavras-Chave
Corpo, Violência, Maternidade
Resumo
Ariana Harwicz, autora contemporânea argentina, nos convida na sua Trilogia da Paixão (“Morra, amor”, 2012; “A débil mental”, 2014; e “Precoce”, 2016), dentre outros temas, a mergulhar no vórtice de uma escrita sobre a experiência de estar diante do abismo devastador a que chamamos maternidade. Em “Morra, Amor”, primeiro romance da trilogia involuntária e foco desta análise, a perda do corpo próprio, a violência, a experiência desvitalizada, a saída pelo suicídio são a tônica da história de uma mulher comum, cuja trajetória aponta para as inúmeras tentativas de docilização imputadas sobre seu corpo, inclusive pela via da psiquiatrização de sua experiência. Porém, esta mulher, a personagem principal, ordinária e sem nome, (re)existe, insiste, do corpo disciplinado transmutado ao corpo violento (XAVIER, 2007) que assusta pelos seus atos, suas falas, seus desejos, sua existência. Atravessada pelas complexas teias do feminino, aqui entendido a partir da psicanálise e do ensino de Lacan (1972), como uma experiência outra de gozo do corpo, aberto a partir do que é a insuficiência do lado todo fálico na sexuação, veremos como a personagem busca lidar com os papeis de gênero que encerram para ela uma visão sacral e problemática da maternidade e da vida conjugal, que insiste em colocar o ser mãe no cerne do destino feminino, “um instinto, um dever religioso e uma dívida.” (BADINTER, 2011). Nesse emaranhado de questões possíveis e emergentes do tecido textual, tentarei construir um gesto de leitura pela crítica literária de base feminista e psicanalítica, a partir de autores e autoras como Badinter (2011), Branco (2004), Figueiredo (2020), Kristeva (1989), Lacan (1972), Marie-Helène Brousse (2004), Soler (2019) e Xavier, (2007), abordando e debatendo conceitos-chave como corpo, maternidade e violência de gênero na contemporaneidade. A linguagem fragmentada da obra, enquanto uma experiência também de corpo, nos aponta que a maternidade pode operar violentamente na história de uma mulher, sobretudo quando as expectativas sociais de performance de gênero esbarram naquilo que transborda para além da construção do semblante fálico de uma suposta completude pelo filho e pelo casamento. O feminino contra-hegemônico, enquanto uma posição no discurso da sexuação, sinaliza, portanto, para aquilo que escapa e, face às imputações de uma sociedade patriarcal, precisa ser contido, interrompido, domesticado, medicalizado, porém, ele não cessa, como discutiremos a partir da obra de Harwicz.
Título do Evento
VIII SELL - Simpósio Internacional de Estudos Linguísticos e Literários
Título dos Anais do Evento
Programação e Resumos do Simpósio Internacional de Estudos Linguísticos e Literários
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

SANTOS, JOCELAINE OLIVEIRA DOS. LEVAR SEU CORAÇÃO COM O OUTRO PARA SEMPRE: CORPO, VIOLÊNCIA E MATERNIDADE EM MORRA, AMOR, DE ARIANA HARWICZ.. In: Programação e Resumos do Simpósio Internacional de Estudos Linguísticos e Literários. Anais...Uberaba(MG) UFTM, 2022. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/selluftm/487390-LEVAR-SEU-CORACAO-COM-O-OUTRO-PARA-SEMPRE--CORPO-VIOLENCIA-E-MATERNIDADE-EM-MORRA-AMOR-DE-ARIANA-HARWICZ. Acesso em: 02/08/2025

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